A mediocridade cobra seu preço no Fluminense (por Paulo-Roberto Andel)

Horas antes do caos de ontem, provocado por (mais um) ato muito mal pensado de Fred, publiquei a seguinte coluna aqui no PANORAMA.

UM NÓ DE NOVE ANOS – CLIQUE AQUI.

Por causa do ocorrido e de suas repercussões, voltei a campo para emendá-la aqui com breves observações.

Um. Hoje em dia, é perfeitamente normal que o Fluminense perca para o Fortaleza. Anormal é que, pela história secular do Fluminense, esse dia tenha chegado.

Dois. Não cabe a ninguém regular como o torcedor deve agir, exceto se as ações forem criminosas e para isso existe a lei. Fred mais uma vez se perdeu na história, o que não deve ser confundido com sua trajetória de gols, ainda que nos últimos anos eles contem mais do ponto de vista individual do que para as conquistas que, claro, não vieram. Terra em que Marcos Carneiro de Mendonça, Romeu, Preguinho, Batatais, Castilho, Pinheiro, Didi, Telê, Waldo e a longa lista que vai de Altair a Thiago Silva, passando pelas glórias do fim dos anos 1960, as décadas de 1970 e 80 e muito mais, não mexeram, ninguém mais mexe. O torcedor é o padre; ninguém tem que ensiná-lo a rezar missa.

Três. Chega a ser ridículo e mesquinho que alguém ouse falar de “tensão” e “clima ruim” no Maracanã atual com menos de quatro mil pessoas. Jogador, treinador e dirigente que não estiver preparado para encarar vaias e críticas não serve para o Fluminense, ainda mais quando se trata de um público minúsculo.

Quatro. Quem joga com raça, raça de verdade mesmo, não é vaiado nem quando joga mal. O torcedor não é bobo e sabe muito bem quem corre atrás e quem corre para não chegar.

Cinco. Se o objetivo inicial da confusão tinha finalidades eleitoreiras ou de proteção ao Venerável Presidente, deu com os burros n’água.

Seis. É deprimente constatar que muitos torcedores, em especial os mais jovens, achem normal ninguém se manifestar contra atuações medíocres, escalações e substituições extraterrestres. Só não é surpreendente num clube que hoje trata quinto ou sexto lugares como títulos simbólicos, sabe-se lá de quê.

Sete. Nenhum jogador, dirigente ou treinador está acima do Fluminense e de sua torcida. NENHUM. Nem Castilho, nem Rivellino, nem Assis, muito menos Fred. Nenhum jogador, dirigente ou treinador tem condição de pautar os desejos e sentimentos individuais e coletivos dos torcedores do Fluminense. O papel do jogador é honrar o seu torcedor com atuações de talento e garra.

Oito. O artilheiro tricolor e o clube já se posicionaram sobre o torcedor ameaçado pelo PM na arquibancada contra o Fortaleza?

Nove. Que ninguém faça papel de idiota logo mais em caso de eventual vitória, comemorando que “os anti foram calados”. Burrice tem limite. O Fluminense faz uma temporada de time mediano, sem aspirações a mais nada que não seja a vaga na Libertadores, o que quase metade dos times da série A são capazes de conseguir. Vitória dentro de casa sobre equipes de menor tradição é obrigação do mandante.

Feitas as breves observações, sigo torcendo pela vitória porque é o que faço há meio século. Torcer não é um ato racional, tem a ver com o coração.

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1 Comments

  1. PREPARA -SE O MÁRIO BITTENCOURT ENFIM A VIR A EXPERIMENTAR O QUE O MARACANÃ POSSUA COMO ALGO DE SUA NATUREZA QUE É A VAIA MANIFESTAÇÃO DIRIGIDA ATÉ MESMO AO MINUTO DE SILÊNCIO…ALIÁS ONDE ANDA O MÁRIO BITTENCOURT DIANTE DESSAS IMAGENS?..

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