Falando em mentiras, daqui a menos de um mês, o caso Flamenguesa completa dois anos de vida. Os buldogues de 2013-2014 fingem que nem é com eles. Um silêncio de sujeira varrida para debaixo do tapete
O mísero consolo: na televisão, o locutor do Maracanã lembra – de bem longe – o inesquecível Victorio Gutemberg. SUDERRRRJ IN-FORMA! Se puderem abafar um pouco o som das caixas – e arranhá-lo também -, os velhinhos emocionados agradecem
Tom Jobim ocupa todo o espaço. Em seguida, o jornalista João Luiz de Albuquerque começa a falar. Dois tricolores. Para fechar, o principal compositor de Mangueira: Cartola
Mas que não se solte fogos antes da hora: ninguém se esqueceu da espinha na garganta do ano passado. Entrar com máximo respeito e atitude. Pelas palavras do Eduardo, não se espera outra coisa
Estou com dores e poucas esperanças a respeito, mas lá no fundo ainda sonho com que o torcedor possa ser tratado como um digno cidadão num estádio – ou arena – de futebol
Independentemente do que venha a acontecer no meio de semana – e todos esperamos o melhor, rechaçando os patrulheiros da verdade mofada -, o espírito do Fluminense precisa ser esse. A torcida não merece mais nenhum susto ou trapalhada
Ter a tua presença no lançamento será maneiro. Obrigado por tudo. Depois o livro segue para São Paulo e Brasília. Também levarei alguns exemplares do inédito “2014 – O espírito da Copa”. Todo mundo na lojinha!
Ele era grupo, humildade e dedicação. A cara do Fluminense. Um escudo de carne, osso e amor. Anulou e ajudou a anular em campo alguns dos melhores jogadores de seu tempo. E teve a chance de jogar ao lado de muitos deles na revolucionária Máquina do Doutor Horta
Ainda bagunçado dentro e (principalmente) fora de campo, o Fluminense tenta se reinventar. Mas… a prova de fogo está logo ali: três barras pesadas pelo caminho no Brasileiro 2015
Que a lucidez prevaleça logo mais, no campo e nas arquibancadas. Com democracia, respeito ao contraditório e divergência. O Fluminense não pode ser teatro de ditaduras, sejam elas quais forem e vindas de quem quer que seja
Ainda há tempo. Resta saber até quando a verborragia, a vaidade e a soberba das internas e bastidores continuarão jogando contra o Fluminense dentro de sua própria casa, sem que as providências sejam tomadas
O principal problema é outro, muito outro: nossas estruturas internas estão há muito tempo corroídas. É isso que tem nos impedido em voos de grande porte, levando a uma beliscada ali, outra aqui. O sentido de grupo, de valorização do coletivo, capaz de transformar o Flu em uma verdadeira representação de sua imensa torcida, acaba não sendo prioridade
Um dos próceres desta camarilha, em resposta a um twitter meu da época, dizendo-lhe que cometia crimes de calúnia e difamação contra o Fluminense em vez de opinião, respondeu-me com a tradicional empáfia de certa parte dos empregados da grande imprensa: “Então que me processe!”. O uso da exclamação deixava bem claro: era um grito e, ao mesmo tempo, uma subliminar declaração da certeza da impunidade
Logo mais tem mais na provável complicação no Couto Pereira, contra um adversário que busca recuperação. Tomara que o Flu faça valer sua tradição de se superar nos momentos mais improváveis. Se cabe um consolo, pelo menos não estamos enfrentando o Coxa na rodada 38 em 2009. A situação pontual era muito pior, por incrível que pareça. O que está longe de significar que os momentos atual e logo adiante estejam sob controle
Como se vê, o problema é bem maior do que o Ronaldinho. Cavalieri foi o melhor homem tricolor do começo ao fim. Como sofre o dedicado e incansável Scarpa. No fim, teve até expulsão rubro-negra
O que pouca gente sabe: o velhinho é protagonista de um dos episódios mais conturbados do futebol brasileiro. O caso Ivens Mendes. Em 1997, escutas telefônicas comprovaram um esquema de favorecimento de arbitragens aos times do Corinthians e do Atlético Paranaense no campeonato do ano anterior
Nós somos o Fluminense. Um dia, todos entenderão que somente juntos poderemos construir o futuro que sonhamos, muito maior do que tudo o que já aprendemos e vivemos. Juntos, não necessariamente como camaradas fraternais ou irmãos siameses, mas sim tripulantes do mesmo barco
Mas já deu no saco essa falta de autocrítica: num dia a culpa é do Marcos Júnio, noutro dia é a foto do Ronaldinho, noutro é o árbitro. O Atlético e outros times tiveram problemas semelhantes e estão aí. Vamos reduzir oito rodadas a três lances?