Sessenta anos de Zico. Mas quem é este cidadão?

Zico foi um grande jogador de futebol. O líder de um grande time do império do mal que ganhou tudo, cariocas, brasileiros, libertadores, mundial. De clubes. A imprensa e os torcedores do seu time o endeusam como um craque incomparável. E eu exerço, pela milionésima vez, o direito de discordar. Algo que você não verá na imprensa tradicional. Os homens que teriam essa coragem estão aposentados ou mortos. O quê? Falar mal de Zico? Demitido!

Zico não era uma fraude. Jogava muita bola. Mas jamais ganhou nada sozinho. Raul, Leandro, Mozer, Junior, Tita, Lico, Andrade, Adilio… e o ladrilheiro. Sem eles, na Itália, em Udine, junto a Franco Causio, não conseguiu nada. No Japão, idolatrado, jamais foi campeão, sendo vice para Bismarck.

Mal comparando, Maradona foi parar na Itália, num time tão pequeno quanto a Udinese, e deu ao Napoli seus únicos títulos até hoje. Em 86, ganhou o mundial sozinho. A Argentina era um bando. Maradona, Burruchaga e um bando de jogadores comuns e ruins. Pumpido, o goleiro, era uma desgraça. E Maradona levou a taça pra Buenos Aires.

Meu pai fala que Barbosa foi disparado o melhor goleiro que viu jogar. Em meus tempos mais recentes, de Dasaev, Rodolfo Rodrigues, Acácio e Casillas, não consigo enxergar o velhinho baixinho sendo o gênio que ele diz. Mas por que citar Barbosa? Porque a mídia jamais o perdoou pela suposta falha no gol da final de 1950. Toda vez que chegava a época da copa, ao falar de 1950, o lance era aquele. Não era o culpado, mas o que se mostrava era ele, penosamente se levantando pra catar a bola dentro do gol.  Barbosa dizia que morreria sem ter pago seu pecado eterno. Morreu.

O pênalti de 1986 é o epitáfio da carreira de Zico. Havia, naquele jogo, cinco ou seis jogadores habilitados a baterem aquele pênalti. Frio, tendo entrado em campo havia poucos minutos, fora de forma devido a mais uma contusão pesada, não devia ter sido o homem a batê-lo. Bateu. Perdeu. A imprensa pinta um quadro que, na minha visão, dos Vascaínos, Botafoguenses e Tricolores, é colorida demais. Escrita em vermelho e preto.

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Qualquer um poderia ter ganho Vasco e Fluminense. Eu achei que, na virada de vocês, tudo tinha ido pro espaço. Pra minha feliz surpresa, não aconteceu.

Inadmissíveis os lances protagonizados pelas defesas. Gum e, principalmente, o goleiro Alessandro, tiveram atuações terríveis. A “grande defesa” no corner é uma falha inadmissível. Bola cruzada na pequena área de um homem de quase dois metros de altura. O que fazer? Sair e socar tudo o que vier pela frente – bola inclusive. O que ele faz, orientado pelo incompetente que o treina – Carlos Germano? Fica colado à linha de gol, passageiro da sorte que, no caso, sorriu para ele.

No entanto, acerca do jogo, traço um paralelo com o que está acontecendo exatamente agora com o poderoso Barcelona. A bolinha pra lá, bolinha pra cá do Barça perdeu a eficácia. Os times aprenderam a maneira de jogar do time e passaram, desde então, a endurecer a todos os jogos. A culpa? Do Barça. Não há variação – trocam-se as peças e o esquema é sempre o mesmo: rodar, rodar, rodar até que apareça um buraco. Se o buraco não aparece… encalha a barca. Se tomam um gol, como aconteceu contra o Milan, não sabem mudar a forma de jogar e se perdem completamente.

Acho que os times estão aprendendo a jogar contra o Fluminense. Sábado, o Flu não soube sair do embolão promovido pelo Gaúcho. Enquanto seu craque, Deco, tem ar, as mudanças de jogo abrem os espaços. Depois disso, não creio que hajam grandes variações. Cabe ao Flu, ao Abel, criar variações. Ter como mudar um jogo que lhe é desfavorável. Vamos ver o que acontecerá contra o Pittsburgh Steelers, na 4a feira. Vão jogar igual ao Vasco. Onze atrás da linha da bola.

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Sentei-me pra assistir à outra semifinal e, com 50 segundos de jogo, deu-se a hecatombe da empáfia, o apocalipse da fanfarronice. Houve um pênalti não marcado. Coitados. Foi um jogo parecido com o de ontem. Houve um pênalti que o juiz não deu. Injustiça! 90 minutos de um time atacando e o outro se defendendo como podia. Houve um pênalti. Tadinhos. O final foi divertidíssimo. Mas houve um pênalti. Arnaldo protestou. Muita pena mesmo. Me despeço triste. Condoído. COMO UM JUIZ NÃO MARCA PÊNALTI PRO FLAMENGO? Deficiente visual? Mal intencionado! Complô!

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Mas não! A indignação cresceu por toda a nação rubro-negra pela não marcação do pênalti e eis que, do nada, entra em campo uniformizado (de flamengo não… de juiz) Arnaldo César Coelho. O estádio emudece, surpreendido. 49 do segundo tempo. Arnaldo corre até o juiz do jogo e já se aproxima com o cartão vermelho em riste. Arnaldo expulsou o juiz que roubava o Mengão! A PM entra em campo e escolta o juiz expulso para o vestiário. O tumulto é grande. Arnaldo então, ao invés de dar bola ao chão, aponta para o pênalti. Com vinte e oito minutos de atraso, Arnaldo anula tudo o que aconteceu desde então e marca o pênalti. Sobe a placa de substituição. Dorival está substituindo o Hernane, o atacante, pelo número 10. Não acredito! é o Zico! Vai entrar pra bater o pênalti! Zico! Zico! Mais confusão. Alguns botafoguenses choram. Zico ajeita a bola, toma a distância e… cai da cama.

Que susto. Eu já ia perder outro…

Abraços

Zeh Augusto Catalano

Panorama Tricolor

@PanoramaTri