Uma camisa, uma história (por Walace Cestari)

ASSIS CAMISA
Uma camisa. Que força possui uma imagem? Uma frase? Um momento? Quanto de magia pode voltar diante de um ícone? A representação das glórias e vitórias. E que vitórias! Um verdadeiro acerto em todos os aspectos a nova camisa branca do Fluminense.Em primeiro lugar, porque faz referência a um de nossos mais importantes jogadores, Assis (como sabem, rejeito a titulação de “ídolo” para qualquer de nossos atletas). Alguém identificado com nossas cores, que mostrou todo o empenho ao envergar nossa camisa e, ainda por cima, um colecionador de títulos. Ganhou da torcida a alcunha de Carrasco. E foi. E venceu um grande time que havia montado o Flamengo. Duas vezes. Valorizar os nomes que construíram a história do Flu é algo grandioso. E merecido.

Em segundo lugar, porque me fascina ver o Fluminense de branco. O uniforme de alvura quase absoluta, de detalhes grenás e verdes, mas sem firulas ou grafismos de gosto duvidoso. É lembrança de infância, coisa de criança. A tal da magia que cisma em nos visitar de quando em vez. De longe, lá do alto das arquibancadas de um Maracanã que não existe mais, parecia que o branco ocupava mais espaço, parecia que éramos mais em campo. Multiplicávamo-nos. E adicionávamos taças em nossa sala de troféus.

Uma camisa é a personificação de um sentimento. Uma paixão que extrapola quaisquer limites e insiste em se fazer presente nas derrotas e nas vitórias. In hoc signo vinces! Sim, é por teu escudo, por tuas três cores que sempre estaremos, Fluminense. E delas, o branco é, sem dúvidas, o mais altivo. Talvez o que nos represente em estado de graça. Traduz nossa fidalguia, nossa preocupação com o esporte, nosso destino de conquistas. É a união absoluta de todas as cores do espectro, tal qual simboliza a ligação indissolúvel entre história, time e torcida, um vínculo indissociável, laços de eterno amor.

O pano que serve para identificar o companheiro, mas que carrega consigo a memória de todas as batalhas já vividas. A armadura que determina os guerreiros e que, à altura do peito, conecta o coração ao brasão condutor das vitórias. Um só pulsar. Entrelaçadas, nossas iniciais mostram que há diversos caminhos para os triunfos. É a inspiração maior que pode ter qualquer torcedor. Não há como ficar impassível diante de uma camisa do Flu. Seria como não admirar as pirâmides egípcias ou a pujança das cataratas do Iguaçu. Só os estúpidos assistem à história passar ante os olhos e nada sentem.

Que acerto nesta camisa! Se já houve reclamações sobre a Adidas, faz bem reconhecer: enfim trataram um produto da forma que exige a grandeza do Tricolor. Produzida com esmero e cuidado, divulgada de forma competente. Golaço do marketing do Fluminense. Mexer com brios e memórias de torcedores que andam mesmo precisando sair de seu estado de rabugice.

Espero vê-la em campo em breve, conquistando vitórias, demolindo adversários. Um uniforme para dignificar guerreiros campeões. Que evoca as forças do passado para construir o futuro. Em campo, mais que um time, o branco tricolor indica que a própria história está presente. Que sejamos felizes de branco. Que traga mais raça e vontade de vencer. E que os adversários, em especial os fregueses de Assis, revivam os pesadelos do passado que o Fluminense sempre lhes impôs. Está escrito no ar e na gola: recordar é viver.

Walace Cestari

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

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