Afinal, quem é o vilão do Fluminense? (por Heitor Teixeira)

O Fluminense vive um dos seus piores momentos na temporada e logo tenta-se buscar um vilão. Essa situação não é, no entanto, causada por um só acontecimento ou por uma pessoa e sim por um longo processo. Focando só nas contratações, vamos relembrar alguns dos absurdos que, quando combinados, ajudam a entender a situação atual do Flu.

É bom começar com um contrato assinado no começo da temporada 2019. Paulo Henrique Ganso chegou recebido com festa pela torcida, mas logo veio a realidade. Mesmo importante em alguns momentos, o jogador nunca entregou o esperado de um dos maiores salários do elenco. O que mais assusta é a duração de seu contrato: cinco anos para um jogador que à época tinha vinte e nove de idade e um físico questionável. Hoje é reserva e não se encaixa na equipe de Roger, com o planejamento tendo mudado totalmente nos últimos anos.

Dando um salto no tempo, hora de falar da temporada 2020, sendo mais específico, da lateral esquerda. Primeiro, é claro, Egídio, jogador experiente que tem em seu currículo passagens por Cruzeiro e Palmeiras, onde, mesmo campeão, não deixou saudades. Mais um que atua abaixo tecnicamente, se considerado o salário que recebe. Em sua pior fase, quando, no auge desespero, o torcedor imaginava que jamais algo poderia ser pior do que o lateral da “piscininha”, veio a bomba.

Para substituir o “Gidão” veio Danilo Barcelos, um jogador que era reserva do lanterna Botafogo e curiosamente é agenciado pelo mesmo grupo que controla boa parte dos jogadores do Flu. O que mais incomoda é ver grandes jogadores da base sendo colocadas em segundo plano com essas contratações no mínimo questionáveis.

A lista é longa e olha que eu nem vou falar de todo mundo. Também no meio de 2020 veio Lucca. Pedido de Odair Hellman, o jogador assinou até o meio de 2022 e não gerou grandes retornos. Mesmo na melhor fase da equipe, no fim do campeonato do ano passado, era sempre o pior do ataque do Fluminense e hoje é uma das últimas opções no banco de reservas.

Como cereja do bolo é importante falar de Hudson. Após atuar por toda a temporada 2020 com um desempenho abaixo do esperado, a diretoria achou interessante renovar seu empréstimo, pagando um salário alto para um jogador que, independentemente de sua lesão, agregaria muito pouco ao elenco. Além disso, ao lado de Wellington e agora do recém contratado Nonato, o jogador atrapalha a natural promoção de meias da base como Wallace e Metinho.

O mais triste dessa lista, é perceber como há um padrão de desvalorização da base, com a contratação de jogadores de baixo nível em posições que poderiam ser supridas por esses jovens. Economizando o salário que é pago para jogadores considerados reservas, o Fluminense poderia contratar alguns de alto nível para realmente elevar o patamar da equipe. Para isso, é claro, a diretoria deveria ter um planejamento sério que pensasse só no futebol. Uma realidade distante da atual…

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