A história precisa continuar a ser escrita, para que nossos filhos tenham mais a transmitir a nossos netos do que a simples repetição daquilo que ouviram um dia
Bandeirante do futebol brasileiro, o Fluminense precisa se aproximar de dezenas de milhares de seus apaixonados, estejam eles nos rincões, nas favelas, nas conjunções urbanas
Gosto muito mais do Fluminense do que seus títulos, o que nunca vai significar acomodação de torcedor. Precisamos entrar para ganhar em todas as competições que venhamos a disputar. E não é somente isso, não basta apenas ganhar, mas também solidificar caminhos e honrar a trajetória secular do Fluminense: elegância, transparência, unidade
O Fluminense está formando atletas e cidadãos. O projeto pedagógico é voltado para isso. As famílias chegam junto. Os jogadores recebem aulas, palestras, participam de projeto de cidadania, enfim, um sem número de ações para formar cidadãos
Meus queridos: o nome que consta na nossa cédula de identidade é Fluminense Football Club. Não somos Fluminense Budget Club, Fluminense Sub-20 Club, ou Fluminense Marketing Club. Ou a gente ganha alguma coisa no futebol profissional urgentemente ou quem está à frente do clube e do time vai se queimar
Uma hora, todo bom investimento dará certo e claro, é de se esperar que os jogadores que permanecerem sejam sábios para perceber os erros de todo este 2015, que tenham peito para corrigi-los e que as novas contratações impactem positivamente nosso elenco
Hoje, há futuro adiante. Não somos mais escravos do patrocinador. Não somos um clube que não pensa na sua estrutura. Não precisamos ser reféns de empresários, porque criamos material humano suficiente para dar uma banana a cada um deles
É hora de exorcizar o passado e premiar os guerreiros. Os deuses do futebol nos devem isso. Além de que, de fato podemos. E não resolvemos ainda nosso estar na tabela do campeonato
E daqui a cinquenta anos, sentado na sala com aqueles que amo e uma boa criançada, entre tantas histórias que o vovô contará, uma delas vai começar com: “Era uma vez um grande time do Fluminense. O Fluminense do tempo do Fred. Uma vez, meus filhos, até sem joelho e sem tornozelo ele jogou. Era outubro de 2015. Jamais me esqueci do dia, do ano e de vê-lo chorando após o gol”.
Não estou sendo aqui catastrofista. Estou trabalhando com condições concretas, fatos da ordem do dia. Tudo isso pode ser revertido, claro, ainda mais em se tratando de Fluminense, um clube em que tudo muda a cada semana. Mas o que não podemos fazer agora é tapar o sol com a peneira
Se o voo permanecerá fazendo a conexão entre Álvaro Chaves, Mário Filho e os corações tricolores, apenas o futuro – e quem faz o futuro do Fluminense – pode nos dizer
O Fluminense das quatro linhas é forte o suficiente para chegar à Libertadores. Mas para não passar por ela como figurante, bem ao estilo de certo clube da zona sul, precisará de mudanças