Um treinador pela metade (por Felipe Fleury)

felipe fleury green 2016

A produção ofensiva do tricolor sob o seu comando é risível, notando-se claramente, que o seu intuito é basicamente jogar para não perder. Contra o Atlético/PR, por exemplo, o Fluminense deu três chutes na direção do gol: um com Fred, outro com Ayrton e o pênalti perdido por Cícero.

Em 2016, perdemos do time paranaense, do Inter e só não perdemos do Shakhtar porque fomos beneficiados pela falha bisonha do zagueiro ucraniano.

Se alguém espera que produzamos algo além disso, pode tirar o cavalo da chuva. Eduardo Baptista ainda é um treinador em formação, não tem currículo à altura do Fluminense e foi contratado como mais uma aposta, outra que não deu certo. Não bastassem os lastimáveis equívocos: Cristóvão, Drubscky e Enderson.

Da sua cartola não sai outro coelho. Sua monossilábica estratégia é essa que temos visto: um conceito pela metade, onde os jogadores têm o controle aparente do jogo, mas não sabem o que fazer com a bola para dar ofensividade à equipe. E daí temos muitos empates, muitas derrotas e pouquíssimas vitórias.

Com esse minguado repertório, Baptista não levará o Fluminense a lugar algum. Uma pena, contudo, que a nossa diretoria de futebol não tenha se apercebido disso logo ao final do campeonato brasileiro de 2015. Poderíamos, agora, com um treinador experiente e vitorioso, à frente da pré-temporada tricolor, estar sonhando sonhos mais elevados.

Conformar-se com mais um ano de luta contra o rebaixamento, conformar-se com a mediocridade de um treinador que não está à altura da nossa história é apequenar-se.

Nosso rival contratou Muricy Ramalho que, por mais defeitos que possua, é um treinador experiente e vitorioso. Numa comparação singela, não há dúvidas de que, embora as equipes se equivalham tecnicamente, o rival sai na frente por ter um treinador mais conceituado.

Provavelmente, depois de mais alguns malogros, como costuma acontecer, alguém aceitará, tardiamente, que o Eduardo Baptista não é treinador para o Fluminense. Mas aí, como no ano passado, todo o planejamento será sacrificado pela mudança de comando no decorrer das principais competições.

E o pior é que, como das outras vezes – Cristóvão, Drubscky e Enderson – a emenda pode sair pior do que o soneto.

Se ainda há um pingo de bom senso em quem comanda o futebol tricolor, é bom, desde já, pensar num novo nome para substituir o atual treinador, porque este já está com seus dias contados. E que a sua competência não seja aferida por livros ou teses mirabolantes de um futebol moderno – que são bonitas na teoria, mas que na prática não funcionam – mas por meio de um currículo vitorioso e compatível com o que representa a grandiosa história do Fluminense.

O futebol é, em sua essência, simples, e é na sua simplicidade que reside a sua eficiência.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @FFleury

Imagem: ff/rap

6 Comments

  1. Alguém duvida que o Muricy tinha aceitado voltar ao Flu e o Frederico vetou?

    Alguém duvida que esses milionários entediados estão cansados dos treinamentos?

    Alguém duvida que antes do fim do campeonato Fluminense de futebol o técnico cai?

    #QueroGritarCampeão

    ST

  2. ST**** Felipe

    Teu texto expõe plenamente a opinião de muitos de nós.

    A dificuldade dos técnicos no Fluminense é a quota de titulares indiscutíveis que ninguém consegue sentar na reserva e o capitão que, apesar de não jogar futebol, tem palpite e vontade para tudo. Técnico grande não aceita nem uma coisa nem outra. Técnico pequeno pode até querer, mas não consegue fazer um trabalho diferenciado. Enquanto isso não mudar…

    1. Talvez seja por isso, Mauro, que nossos últimos treinadores tenham sido escolhidos entre os de segunda ou terceira linha do futebol nacional. Um abraço e ST

  3. O esquema tático dele é ligação direta, da defesa pro ataque e chutões e mais chutões!

    1. Exato, Sergio. Toques improdutivos na linha defensiva e a partir daí, como não há qualquer estratégia planejada, o time fica praticamente inoperante ofensivamente. ST

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