Vidraça tricolor (por Walace Cestari)

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Não importa a data, não importa o que aconteça. O Fluminense é sempre o alvo da imprensa e das versões repetitivas que tentam diminuir-nos a história.

Seja por nobres deputados, que comparam as manobras do rubro-negro presidente da Câmara, seja por historiadores de reputação questionável, o Fluminense segue sendo a vidraça de toda uma sociedade.

Não ocorre de hoje isso. Ser vitorioso traz os olhos da inveja para junto das glórias. Ainda mais quando tem-se uma história de desprendimento em relação aos diversos poderes, por constituir-se em si mesmo o único poder que reconhece.

Assim, surgiu a mentira de que nossa história é racista por conta de Carlos Alberto, atleta negro contratado junto ao America, que passava pó de arroz buscando embranquecer sua pele. O detalhe é que ele fazia o mesmo quando jogava no America e nunca houve nenhum pedido do Flu para que continuasse. Aliás, se o Fluminense, que já possuía negros em seu time de aspirantes desde 1911, fosse realmente racista, não teria convidado o atleta americano para fazer parte de seus quadros.

Mas a imprensa nunca cansou de repetir historinhas que fizessem o povo nutrir suas simpatias por aqueles que estavam ligados à mídia. Desde campanhas sobre os mais queridos a inúmeros outros concursos, tudo sempre colocava o Fluminense deslocado, como figura elitista, talvez por ser modelo mundial de organização esportiva até a metade do século passado.

A década de oitenta foi a tentativa de reescrever a história, buscando apequenar a enormidade do Fluminense. Ano após ano, surgiam e ressurgiam crises que davam conta da falência do clube, do seu apequenamento, de seu futuro incerto e sombrio.

Nada pode fornecer mais ódio aos detratores que a capacidade eterna de o Fluminense ressurgir. Como isso dói nas redações de tantos jornais!

Em 96, a acusação leviana de que viramos a mesa, na qual os arautos da moralidade esquecem-se da compra de juízes, do envolvimento de Corinthians e Atlético Paranaense… Perdoa-se pelo oportunismo nomes como Ivens Mendes, Alberto Dualib e Mario Celso Petraglia. Esbraveja-se contra a corrupção, mas não se fala do apoio financeiro a campanha de Mendes em Minas ou o envolvimento da CBF. Por isso, a Confederação decidiu nada fazer naquele ano.

Ou em 2000, quando, legitimamente campeões da terceira divisão, fomos impedidos de jogar a segundona por uma manobra de Botafogo e Internacional que buscaram no STJD os pontos para si – de forma inédita – nas partidas contra o São Paulo do irregular Sandro Hiroshi. Disso resultou a monstrenga Copa João Havelange, de 114 clubes em única divisão. Interessante perceber que naquela época era justo recorrer ao Tribunal para conseguir pontos por escalação irregular.

O Fluminense esteve para acabar em uma série de momentos. E os abutres comemoravam a saída da Unimed como mais um desses momentos. Contudo, a eternidade das três cores contraria a análise dos bufões. Firmes, fortes, de digna campanha e contratando nomes desejados por vários. O desespero toma conta dos detratores também em 2015.

As pedras que nos atiram estão tão sujas quanto a história de seus clubes. Quem entre eles pode fazer o papel do acusador? O time das papeletas amarelas? O time que subiu em nono da segunda para a primeira? Aquele que mesmo em 9º no carioca foi para a Taça de Ouro? Quantos mais tinham lugar na Taça de Prata e alteraram as coisas para a disputa de outra chave? Ora, as pedras que nos arremessam são pedaços de carvão de suas próprias histórias que sujam a si mesmos na intenção de nos manchar.

Com todos os apoios não conseguem sua própria superação. Nós, com toda a força contrária, contra todos os prognósticos renascemos como Fênix a cada ano. Pobre daquele que vive do mau agouro ao Fluminense: há de ser condenado eternamente a assistir a todas as nossas glórias.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: canelada.com.br

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5 Comments

  1. Perfeito Walace! Gostei da conclusão: Pobre daquele que vive do mau agouro ao Fluminense: há de ser condenado eternamente a assistir a todas as nossas glórias.

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