O que será o amanhã? (por João Leonardo Medeiros)

IMG_20151012_124854

Preocupa-me o futuro do Fluminense. Não falo deste ano de 2015, que parece mesmo perdido. Alguém pode lembrar: e a Copa do Brasil? Certo, há alguma chance e só há essa chance porque se trata de Fluminense. Isso porque ninguém apostaria as fichas num time que tem jogado de maneira tão irregular, uma irregularidade que oscila entre o muito mal e o mais ou menos. Boas partidas foram raríssimas esse ano, como certamente atestará qualquer analista honesto.

Basicamente, três são as minhas fontes de preocupação para o próximo ano. Primeiro, o elenco. Vi, por diversas vezes, nosso polêmico vice de futebol dizer que estava montando o elenco para o próximo ano. Ora, além da espinha dorsal de 2012, formada por Cavalieri, Gum, Jean e Fred, que já foi capaz tanto de nos encantar quanto de nos enfurecer, temos alguns bons valores da base e outros bons jogadores. O problema é que o elenco é desbalanceado, frágil na zaga e nas laterais, e cheio de jogadores sem qualquer utilidade, alguns com contrato longo e, segundo dizem, salário alto.

Ou seja, temos um elenco parecido com o desse ano, que até então não disse a que veio (e já estamos em meados de outubro). Isso, somado ao técnico de segundo escalão que certamente teremos (na verdade, é provável que tenhamos mais de um ao longo do ano), é quase sinônimo de novo fracasso esportivo. E, cá entre nós, o Fluminense é tão bom de sucesso quanto de fracasso: a gente odeia o termo médio, gostamos mesmo dos extremos radicais, para cima e para baixo. Justamente esse é o problema.

A segunda preocupação é com a indefinição quanto ao local de jogo, o que impacta o time e o clube. Impacta o time, claro, porque é uma tremenda vantagem jogar num estádio próximo, de estrutura razoável para a prática do futebol, como é o caso do Maracanã ou do Engenhão. Não teremos Maracanã, não teremos Engenhão, não dá para contar sequer com o que restou em escombros do antigo estádio de São Januário. Em síntese, ou nos enfiaremos num alçapão improvisado, ou o time vai jogar nos confins do mundo.

O pior é que a falta de estádio deve provocar um efeito devastador sobre as finanças do clube. Li recentemente que arrecadamos 20 milhões de reais com o programa de sócio-torcedor, cuja grande “vantagem” é propiciar uma compra decente de ingressos para acompanhar o time. Ora, se vamos jogar nos confins do mundo ou num alçapão, quantos se disporão a manter a associação? Perderemos, possivelmente, nosso maior patrocinador da atualidade: a própria torcida. Justamente quando ensaiávamos um salto no número de associados (que teria acontecido não fosse a performance esportiva ridícula de 2015), possivelmente voltaremos à estaca zero ou quase isso.

Preocupa-me, por fim, o efeito da política interna sobre o rendimento esportivo da equipe. Se este ano, distante que estamos do pleito, a turbulência política fez o que fez no clube, imaginem ano que vem, com o clube em pé de guerra, o que pode acontecer. De hoje, a perspectiva é de uma corrida pela presidência do clube absolutamente sangrenta, baixa, longe da fidalguia que nos orgulhamos de cantar em nosso hino. Já tivemos, agora mesmo, acusações de toda ordem, de lado a lado, jogadores usados como defensores da situação ou como granadas da oposição, crises a cada sequência de derrotas. Alguém apostaria numa melhora neste terreno para 2016?

Não estou sendo aqui catastrofista. Estou trabalhando com condições concretas, fatos da ordem do dia. Tudo isso pode ser revertido, claro, ainda mais em se tratando de Fluminense, um clube em que tudo muda a cada semana. Mas o que não podemos fazer agora é tapar o sol com a peneira.

O ano não foi bom esportivamente. 2014 e 2013 também não foram. Temos boas notícias fora de campo é verdade (finanças, a vitalidade de Xerém, a construção do CT), mas elas demoram a repercutir no rendimento do esporte profissional. Por outro lado, a desgraça bate logo à porta. Torço de hoje para que haja gente no clube atenta ao problema como parecem estar com a eleição. Espero que saibam fazer o amanhã real melhor do que o amanhã que de hoje se anuncia.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: pra

CAPA O FLUMINENSE QUE EU VIVI AUTÓGRAFOS

LANÇAMENTO O ESPIRITO DA COPA RJ

4 Comments

  1. POR QUE SERÁ QUE ESSES MIDIATICOS QUE SE PASSAM POR TRICOLORES, SOFREM DE UMA DOENÇA
    QUE PODEMOS CHAMAR DE DERROTISMO, IMPRESSIONAMTE, FLUZÃO GANHA É BESTIAL, SE PERDE É UM TIME DE MERDA.
    AVISO A VCS QUE FUTEBOL PODE TER TRES RESULTADOS , VITÓRIA, DERROTA, E EMPATE.
    O IMPORTANTE É QUE SEU TORCEDOR ESTEJA SEMPRE JUNTO AO SEU TIME AMADO, E NÃO FAÇA DA CRITICA ALGO POLITICO ESPORTIVO, INCENTIVADA PELAS GRANDES REDES

    1. Prezado José,

      embora deselegante, agradeço seu comentário. Poderia responder no mesmo (baixo) nível, mas prefiro chamá-lo ao raciocínio. Dos três resultados mencionados, vitória, derrota e empate, nos últimos 13 jogos do brasileiro tivemos apenas 2 vitórias, 1 empate e 11 derrotas. Se esse é o seu Fluminense, certamente não é o meu. O meu tem a equação invertida.

      Agora, o fantástico mesmo foi ter se achado mais tricolor que eu. Parabéns pela conquista.

      ST,
      João Leonardo

      1. Corrigindo: 13, jogos, 10 derrotas, 2 vitórias e 1 empate. Claro!

        Abraço,
        João

    2. Por que será que todo energúmeno escreve parágrafos completos em caixa alta?

Comments are closed.