Santa Fé 1 x 2 Fluminense – Vitória com cara de Libertadores (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, o Fluminense esteve longe de jogar bem. Sequer esteve próximo da exibição na estreia contra o River. Fizemos um gol no talento no início do primeiro tempo, outro no início do segundo, ambos com a assinatura de Kayke, que iniciou ambas as jogadas.

No primeiro, assistência brilhante de Nenê, no segundo, assistência brilhante de Egídio, mas o desdobramento do jogo mostrou que não podemos contar com momentos e sim com regularidade.

Regularidade que teve Fred enquanto esteve em campo. Duas oportunidades, dois gols, mas com participação efetiva também fazendo o pivô, já que o Fluminense é um estranho no ninho que só joga com ligações diretas.

Falo estranho no ninho porque, em decorrência de ter que assinar um milhão de diferentes canais para poder ver todos os jogos do Fluminense, acabei me apaixonando pela competição, como se isso já não fosse um hábito, claro, quando o Fluminense está presente.

Tenho assistido a vários jogos e chamou minha atenção o Palmeiras jogando de forma reativa, metendo cinco no Del Valle, mostrando que o futebol não é um samba de uma nota só.

Tirando isso, tenho visto times que buscam o jogo o tempo todo, com qualidade técnica e tática, que não abrem mão de competir em todas as fases do jogo, inclusive o reativo e eficiente Palmeiras.

Diante de tudo que vi, o Fluminense está com algumas horas de atraso, com seu jogo de cinco minutos de pressão e, de resto, dando campo ao adversário, criando as situações críticas que vivemos diante do Santa Fé. Com a colaboração, claro, de Egídio, que arrumou uma expulsão quando as substituições de Roger, no segundo tempo, indicavam que tomaríamos, pela primeira vez, as rédeas da partida.

Gabriel Teixeira, que acabara de entrar, Fluminense vencendo por 2 a 1, foi substituído por Danilo Barcelos. Longe de dizer se foi certo ou foi errado, o importante é que o Fluminense, mais que no jogo contra o River, respirou o espírito de Libertadores, e mostrou que está no espírito.

Enquanto outros passeiam, nós sofremos, e isso tem um aspecto positivo. Primeiro, no sentido de mostrar que precisamos evoluir muito em nossa ideia de jogo. Segundo, porque encorporamos o sentido da competição.

Sofrer e vencer foi muito bom, fortalece o espírito, mas jogar futebol é mais importante, e o Fluminense jogou pouco na Colômbia. E é bom lembrar que nossa briga é contra o Junior, adversário da semana que vem.

Vitória heroica, sim, mas justamente isso é preocupante. Que guardemos nosso heroísmo para jogos mais difíceis. Temos elenco para fazer melhor que isso. Muito melhor, aliás.

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Não é um momento legal para falar em política, mas todo momento é apropriado.

Negociar dívidas e vender jogadores por preços muito abaixo do que valem no mercado para pagar despesas está longe de ser uma política que vai reerguer o Fluminense.

Isso já era feito antes. Na gestão Abad, Richarlison foi vendido e o Fluminense colocou os salários em dia. Três meses depois, estava desesperado tentando vender Wendell com a mesma finalidade.

É preciso que a torcida do Fluminense tenha senso crítico, para que a gente não acabe cruzeirando, que é o termo da moda. O que não falta é um bando de não tricolores tentando manipular nossa torcida.

Já vi quem fizesse comparações com a gestão dos Café com Leite. Vamos deixar de ser ingênuos. Os Café com Leite estão onde estão, não é por causa de gestão, mas por causa de uma inundação de dinheiro aportando um clube falido. Mas lá, pelo menos, eles instituíram a responsabilização de dirigentes por maus gastos e gestão temerária, o que não aconteceu aqui.

Para vocês verem como esse tipo de alusão está descolada da realidade, mesmo daquilo a que querem nos comparar. O que nos salva é única e exclusivamente Xerém, uma fábrica forjada em gestões passadas, ainda que com propósitos que precisam ser esclarecidos.

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Hoje eu não vou falar do Marcos Felipe. Eu vou deixar subentendido.

 

Saudações Tricolores!

1 Comments

  1. Nos comentários do pos-jogo o pessoal do Panorama se derramou de elogios ao Calegari, quando este perdeu todas, não conseguiu marcar, o Santa Fé passou a jogar em cima dele tamanha era sua fragilidade, tanto que o Roger trouxe o Luís para ajudar na marcação.
    Muito pertinente seu comentário, Savioli. O time praticamente só se defendeu, mesmo antes da expulsão.

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