Xerém, Seleção Brasileira e Fluzão (por Marcelo Vivone)

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(Ainda) Xerém

Assistindo ao jogo do Cruzeiro na quarta-feira ouvi a notícia de que um jovem atacante do San Lorenzo já está vendido para o Atlético de Madrid por 11 mil Euros. O jogador é realmente muito bom: rápido, habilidoso e inteligente.

Escrevi na semana passada justamente sobre o nosso centro de revelação de jogadores de Xerém. Era justamente uma revelação desse porte e, principalmente, com um retorno financeiro desses que gostaria de ver brotar em Xerém.
Wellington Nem é um candidato natural a essa vaga e talvez não tenha chegado a esse valor pela pressa que nossas diretorias sempre têm em vender nossas melhores revelações, já que o clube está sempre asfixiado financeiramente.

Mas, como escrevi na coluna anterior, o que revelamos até hoje é muito pouco, dada a capacidade de retorno que enxergo em Xerém. Igor Julião, Elivélton, Renan, Fábio Braga, Rafinha, Willian e Marco JR estão muito longe do meu sonho. Alguns deles, como o filho do Abel, estão há anos-luz.

A conferir até onde podem chegar os representantes da geração mais nova, Robert e Kennedy, que completam 18 anos em 2014, e que já estão desde o ano passado nos profissionais.

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Seleção Brasileira

O assunto da semana é evidentemente a convocação da Seleção Brasileira.

Como 100% dos brasileiros que acompanham futebol, tenho algumas ressalvas. É verdade que, a exceção do meio de campo, não vejo nada de muito grave nas escolhas do nosso técnico.

Começando pelo gol, não entendo a predileção de Luiz Felipe Scolari pelo já veterano Júlio César. Futebol é momento, e o titular absoluto vem de longo período parado e teve que aceitar jogar em uma liga de futebol para lá de obscura para tentar voltar a praticar seu melhor futebol. Não me surpreenderá se ele novamente, como em 2010, for o responsável direto por nossa eliminação.

Meu titular hoje é, sem dúvida, o Jefferson. Com relação ao Cavalieri, vi com naturalidade a sua não convocação. Nosso goleiro viveu um ano de 2013 muito ruim e, embora tenha melhorado bastante em 2014, ainda está um pouco distante daquele goleiro de 2012. Se a Copa fosse em 2012, ele seria o meu titular.

Na zaga, o próprio treinador confirmou que a 4ª vaga foi a decisão mais difícil a ser tomada. Isso porque temos somente 2 zagueiros em nível de Seleção Brasileira. Mesmo Dante, que já era nome certo, não me agrada. Eu preferia que essa 4ª vaga ficasse com o Miranda, do Atlético de Madrid, mas acho que o Henrique foi uma escolha razoável, como teria sido o Réver ou até o Dedé.

Na lateral esquerda, considero o Filipe Luis, por tudo que tem feito nessa temporada 2013/2014 pelo Atlético de Madrid muito mais jogador que o limitado Maxwell, do PSG.

No ataque, minha ressalva é em relação ao Jô, mas realmente não vejo um substituto para o Fred no comando do ataque. Leandro Damião, que seria para mim esse reserva, está num limbo impressionante e não tem condição alguma de vestir a amarelinha.

Por fim, o que considero o grande problema dessa seleção: a falta de um camisa 10 nato. Via para essa vaga somente o Felipe Coutinho, que tem feito uma grande temporada pelo Liverpool. Mas o fato de não ter sido convocado anteriormente certamente pesou para sua ausência na lista da Copa. Creio que sentiremos muita falta de um jogador como o estilo de Felipe Coutinho no mundial. E tenho certeza absoluta de que, tivesse esse jogador sido revelado no time da Globo, a pressão por sua convocação teria sido enorme.

A ausência de um jogador com as características de um verdadeiro meia na lista do mundial é mais um claro sinal de que o futebol brasileiro parou de produzir esse tipo de atleta. Basta ver quem são os grandes jogadores nessa posição do Campeonato Brasileiro: Conca e D’Alessandro, ambos argentinos e que sequer são convocados para a seleção do seu país.

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Campeonato Brasileiro

Domingo tem Fluzão, com a imprensa eufórica pela vitória do seu queridinho na última rodada e o nosso lado desacreditado pela derrota em casa para um adversário teoricamente fraco.

Não sei vocês, mas eu gosto assim quando se trata de enfrentar o adversário de domingo. Há inúmeros exemplos de como essa história acaba: silêncio sepulcral nas redações; nota de rodapé (aquela no canto inferior esquerdo) sobre o resultado da partida na capa do Globo de segunda-feira; e cara-de-bunda do apresentador do Redação Sportv nesse mesmo dia.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @MVivone

Imagem: http://globoesporte.com.br

6 Comments

  1. Rods comenta:

    sobre Xerém, eu acredito que, além do Roberto, temos dois muito bem encaminhados:

    – Felipe Garcia – excelente goleiro, sem medo da bola, ótimos reflexos. Espero que não se perca na sombra do Cavalieri.

    – Gérson – tava meio marrento, mas acho que já aprendeu a lição. Extremamente habilidoso e ofensivo. Pode jogar no ataque ou no meio. Precisa apenas desenvolver um pouco de senso coletivo. Cristóvão tem na mão uma excelente joia para lapidar.

    ST!

    ST!

    1. Marcelo Vivone:

      Rods,

      Tomara que essa nova geração seja melhor do que a que temos hoje em dia. Tem o cabeça de área do qual tão falando muito bem. Esqueci o nome…

      Abraço.

  2. Apenas uma correção ao seu excelente texto: o apresentar do Redação Sportv tem cara de bunda TODOS os dias! Aliás, ele é o próprio bundão! rs

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