Mário, camisa 10 da mocidade tricolor (da Redação)

Mário Marques Coelho, aniversariante desta sexta-feira, chega aos 66 anos de idade.

Quem tem mais de cinquenta anos de idade vai relacionar muito bem o nome do aniversariante ao Fluminense.

Formado nas categorias de base do clube, coube a ele nada menos que a camisa 10 de um time que não durou muito tempo, mas que é importantíssimo para a história das Laranjeiras: o grande campeão de 1980.

À época, o Flu vivia uma aridez financeira: a Máquina Tricolor havia sido desfeita em 1977, os jogadores mais caros começaram a ser negociados, o clube acertar o time com a mescla de talentos dos juniores e outros de times modestos. Depois de três anos claudicantes e de uma terrível Taça Guanabara em 1980, o Fluminense montou um time que nunca mais se viu em termos do mesmo critério: dos onze titulares, apenas dois vinham de fora – o meia-direita Gilberto, contratado ao Atlético Goianiense, e o craque artilheiro Cláudio Adão, dispensado da Gávea por uma ninharia. Os outros nove eram ex-juniores. De “veteranos”, apenas Edinho e Rubens Galaxe, egressos da inesquecível Máquina.

Paulo Goulart, Edevaldo, Tadeu, Edinho e Rubens Galaxe; Delei, Gilberto e Mário; Robertinho, Cláudio Adão e Zezé. Com essa escalação emblemática, o Fluminense ganhou o primeiro turno em cima do Vasco – e, mais tarde, na grande final do campeonato carioca, com o gol de falta de Edinho, desbancando o eterno favoritismo midiático rubro-negro.

Jogador de grande velocidade, habilidade pela esquerda e chute forte, Mário foi peça fundamental no jovem time campeão. Vestiu a camisa do Fluminense em 199 oportunidades, 182 delas como titular. Venceu 100 jogos e empatou 61. Marcou 26 gols, um deles na última partida em que defendeu o clube, numa derrota por 2 a 1 para o Grêmio no Maracanã – por pouco o Tricolor não chegou às semifinais da competição.

Os campeões de 1980 foram a primeira grande afirmação depois da Era Máquina. Logo o time seria desfeito nos anos seguintes por conta de questões financeiras, mas seu sucessor não deixaria por menos: o timaço tricampeão carioca e campeão brasileiro entre 1983 e 1985.

Mário é de um tempo em que o Fluminense exagerava. Na base, o Flu tinha quatro pontas esquerdas: além do próprio Mário, Silvinho, Zezé e Gilson Gênio. Uma briga dura. Silvinho foi para o America, Gilson para o Bahia, Zezé assegurou a camisa 11 e Mário caiu para o meio. Virou camisa 10, o primeiro campeão depois de Roberto Rivellino na posição.

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