Fluminense 3 x 0 Botafogo (por Paulo-Roberto Andel)

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O jogo começou quente, literalmente falando. Muita correria e pegada. Brener, livre, perdeu uma chance incrível ao concluir para fora. No clássico, não se pode deixar passar nada, então o Flu deu o troco e, numa troca rápida de passes, Pedro marcou 1 a 0 num chute forte, de frente. Jefferson ainda tocou, mas não deu: a bola ganhou o ângulo, tocou na rede e saiu. Com Gilberto e Ayrton voando, Marcos Jr alternando os lados e muita disposição, saimos na frente.

Perto dos 20 minutos, Ibañez deu uma arrancada alla Edinho e finalizou cruzado com perigo. A perigosa resposta botafoguense veio em chute forte de Leo Valencia, dois minutos depois. Lá e cá, o Tricolor mais bem distribuído e uma nuvem de areia levantada a cada falta ou dividida – o mesmo Valencia deu uma sola na canela de MJ digna de cartão vermelho direto.

Aos 30, susto: Júlio César defendeu com o peito um chutaço de Moisés, fazendo outro defesaço no rebote de Valencia e ainda no escanteio seguinte. Outra perdida pelo chileno logo depois. A defesa tricolor deu espaços perigosos temporariamente, para depois se recuperar da tentativa de pressão alvinegra.

No final, Pedro teve a chance de marcar o segundo gol numa cabeçada. O Botafogo teve mais finalizações nos 15 minutos finais, o Fluminense teve mais regularidade no primeiro tempo.

Na volta, o Fluminense fez o segundo gol, com Marcos Jr. na mesma linha. Impedimento marcado, vida que segue. A história não falharia: logo depois, Pedro deu um lindo passe de peito para o baixinho tirar Jefferson e estabelecer com justiça o 2 a 0. A partida manteve a movimentação dos dois times, mas sem a velocidade alucinante de antes. Mais recuado, o Fluminense dava espaço ao Botafogo para tentar o contragolpe: o Alvinegro tinha a posse de bola mas raras vezes venceu a marcação tricolor – e quando o fez, finalizou mal. Nas respostas, Pedro e Gilberto perderam grandes chances, enquanto Júlio César fez um defesaço que, no contra-ataque, caiu nos pés de Jadson, que arrancou pela direita no fim da partida e marcou um belo gol, sepultando as já combalidas esperanças botafoguenses.

Aplicado, valente, humilde e ciente de suas limitações, o Fluminense foi um campeão de conjunto, de equipe. Marcos Jr correu por todo lado, Gilberto chegou a ser ponta esquerda, a linha de zaga esteve impecável, Júlio César fez sua melhor partida pelo clube. O meio foi eficiente e brigador, o ataque fez os gols. Talvez o segredo desta taça esteja num jogador de poucas palavras, discreto mas absolutamente eficiente, chamado Jadson. A cena do jogo foi a de Marcos Jr. no 2 a 0, abraçando e beijando o nosso escudão atrás do gol.

O Botafogo teve mais posse de bola, o Fluminense teve mais futebol. Por isso, é o digno campeão da Taça Rio, que não vencia desde 2005, passando por times milionários da Unimed, Horcades, Peter, Mário e companhia ilimitada. É título, é vitória, eu comemoro pra caralho hoje e já espero a semifinal na quinta-feira. Atrás do Fluminense só não vai quem já morreu – às vezes, nem estes.

Ainda temos muitos problemas que não podem ser varridos para debaixo do tapete, nem tratados com casuísmo, mas levantar um troféu é bom demais.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

#JuntosPeloFlu

Imagem: rap

3 Comments

  1. Lembrei o nome do blogueiro: Gustavo Albuquerque. No blog dele também escrevia um amigo dele com explanações táticas muito interessantes. Creio que seriam um bom reforço para seu excelente time de cronistas. ST.

  2. Bela Crônica. ST ! O que vc acha de convidar o ex-blogueiro do Fluminense no Globo para escrever aqui no panorama de vez em quando ? Ele foi responsável pela guerra pra liberar o uso do pó de arroz novamente. Fica a sugestão.

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