Fluminense 1 x 0 América-MG (por Paulo-Roberto Andel)

ANDEL RED NEW

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Num primeiro tempo de ataque contra defesa neste jogo contra o América Mineiro, o Fluminense pecou sempre pelo penúltimo toque na bola durante o primeiro tempo. Não fosse isso, a força do destino e a eterna arbitragem (sem servir como desculpa permanente, mas pontualmente óbvia), o Tricolor teria descido para o intervalo com a vitória. Atacou mais, roubou mais bolas, foi mais efetivo e só se equiparou ao adversário em passes errados nos primeiros 45 minutos.

A jogada mais linda da primeira etapa foi naturalmente a tentativa de gol do Gustavo Scarpa. Com a bola rolando, é sempre um lance difícil de executar. Por pouco não marca um gol apoteótico. Ninguém é louco de comparar o jovem jogador a Pelé, a não ser que seja um panfleteiro da politicagem, mas foi um lance lindo e que premiou os papais presentes a Cariacica.

Apesar do domínio tricolor – naturalmente esperado, por ser mandante e enfrentar o lanterna da competição -, a partida foi em banho maria e só engatou mesmo depois do gol mal anulado do Flu. Aliás, mal não: pessimamente anulado. Wellington estava absolutamente legal, o impedimento não existiu e, como sempre acontece nestes casos, enfia-se a viola no saco e fica tudo por isso mesmo no futebol brasileiro.

O Fluminense jogou muito mais pela direita do que pela esquerda? Claro. Com todas as limitações, Wellington Silva sentado é melhor do que William Matheus em pé. Menos mal que o América tem uns seis Williams, todos inimigos dos passes, domínios e dribles. Um horror.

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Sem alterações, os times voltaram a campo e, no primeiro lance em que acertaram a bola com a camisa do Fluminense, mister Will Matheus cruzou (da esquerda, de direita) e Henrique Dourado marcou um golaço de voleio slow motion, calou a boca dos críticos, mostrou que era o nome ideal para substituir Fred, já é candidato a ser um dos maiores artilheiros da história do clube e é um triunfo da Magestote. É claro que o texto em itálico é uma piada, ainda que possa ser lido em murais de cabos eleitorais como se pudesse ser coisa séria, mas descontadas as ridículas hipérboles e a visível divergência do atacante com a bola, o gol foi muito bonito, trazendo calma ao time com a vantagem no marcador. A jogada, aliás. Mesmo achando Will Matheus limitadíssimo, ele merece os todos os parabéns pelo cruzamento inesperado. Já gritei até os nomes de Ratinho e Ciel, ora!

Perto dos dez minutos, rolou uma porradaria com merderê, aparte e cartão para Juninho e o apagadíssimo – mas sempre raçudo – Marcos Junio.

Ainda podia ter sido de mais: Wellington (ex-Silva) deu um maravilhoso passe de letra para Dourado marcar livre, mas ele voltou ao normal e a bola pererecou rente à trave. Aliás, o Wellington foi o destaque e apanhou muito. Gosto também do Renato Chaves, que demonstra quanto dinheiro foi desperdiçado no nosso David Luiz chapinha.

Depois ficou aquilo: o Flu atacando sem muita força, o América sem nenhuma possibilidade de mudança dos seus paradigmas. No fim, saíram Scarpa e Ceifador, entraram Danilinho Filhão Samuel, nosso Sonny Rollins da grande área. Antes, veio a campo o nosso Proletário da Bola, Marquinho, saindo Junio.

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Boa e importante vitória de um time que parece ter a noção exata de suas limitações. A torcida foi ótima e dentro das circunstâncias – onze da manhã, Dia dos Pais – teve excelente presença por lá. Seis mil e pouco.

Sem me animar muito, por muitas razões, pelo menos sinto a alegria de que o Fluminense parece não ameaçar seguir os pavorosos caminhos de 2013 e 2015 no Brasileirão. Ufa! De resto, tudo o que vier, vem bem, ainda mais num campeonato em que o Grêmio apanha do Atlético, dá chinelada no Corinthians e esse mesmo América Mineiro – pavoroso! – vinha de uma vitória sobre o Santos. Ainda somos figurantes, mas podemos pensar em ser abusados.

No fim das contas, me vem a velha máxima do Saldanha: “É tudo japonês”. Alguns legítimos, outros nisseis e ainda os paraguaios.

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O pessoal reclamou da posição do banco? Vá ver o que era ser visitante nas Laranjeiras nos anos 1980, quando as vozes oficiais tinham orgulho do estádio que fundou o futebol pentacampeão do mundo.

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Um grande Dia dos Pais a todos, e a minha dor por pais e filhos que moram nas ruas.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: rap

1 Comments

  1. Hehehehe, boa…
    Só acho que esse Ceifador vai corresponder, de fato.
    Saudações Tricolores

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