Tarde-noite no Engenhão (por Ricardo Valença)

Para deixar tudo explicadinho…

O Fluminense é mais líder do que nunca. O vice é mais vice do que nunca. Não jogamos no sábado, nem eles. Oh, o que fazer sem futebol neste fim de semana? Simples: contar com nosso repórter especial Ricardo Valença em mais uma aventura no Engenhão: captar os momentos legais e divertidos do simpático Botafogo em sua partida contra o Atlético-GO sábado passado.

Ricardo prima pela objetividade e bom-humor.

Em nossa eterna campanha contra a xenofobia futebolística, marcamos mais um golaço.

Divirta-se.

Paulo-Roberto Andel

 

Tarde de sábado ensolarada, amenos 42 graus borbulhando nos relógios da cidade maravilha, purgatório da beleza e do caos. Estava eu a passear com meus filhos quando, ao passar por um dos acessos  do Engenhão, vi algumas dezenas de pessoas se aglomerando.

Gritei assustado: – Arrastão, assalto! Meninos, deitem-se logo no chão do carro! – Não, pai (um de meus filhos me acalmou), é a torcida do Botafogo!

Sim, lembrei-me que o Glorioso iria enfrentar mais um adversário, o poderoso Atlético de Goiás, e a torcida estava se preparando para lotar o estádio e testemunhar mais uma vitória rumo ao seleto grupo dos participantes da Libertadores.

Perguntei aos meninos: Vamos? Prontamente responderam que sim.

Passamos rapidamente em casa, deixamos o carro (certamente não encontraria mais vagas no estádio…), comemos e bebemos algo, pois como um mão-de-vaca convicto e assumido, não admito me submeter à ditadura dos preços abusivos e das parcas opções de comida e bebida disponíveis.

Chegando ao Engenhão, encontramos as bilheterias completamente vazias.

Pronto, pensei, não deve ter mais nenhum ingresso disponível, pois faltavam somente 5 minutos para começar a partida.

Para nossa grata surpresa, conseguimos comprar meu ingresso e nos acomodarmos confortavelmente no setor sul (o mais baratinho, sempre) a tempo de assistir o apito inicial do juiz.

Jogo morno, mais pelo calor que exalava do concreto das arquibancadas do que pela movimentação em campo. Comecei, então, a reparar em outros detalhes além do jogo, mas que ajudam a compor o espetáculo.

O Atlético de Goiás entrou em campo usando camisas que pareciam as do Flamengo com um escudo igual ao do São Paulo; o Botafogo, com sua tradicional camisa listrada e calções pretos.

Aos 20 minutos do primeiro tempo, Seedorf faz o primeiro alvinegro. Muitos torcedores do setor sul reclamaram e lamentaram não tê-lo visto, pois estavam ocupados e em coro chamando de gostosa a gandula Fernanda (um fato incontestável, aliás).

Aos 35 minutos, momento de tensão, quando Seedorf sai de campo bastante aplaudido – mas chorando – sentindo dores na coxa ao após cobrar um escanteio. Elkeson entrou em seu lugar, mas nada fez durante o jogo todo.

Poucos minutos depois uma jogada bizarra do zagueiro Dória: rebateu uma bola para onde apontava seu nariz. O problema é que ele estava de frente para o gol de Jefferson. Mas, como a sorte estava do lado do Botafogo, a bola bateu em um atacante do Atlético e saiu pela linha de fundo. “Fantárdigo”, como diria o humorista e agora deputado Tiririca.

Momentos depois, aos 47 minutos, o mesmo zagueiro Dória redimiu-se de seu erro ao resvalar de cabeça uma bola lançada à área por Andrezinho. 2 a 0 Botafogo.

Intervalo de jogo. Ficamos surpresos com a aula de cidadania e disciplina da torcida do Botafogo. O banheiro masculino próximo da entrada U estava completamente vazio, seco, cheiroso, limpo, saboneteiras cheias, com papéis toalha e higiênico disponíveis de sobra. Parabéns!

Segundo tempo começado, os pouco mais de 11 mil presentes voltaram a lotar as arquibancadas. A torcida sul retoma seu grito de guerra “Gostosa, gostosa, gostosa!”, desta vez para uma bela representante da Polícia Militar que desfilava seus atributos com seu parceiro de trabalho atrás do gol. Um torcedor mais exaltado brada, quase urrando, pedindo que cessassem o grito de guerra, pois não queria experimentar mais uma vez perder outro gol. E quase perdem: Gabriel fez o terceiro um pouco depois.

Parecia um jogo treino do tipo ataque versus defesa. O time do Atlético parecia não ter forças e nem capacidade técnica para reverter o placar, sequer empatar. O resultado disso foi mais 1 gol do Botafogo, de Bruno Mendes, melhor jogador em campo. Tarde-noite calorenta e divertida num estádio de futebol.

Destaques do jogo:

·         Positivos: a educação da torcida, Bruno Mendes e o jogo coletivo do Bota.

·         Negativos: o  excesso de faltas do Atlético e a contusão de Seedorf.

·         Curioso: o técnico do Atlético de Goiás, Artur Neto, se ajoelhou em pleno Engenhão ao tomar conhecimento do gol de empate do Grêmio, dando ao Atlético uma chance matemática quase impossível de sair da zona do rebaixamento.

 

Ricardo Valença

Panorama Tricolor/ FluNews

@PanoramaTri

Contato: Vitor Franklin

4 Comments

  1. Ricardo, eu diria que onde tem essa gandula, não vivemos momentos de tensão. Retire o N!

    Abraço!

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