O futuro somos nós (por Ernesto Xavier)

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Já estava com a ideia do texto de hoje praticamente elaborada, apenas esperando ir para a tela do computador.

Porém a campanha que o Fluminense vem fazendo desde o começo do mês me impediu de pensar em outra coisa.

Que fatores nos levaram a mudar completamente a postura e os resultados após a contusão de Fred? Isso tem alguma associação? Que futuro podemos vislumbrar para o clube a curto, médio e longo prazo? Perguntas que ficaram martelando a cabeça e que procurei responder a mim mesmo e compartilharei com vocês.

Vamos começar pelo mais óbvio: mudamos de técnico. Luxemburgo é melhor que Abel? Não. São dois técnicos diferentes, mas de nível semelhante. Pensam o futebol de maneira distinta, no entanto possuem carreiras vitoriosas, alcançaram quase tudo que o futebol pode oferecer. O que acontece é que a chegada de um novo comandante dá ânimo aos jogadores e aliado a mudança tática, que já era necessária, já que nossos adversários já sabiam o que iríamos fazer, contribuíram para que os resultados aos poucos mudassem para melhor. Somem a isso o fato de que Luxemburgo parece mais humilde em sua versão tricolor, sem querer mandar em todo departamento de futebol, concentrando-se apenas no time que deve orientar.

A saída de Fred por contusão tirou do time a responsabilidade de jogar para beneficiar apenas um jogador. Agora qualquer um pode decidir a partida. A maioria das vezes é Rafael Sóbis o encarregado, porém Biro-Biro, Wagner, Bruno e até Gum já foram artilheiros nas últimas partidas. Acredito que se o nosso maior artilheiro voltar a campo antes do final do campeonato, encontrará uma equipe que joga para o coletivo e ele saberá ajudar ainda mais, pois é um homem inteligente, que sabe jogar também para o grupo.

O que virá pela frente é difícil dizer, pois apesar da dedicação visível de todos em campo, somos ainda tecnicamente inferiores a alguns clubes do campeonato. Temos vencido mais pela força de vontade e vitalidade dos garotos do que por superioridade técnica. Não ficaremos invictos até dezembro, mas seremos osso duro de roer para qualquer adversário. Temos chance de Libertadores? Temos. Para isso deveremos jogar no limite sempre. Vai depender muito do condicionamento físico do grupo, que já demonstra sinais de cansaço. Tenho esperanças!

Para que o jogador sempre busque uma força que nem ele acredita ter, é essencial a presença e apoio da torcida. A promoção de ingressos que o clube vem adotando deveria ser efetivada. Os preços mais acessíveis trazem o torcedor para perto do estádio, pois viabiliza a entrada em um grande número de jogos gastando o que antes seria usado em apenas um jogo. As vantagens para os sócios torcedores são ainda maiores, chegando a pagar R$ 2 pelo ingresso. Tornei-me novamente sócio-torcedor e me sinto ainda mais próximo ao Fluminense. O sentimento de fazer parte do clube aumenta, penso em daqui a 2 anos votar para presidente, quero visitar mais a sede, estar presente sempre nos jogos. A chegada da carteirinha de associado mexeu bastante com meus sentimentos clubísticos. A paixão fica à flor da pele. Espero que um dia possamos ser os primeiros nesse quesito no Brasil. Hoje contribuímos com cerca de R$ 1 milhão por mês somente com o projeto de sócio torcedor. E isso pode melhorar com a contratação de reforços para o ano que vem e a possível, porém complicada classificação para a Libertadores, que retornaria ao Maracanã, assim como foi em 2008.

O crescimento do Fluminense passa diretamente pela participação efetiva do torcedor na vida do clube. Precisamos encher estádios, apoiarmos incondicionalmente, termos esperança. Seja lá qual for o resultado no final desse ano, devemos pensar no futuro.

O Fluminense tem 111 anos. Nossa história é feita muito mais de altos do que baixos.

O desespero só nos fez errar no passado.

A ajuda de nossos milhões de torcedores espalhados pelo mundo é a maior arma tricolor.

Panorama Tricolor

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