Uma estratégia para 2020 (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, feliz 2020 antes de qualquer coisa! Que o ano seja de realizações e repleto de grandes momentos.

Só não devemos contar muito com o Fluminense para que esses grandes momentos se realizem.

As últimas notícias dão conta de que a novela Caio Henrique e Allan chegou ao fim com o final esperado, que eu já anunciara desde o final da temporada passada.

Parecia-nos óbvio que dois jogadores com grande destaque na temporada e sem nada que os prendesse ao Fluminense não permaneceriam.

A razão é muito óbvia. Não temos dinheiro e tampouco temos um plano para obtê-lo. Triste foi perder o Daniel porque tivemos três anos para fazer um contrato para reter nosso melhor jogador e não o fizemos.

Triste, também, será perder o Evanilson, pela mesma razão que perdemos Daniel. Falta total de habilidade e conhecimento futebolístico, que mostra o fardo que é termos que carregar sobre os ombros um modelo amador de gestão.

Perdemos nada menos que os jogadores que mais contribuíram com o time em 2019: Daniel, Yony, Caio Henrique e Allan. Retemos peças duvidosas, como Gilberto e Yuri.

Mas o foco parece ser em contratações duvidosas. Os nomes ventilados, alguns tidos como praticamente acertados, são de cair a dentadura da boca e a peruca da cabeça.

Henrique e Egídio? São aqueles que participaram do rebaixamento do Cruzeiro. Henrique já foi um baita jogador. Egídio já teve seus momentos. Hoje, juntos, somam quase 70 anos. Estão saindo do Cruzeiro, entre outras razões, porque seus salários não se enquadram na nova política do clube. Em que mundo louco alguém acha que se enquadrarão na política do Fluminense?

Não estranharei se vieram para receber uma baba de salário e com contratos longos, bem ao estilo gestão Peter / Mário, a que nos colocou nesse poço financeiro sem fundo.

Vamos recapitular o que temos no elenco atual, incluindo apenas os que comprovadamente podem entregar retorno técnico e servir de referência na equipe.

Temos: Muriel, Marcos Felipe, Gilberto, Igor Julião, Mascarenhas, César, Orinho, Matheus Ferraz, Nino, Digão (provavelmente), Frazan, Yuri e Dodi.

Até aqui, temos um caminhão de gente, sem contar com o Zé Ricardo, que não sabemos se ainda sabe jogar bola, há tanto tempo que esquenta banco de reservas, quando chega a tanto.

São 13 a 14 jogadores capazes de no mínimo compor o elenco. Mesmo assim, Matheus Ferraz e Mascarenhas, depois de tanto tempo no departamento médico, são incógnitas.

De todos os nomes que tenho visto, o único que me agrada é o do Yago Felipe, volante que viria do Goiás. Só.

Daí para frente temos: Paulo Henrique Ganso, Miguel Silveira, Pablo Dyego, Marcos Paulo e… acabou. Alguém aposta no Nenê ainda?

Está nítido que o foco deve ser na contratação de meias e atacantes, parece-me óbvio, mas não os que querem nos empurrar. Por que não dar uma oportunidade ao Matheus Pato, que antes de sofrer uma grave lesão foi simplesmente o artilheiro da conquista do Campeonato Brasileiro Sub-20 em 2015, deixando o Pedro na reserva?

Podemos montar um meio-ataque com Ganso, Miguel, Marcos Paulo e Matheus Pato. De resto, se o que precisamos é pensamento estratégico, vamos dar uma olhada com carinho para a Copinha. O Fluminense pode não ser campeão, mas já mostrou que tem muitos jogadores de qualidade.

Em vez de ir para o mercado e inflacionar a folha de pagamento, por que não subir essa garotada para completar o elenco? Vamos dar oportunidades reais a esses garotos e tentar começar a formar um time para – quem sabe? – 2022.

Vamos tentar aproveitar o que sobrou da “geração de ouro” para montar um projeto de futuro, com perspectiva de longo prazo. O quadro atual é de terra arrasada. Temos que começar praticamente do zero em termos de projeto futebolístico, plantar para tentar colher no futuro, já que dinheiro não há e não vai haver.

Com um elenco barato e, ao meu ver, até bastante qualificado, podemos seguir uma rotina financeira positiva, que seja de combate e redução da dívida. Mas vamos dar chances reais aos garotos. Vamos tentar criar um modelo de jogo em que possamos nos sentir à vontade.

A torcida já mostrou durante o ano de 2019 que está pronta para comprar a briga. Com a política de contratações que se anuncia, tirando lugar da base, a Série B no final do ano é muito mais que um risco. Arriscando com a estratégia de mesclar o elenco atual com os bons valores da base temos uma boa chance de chamar a torcida para jogar junto, bastando deixar claro que existe um projeto e que ele seja descrito de forma transparente.

Com a mentalidade que se torna explícita nas falas do atual presidente, o Fluminense pode no máximo sobreviver aos três próximos anos. Se pelo menos tivermos uma política financeira arrojada, combinada com a revitalização das Laranjeiras e um bom plano de sócio torcedor, talvez cheguemos ao final da gestão Mário Bittencourt com um passivo menos intimidador e um terreno arado para o próximo presidente, mas precisaremos de muito profissionalismo, ciência e método para formar times minimamente competitivos, que nos mantenham na Série A.

É o que nos resta.

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

1 Comments

  1. Pior do que contratar esses dois,seria trazer o velho Fred. A contratação de Egídio revela que Caio Henrique não fica e que Mascarenhas e Orinho não servem,seja por uma série de contusões do primeiro, deficiência técnica ou demora a se recuperar do segundo. Seria bom o Alan ficar se for por um valor razoável,ficarmos com um percentual o que nos daria um valor na revenda já que foi convocado,mas como volante não me encanta já que não marca bem.

    PS: Alan, Caio Henrique, Gonzalez, Daniel e…

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