Todos pelo penta tricolor (por Crys Bruno)

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A derrota desnecessária para o Vasco, no último domingo expôs nossos erros de encaixe, problema que deverá ser consertado com as titularidades de Osvaldo e Ronaldinho, mas que ainda nos faz sofrer, principalmente quando enfrentamos retrancas.

O trabalho muito bom do Enderson tem seu mérito na organização. Ele posicionou e organizou os jogadores de forma simples e clara. Antes perdidos, sem saber como e onde se posicionavam, faziam com que o time oscilasse constantemente. Só que os jogadores ainda não se completam e alguns jogam fora de posição.

Domingo não foi diferente. Organizado e dono do jogo, no entanto extremamente afobado e querendo definir logo a partida, o Fluminense foi derrotado, sobretudo, por ele mesmo. A afobação foi nossa maior inimiga. Tivesse sido controlada e teríamos aberto o placar pelo volume de jogo que tínhamos.

Entendo que os jogadores quisessem dar alegria ao torcedor pela festa fantástica, mas futebol pede sempre técnica e inteligência. Com afobação, comprometemos a parte técnica; sem inteligência, até o resultado. Sem técnica, que alguns do nosso time não têm, e inteligência, sucumbir é a consequência natural. Futebol não é força nem pressa, é jeito.

Enderson também se afobou e sua boa leitura de jogo se desfocou com isso. Gostei da estratégia de pôr o Osvaldo só no segundo tempo, quando o jogo abriu mais e o adversário ficou mais desgastado fisicamente. Mas as substituições foram Dunguestas

Conseguimos empatar, mesmo com a mesma afobação, mas então a surpresa: o time pregou. O natural era pressionar mais ainda e virar, pela melhor qualidade e porque o Vasco nos chamava para seu campo.

Isso não ocorreu e, ao assistir o videotape, constatei o que resmunguei durante: Edson e Jean atiravam-se ao ataque ao mesmo tempo e juntos com os laterais, mas não voltavam a tempo. Resultado: nossa zaga, que é lenta, ficou sempre no mano a mano. O resto foi o que vimos.

Foi a partida mais irresponsável do Edson. Reparem nos (raros) lances de ataque do Cruz-Maltino -especialmente, nos gols – que não vemos o Edson nenhuma vez cumprindo sua importantíssima função, que é de proteção e cobertura aos zagueiros, com estes saindo para cobrir os laterais.

No primeiro gol do Vasco foi Jean que ajudou, largando Andrezinho. E se Gum não alcançou a bola, quem deveria acompanhar o jogador que se infiltra na área, vindo de trás? Edson. Sair do lance é falha maior que errar.

Edson largou sua função e virou “jogador ofensivo”, cheio de trivelas e erros de passe. É preciso alertá-lo disso. Não pode! Ele não precisa marcar gol para se consagrar e continuar sendo um ídolo para nossa torcida; basta apenas marcar o adversário.

Quem também saiu do lance foi nosso grande Cavalieri. Aquela bola era para o goleiro sair de soco. Nunca sai! Nunca! E “nunca” para um goleiro como ele, é muita coisa. Eu não sei se as mudanças na comissão técnica mexeram com o preparador de goleiros do clube…

É vital, porque o gol é o único setor que só conta com um jogador e, se esse falhar, é gol do adversário. Não conheço quem tem essa tarefa, mas rogo desesperadamente para que reforçem esses treinos com o Diego ou, ao clube, que reforce a equipe de preparadores dele. O nível de falhas esse ano está acima da sua média e do razoável já.

Enderson não viu ou, se viu, decidiu por não interferir nas subidas constantes ao ataque do nosso camisa 8, que desguarneceram o sistema defensivo. Não viu ou, se viu, não quis fazer nada. Jean estava cansado (como Edson), já não marcava mais o passe do meio-campo do Vasco e, ao substituir, o treinador foi no óbvio: tirou o Gérson – que eu gostei de ver no primeiro tempo, como o time, porque não jogou fixo na direita, aquele “crime”. Com isso, foi muito mais participativo, aparecendo, como deve ser um meia, em vários pontos do campo. No entanto, igualmente afobado. O que fez escolher jogadas erradas. Mas não era para sair.

Eu tiraria o Jean, recuaria o Gérson e nem que fosse invandindo o campo, obrigaria o Edson a jogar como primeiro volante e não meia-atacante. Se não obedecesse, Marlon entraria para fincar o tridente defensivo e ajudar os zagueiros, nunca o Higor – que é segundo volante.

Nada disso aconteceu e a afobação, que cegou nosso técnico e induziu ao erro nosso time, nos deu um tiro de misericórdia num tirambaço de Jhon Cley. Ali, Marcos Jr já era meia armador, embolava-se com Magno Alves, Jean se arrastava em campo e Higor tentava ajudar o improvisado Gustavo Scarpa na lateral esquerda.

Derrota amarga mas que poderá igualmente remediar muitos problemas de encaixe e postura de jogo nosso daqui para frente, nessa luta pelo título.  Luta que terá já quase uma “Copa Sul”, nossos três próximos adversários. Título que só virá se Ronaldinho e Osvaldo completarem o time.

O Ronaldinho para ser o jogador que sozinho muda a história da partida; Osvaldo, o atacante de velocidade. Ou em analogia com 2010 e 2012, Conca e Deco, Emerson e Wellington Nem. Jogadores que não tínhamos e que, sem eles, não nos colocariam no patamar de candidatos ao título. Então, sem esse encaixe, iríamos oscilar, cair de rendimento até.

Agora, não: é contar com a mais valia que os novos reforços trazem. É retirar dessa derrota amarga o remédio para dirimir nossas falhas. A perseguição já era forte, agora com Ronaldinho, vai piorar: somos (Fluminense, Fred e ele) “petulantes” que “insultaram” os queridinhos da mídia, Flamengo e Vasco. Quanta “ousadia”!

Agora é apoiar. Jogar junto. E ao lado dos honrados 17 mil tricolores que vão sempre. Projetar o time. Enderson, inspire-se! Aqui, da arquibancada, deixarei minha dica: não se aborreça. Sou apenas uma dentre nove milhões de treinadores do Fluminense.

Vamos com Marlon na zaga. Quem eu tiraria? Embora esteja fazendo partidas muito boas, sacaria o Antônio Carlos, herói de 2005, só porque ele está com a perna mais pesada que Gum. Giovanni já melhorou na marcação fora da área, embora seja fraco no jogo aéreo. Aliás, que sua lesão não seja tão grave.

Edson é primeiro volante, mais para um terceiro zagueiro. Não pode ir feito um índio ao ataque toda hora. Só na boa. Ele não está em campo para se consagrar e virar ídolo marcando gols, mas sim combatendo o adversário.

De meias, Gérson, Ronaldinho e Gustavo Scarpa. No ataque, Osvaldo e Fred. Seria meu time. Sairiam Jean e Marcos Jr. Não acho que ele fará isso. O Gustavo Scarpa é quem deverá sair. Mas domingo em Chapecó não, porque Gérson está suspenso e Ronaldinho, ainda não estreará.

E domingo em Chapecó é o jogo para virar essa página, remediados, sem mais o sabor amargo daquela derrota. Sem afobação. E, sobretudo, com a certeza que o Fluminense está nos trilhos certos, rumo a luta por um épico pentacampeonato. Nense!

Abraços.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @CrysBrunoFlu

Imagem: D. Zappe

8 Comments

  1. Boa tarde.

    Gum e Antonio Carlos deveriam dar lugar á Henrique e Marlon.

    Marco Junior não pode ficar no banco.

    Fred , como sempre fica irritadiço e pede a cabeça quando bem marcado, por isso o Fluminense nunca ganhou uma libertadores ainda.

    O Gerson vai fazer muita falta domingo.

    Qual o Ronaldo gaucho que vai jogar no Flu: o do galo ou o do Flamengo?

    Por enquanto é só…

    ST

    1. Oi, Gadelha! Como vai o amigo?

      Concordo com vc em quase tudo. Só discordo sobre o Marcos Jr, ele está esforçado e tudo, mas para ser titular, não acho.

      E sobre Ronaldinho Gaúcho, a pergunta é: Por que ele só não foi bem no Flamengo?…

      Sim, pq ele foi decisivo no Atlético e no Querétano (clube mexicano foi vice-campeão mexicano). Isso para não citar sua passagem pela Europa.

      Então, Gadelha, estou certa que Ronaldinho vai ajudar muito. E teremos o Ronaldinho. Isso é tudo.

      ST4! E…

  2. Melhor descrição e análise do péssimo posicionamento do sistema defensivo…….que como muito bem descreveu não se faz apenas com os zagueiros.
    Cavalieri poderia ser o titular na seleção se soubesse sair do gol…..não sabe pelo alto, nem quando o atacante entra de cara…sempre cai pro lado errado ou muito antes do cara chutar…parece o Raul de frente com o Reinaldo.

    ST

    1. Olá, Gaia. Que lembrança boa! Reinaldo x Raul rs. Uma pena que José Roberto Wrigth interferiu rs

      Obrigada pela presença. ST!

  3. Boa tarde Cris, saudações tricolores!

    É um campeonato dificílimo e estamos indo muito bem, esta derrota não pode abalar o grupo, mas concordo que devemos tirar lições dela, não pela rivalidade com o náufrago da gama e sim pelos motivos descritos na sua ótima análise, o Fluminense e os torcedores tricolores devem seguir como os patinhos feios do campeonato, comendo pelas beiradas, não somos favoritos a nada, mas que bom será se houver continuidade ao espetáculo de energia da torcida…ST.

    1. Olá, FluMaior! Obrigada pela presença.

      Acho que essa é uma das várias vantagens de não ser queridinho da mídia: ser o patinho feio rs. Concordo com vc que não somos favoritos, mas acredito que se Ronaldinho e Osvaldo forem bem, estaremos prontos para surpreender. rs

      ST

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