Três vezes problemas (por Walace Cestari)

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O sol apareceu com tudo em Moça Bonita. Contudo, foi a única coisa que brilhou na Zona Oeste nesta tarde. Uma estreia para lá de apagada de um time que não conseguiu apagar em nada a má imagem que deixou no ano passado. O forte calor de Bangu castigou os torcedores que levaram a esperança de ver algum futebol no estádio Proletário. Com um gramado de fazer vergonha a qualquer pelada, os times entraram em campo e de grandioso, apenas a lembrança do escudo do Fluminense.

No jogo, o 4-5-1 concebido por Renato fracassou. Talvez seja cedo para condenar o esquema, que, no papel, parece inteligente. A linha de três homens de meio formada por Conca, Wagner e Sobis não funcionou e acabou por prejudicar a criação de jogadas. Conca bem que tentou e, enquanto teve fôlego, demonstrou a categoria habitual. A formação escondeu Sobis que jogou muito recuado e tentou muito pouco no ataque, não arriscando nem sequer um chute de longe – seu ponto mais forte – que mereça destaque. Wagner voltou em 2014 da mesma forma burocrática como atuou em 2013. Pouco produtivo, abusando de passes laterais, sem objetividade alguma. Acabou bem substituído.

Todo esse problema de criação deixou Michael isolado, sem participação no jogo. O que nos leva a crer que nem Fred mudaria o panorama do jogo de hoje à tarde: um atacante isolado sem que se crie jogadas para ele é praticamente uma peça nula. No meio, Jean esteve abaixo do que pode render e não ajudou a criar jogada alguma. O jovem William mostrou disposição, mas falhou algumas vezes na parte defensiva, sua única função em campo.

A zaga versão 2014 mantém o mesmo padrão 2013. A manter-se o quadro, sofreremos tanto ou mais que no ano passado. Falhas de posicionamento e espaços não ocupados mostraram que as férias não fizeram nossa dupla de zagueiros modificar qualquer comportamento já conhecido. Somado a isso, a inexistência de laterais. Ronan foi atabalhoado, não apoiou, não se apresentou e posicionou-se mal, comprometendo a estrutura já não confiável da zaga. Wellington Silva não merece que se dedique qualquer linha sobre sua atuação. Deve-se repensar com urgência a permanência do jogador nos quadros do Fluminense. Por fim, um Cavalieri inseguro e sem tempo de bola coroou o show de horrores que desfilou na estreia do carioquinha.

O Madureira, que tem um time fraco – apesar do bom camisa 10 – dominou a partida, abriu o placar e não se abateu ao tomar a virada em breves lampejos do Fluminense. No segundo tempo, a equipe suburbana impôs seu jogo, sobrou fisicamente (o que era de se esperar) e poderia ter aplicado um placar elástico no Flu, não fosse a péssima pontaria de seus atacantes. Ainda assim, o Madureira criou e finalizou muito mais que nós. No finalzinho, o abafa quase nos rendeu o empate, o que não seria – de forma alguma – merecido.

Estreia de Renato Gaúcho, sob sol forte, contra o Madureira e com derrota. Roteiro de um filme já visto em 1995. A diferença é que perder em início de temporada é normal. Estrear com derrota também não é nada preocupante. Tomar três gols do Madureira – com todo o respeito possível – é para acender luzes de todas as cores para indicar pânico. Que a virada comece no meio da semana, mas, enquanto isso, a imprensa vai saborear nossa derrote e tripudiar de nossa incompetência.

PULITZER

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2 Comments

  1. Ontem assisti o time sub-16 ganhar do barça.

    O goal-keeper titular fez jus ao nome[guarda-meta], com quatro defesas portentosas, saiu machucado.

    Veio o reserva, também fez jus ao nome, lembrando a nossa antiga tradição de grandes goleiros, infelizmente, mui-antiga!

    O que foi aquela figura no jogo do time principal?
    [chuta, que eu aceito… tipo evangélico?]

    Estamos pagando muito caro pelo Tetra! Até quando?

    SSTT

  2. Incrível, mas parece que não aprendemos com 2013. O pesadelo se repete…

    Precisamos urgente de REFORÇOS, não gente para compor elenco. Bruno, Wellington Silva, Gum, Eusébio, Jean, Wagner, não podem continuar como titulares de nosso time.

    Se o Celso Barros está com algum problema com a diretoria, que vá ser feliz em outro lugar. Caso contrário, que invista pesado ou vamos amargar outro ano muito ruim.

    ST, Luiz

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