Eu confio no título do Flu (por Paulo-Roberto Andel)

Ouvi e li gente da nossa torcida com preocupação para a decisão​ de domingo. Houve quem considerasse a derrota no primeiro jogo algo difícil de ser superado. Democraticamente, discordo.

Com o exato respeito que o rival merece, nem mais, nem menos, no dia em que eu não acreditar que o Fluminense pode vencer qualquer jogo por dois gols de diferença, não tenho mais motivos para acompanhá-lo regularmente.

A história tricolor está lotada de fatos de superação e de reversão de vantagens. Tirando-se o ano de 2012, onde passamos o trator na temporada, é quase impossível lembrar de algum título do Flu que não esteja marcado por desafios e crescimento em momentos decisivos. Até a emblemática Máquina ganhou o Carioca de 1976 no último minuto da prorrogação.

Em sua pior partida da temporada 2017, o time titular do Fluminense poderia ter tomado uma goleada domingo passado, se consideramos o primeiro tempo. No segundo, não; faltou foi força ofensiva. Não há o menor motivo para derrotismo, vindo de quem quer que seja. Não existe maior prova de confiança do que o silêncio da torcida rival ao término da primeira partida: os fantasmas de Flávio, Assis e Renato Gaúcho são páginas eternas do pesadelo do lado de lá, somados a grandes gols de Zezé Gomes, Cristóvão, Washington, Rodriguinho, Fred e tantos outros.

De mais a mais, o fundamental: torcer é coração acima de tudo. Empurrar, acreditar, buscar a felicidade do time campeão como se fosse um beijo da pessoa amada. O Flu tropeçou na primeira partida da decisão. E daí? Tem um histórico fantástico neste 2017 até aqui, com um time jovem e que, se ainda precisa de reforços, já mostrou que tem uma espinha dorsal, uma atitude, uma personalidade.

Que me desculpem os mais jovens e pessimistas, mas é que fui criado naquele outro Maracanã vendo a festa do nosso lado e a lamúria pelo vice do outro. Num Fla x Flu, pré-campeão só existe em manchetes e colunas de gosto duvidoso. A chamada FlaPress já existe há mais de meio século, basta ver a trajetória do Fluminense no período em questão.

Ninguém pode garantir nada para este domingo que encerra o Carioca, mas tenho plena confiança na reversão da vantagem e na volta olímpica da garotada tricolor. Alguns chamam de sonho, delírio e bravata. Eu prefiro me apegar ao que já vi e vivi, já que o saldo é francamente positivo. Confio no título. A história talvez não entre em campo, mas ela jamais pode ser desprezada.

Ganhar Fla x Flu é normal, mesmo que por dois gols. Não tenho porque não acreditar.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: curvelo

3 Comments

  1. Paulo, bela crônica. Mas faço um reparo. Manfrini não pode ser esquecido. O carrasco de 1973 marcou dois gols na final em que arrasamos por 4×2 a facção secessionista na final. Creio que só manfrini e Renato gaúcho marcaram dois gols em um único fla flu decisivo. O carrasco eterno, assis,assinalou dois em dois jogos. Aliás, se o galinho perdedor de pênalti é o artilheiro dos fla flus de meio de tabela, Renato, manfrini e assis são os artilheiros dos fla flus decisivos.

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