O Flu e a batalha em Itaquera: torcer ou torcer (por Paulo-Roberto Andel)

A barra é pesada logo mais. Pesada pacas. Jogar num dos estádios de maior pressão no Brasil, sem treinador e depois de dias conturbados, pior ainda.

Contudo, o Fluminense costuma desafiar os piores cenários. Assim tem sido sua história: já conquistou vitórias e títulos inesquecíveis mesmo contando com jogadores humílimos, treinadores confusos e dirigentes pra lá de trapalhões.

Muitas vezes o sucesso ajudou a esconder os defeitos, assim como o tempo amacia fatos e atenua equívocos, mas eles estiveram lá do mesmo jeito em que todos os grandes clubes de futebol do Brasil e do mundo.

Quatro dias depois da derrota para o CSA, a essência do Fluminense de Diniz não deve se alterar em termos de estrutura. Seria impossível. Já os jogadores devem entrar com aplicação máxima, tanto para homenagear o ex-treinador quanto mostrar serviço para Oswaldo de Oliveira.

Mesmo que parte considerável da torcida tenha reprovado o nome do novo comandante tricolor por motivos justos, é certo que ninguém deixa de torcer para o Fluminense por causa de jogador A, treinador B ou presidente C. Tudo bem, há um ou outro metido a senhor da verdade que chegou ao cúmulo de secar o time no estádio em 2018, mas agora que seu candidato foi eleito deve ter amansado – é a exceção, não a regra. Assim sendo, os milhões de tricolores vão empenhar seus corações para um resultado digno logo mais diante do Corinthians.

É o que cabe: garra, coração, vontade para superar as limitações e encarar o Alvinegro de igual para igual. Vamos pra cima. Não tem nada decidido. É claro que o Corinthians é favorito antes da bola rolar, mas para permanecer favorito tem que confirmar no campo. E o Fluminense sempre soube ser a mosca na sopa.

Assim sendo, até por falta de alternativas, é torcer ou torcer. O resto se discute depois. Todos os corações juntos na batalha em Itaquera logo mais.

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A trapalhada da demissão de Diniz provocou enorme celeuma na internet tricolor nestes dois dias. Não houve lugar em que houvesse três tricolores com a mesma opinião. E que bom que isso aconteceu, porque torcida de clube não tem que ser massa de manobra ou claque, do jeito que algumas raposas felpudas da política tricolor tanto gostam.

Nos últimos tempos, o futebol alimentou um discurso um tanto fajuto de que, se alguém critica o próprio clube, o time ou qualquer coisa, o faz por algum tipo de interesse pessoal ou “não é tricolor”.

Quando leio ou ouço essas coisas, tenho vontade de rir. Estou chegando a mil colunas no meu blog, um livro de duas mil páginas, sem receber um níquel e pagando do próprio bolso (não o de dirigentes, viu?).

Há quatro anos, quando critiquei – merecidamente – a direção de futebol então conduzida pelo atual presidente do clube, setores da falecida(?) Flusócio, aliados fiéis do dirigente na ocasião, me acusavam de má vontade com o mesmo porque eu era processado por um então empregado do clube, por ele protegido. Meses antes disso, faltavam me levantar para o alto porque liderei a publicação de “Pagar o quê?”, para muitos a maior defesa institucional da história do clube. Um ano depois, faltavam me levantar para o alto novamente porque, mesmo contra minha vontade pessoal, mas respeitando a decisão do grupo político ao qual pertenci, apoiei Abad nas eleições de 2016 – e me arrependi um mês depois.

Sinceramente, reclamar de quem critica uma escalação, contratação ou momento, ou classificar como “não tricolor” quem não reza pela cartilha chapa branca ou do otimismo cego, é tão ridículo quanto reclamar no primeiro passe errado ou chute a gol para fora nos primeiros cinco minutos de jogo. Ou quem vaia antes do jogo começar.

Se muita gente criticou a contratação de Oswaldo, à toa não foi. O novo treinador não tem histórico de grandes trabalhos no Brasil há mais de uma década, na maioria deles não durou um semestre. Não é o que se esperava diante da atual situação de emergência do Flu. Que diferença ele teria hoje de Alberto Valentim, Zé Ricardo ou Roger? Difícil dizer.

Mas foi o que conseguiram, e é com ele que vamos por tempo indeterminado.

Tem chance de dar certo? Pode ser, mesmo que não seja muita. Basta que contrarie suas próprias estatísticas nos últimos dez anos.

Qualquer torcedor tricolor quer que funcione e dê certo, ora bolas! Agora, nem todo mundo tem que ser obrigado a viver sob a constituição do mundo de Pollyanna, onde tudo é belo e perfeito, a ponto de brigar com os fatos, a história e a matemática pela posse da “razão”. Quem quer torcer para um clube onde não haja senso crítico da torcida só tem um caminho: escolher outra equipe, de pequeno investimento, sem torcida. Nos grandes, seguidos por milhões de pessoas, tem divergência e crítica.

Por outro lado, mesmo com histórico recente ruim no Brasil, urge dizer que Oswaldo de Oliveira não é Ricardo Drubsky – com todo respeito a este profissional. Quem sabe OO não se reinventa nos anos finais de carreira? Tomara…

Há três meses, Vanderlei Luxemburgo era (injustamente) motivo de chacota, e agora o Vasco está à nossa frente. Scolari tomou a maior sova da história do futebol brasileiro, voltou, foi campeão com o Palmeiras e aí está. Em futebol os relativos precisam ser bem pontuados e não há verdade definitiva.

Não tem pinta de que vai dar certo, mas não resta alternativa: é torcer ou torcer e sonhar com o velho Fluminense que surge redivivo quando menos se espera.

Que este cronista e 70% da torcida quebrem a cara. Não tenho o menor problema de vir aqui e pedir desculpas, prática recusada apenas por idiotas ou por gente que se acha muito mais importante do que é.

Quem é que cravou a ótima fase do Matheus Ferraz antes da contusão mesmo?

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Uma coisa é certa: tanto quanto reverter a campanha no Brasileirão, lutar pela vaga na Sula e reacender a carreira de Oswaldo de Oliveira, o Fluminense precisa tomar seríssimas providências contra a turma do VAR.

Com tudo o que temos vivido neste ano, não fossem tantas as garfadas sofridas pelo Flu, esta coluna teria outro tema – até porque Diniz sequer teria sido demitido.

Não se trata de amaciar erros do ex-treinador nem deficiências claras da equipe, mas de compreender que, em futebol, não se ganha o jogo apenas com talento dentro das quatro linhas.

Os pontos surrupiados pelos erros de arbitragem estão fazendo muita falta.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

#credibilidade

1 Comments

  1. UMA TORCIDA INCÔMODA A DESAFIAR COM SEU TESTEMUNHO OCULAR A POLÍCIA, A TORCIDA DOS MOSQUETEIROS, O JUIZ E JÁ AGORA O V.A.R…MAS O GRAVATINHA HABITUADO A DESAFIOS TORMENTOSOS MANTÉM A FLEUMA E O SAVOIR – FAIRE..

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