Sporting Cristal 1 x 3 Fluminense (por Edgard FC)

Lima, capital do Peru, terceira maior cidade da América Latina e maior do país, foi a primeira a ter o prazer de receber o Fluminense na Libertadores 2023, com direito ao debut de Marcelo Doze, além de Thiago Santos, de reserva na Série B à busca da Glória Eterna: Pasión Libertadores.

Fernando Diniz ousou ao mandar a campo Felipe Melo de titular ao lado do excelente zagueiro e capitão Nino, com pitadas de riscos, fazendo somar pelo lado esquerdo, cento e seis anos, provavelmente bem vividos, se somarmos o Keno.

O Fluminense começou com intensidade alta e, não fosse o goleiro do Sporting e pontaria, poderia ter feito uns dois a zero ainda nos primeiros movimentos. Mas como ensinara Muricy Ramalho: ‘a bola pune, meu filho’. E puniu, duplamente eu diria; o aposentado Felipe Melo tentou sair jogando como se estivesse sozinho em um quintal do subúrbio londrino, ou andino, perdeu a bola para o bom Yotún (guarde este nome) que arranca, toca para Castillo, este encontra Grimaldo livre dentro da área e, de primeira, toca no contrapé de Fábio, fazendo lembrar o gol de Ayrton Lucas no final de semana contra o Flamengo.

O Flu, após sofrer o gol, demorou a se reorganizar; alguns jogadores nervosos, o jogo parecia não encaixar. Até que um escanteio fez o serviço: Arias – sempre ele – achou Nino na área, o capitão cabeceou para defesa de Solís e, no rebote, Germán Cano com garra e com raça, empatou. Gol reluzente, para recolocar o Flu no jogo.

Ainda tivemos uma grande oportunidade. Ganso fez bela jogada, passou para Arias, o nosso craque encontrou Cano livre, mas este foi travado com força pelo defensor.

Na volta do intervalo, Diniz resolveu fazer o óbvio e ululante: demitiu Felipe Melo e colocou nos onze Vitor Mendes, zagueiro de ofício, que logicamente deveria ter iniciado a partida.

Sem o encosto, o Tricolor voltou a jogar futebol: mesmo sem ser brilhante, dominava as ações e voltava a empilhar chances. Em uma delas, Marcelo fez belíssima jogada, daquelas que dizem valer o ingresso, deu um tapa de trivela, esticando a bola até Arias, este não hesitou e encontrou seu fechamento, Cano, quando estes dois se juntam é simples: gol do Fluminense. Dois a um, deixando Heitor todo prosa de ver o craque, ex-Real Madrid e Time CBF, participar de um triunfo.

A equipe, muito bem treinada mas limitada, do Sporting Cristal ensaiou uma pressão e chegou a assustar, sobretudo porque as peças de Diniz começaram a cansar. Marcelo levou um amarelo ao impedir uma bola em suas costas.

M12 deixou o campo para Lima entrar, realocando Alexsander na lateral; depois Pirani entrou no lugar do ineficaz Keno, mas o jogo continuava arrastando, com Los Cerveceros alçando bolas na área enquanto o Fluminense tentava arrancar em um contra-ataque matador.

Oito minutos depois, Lelê entrou para completar a tríade estreante, ao lado do outro, já falado, Thiago Santos, segundo um ilustre torcedor gremista: ‘um troglodita’. Teje dito.

Após boa escapada tricolor, sobrou mais um escanteio. Desta vez, Jhon Arias encontrou Mendes livre, este cabeceou como um chute, me fazendo lembrar de Luis Artime (artilheiro no Palmeiras, mas que pouco jogou no Flu), segundo a ótica de meu pai, Carlos Alberto, estufando com rigor a rede peruana para o três a um, mesmo placar de The Strongest e River, na noite anterior.

O jogo ficou nas mãos do nosso escrete, mesmo com a equipe do Pacífico tentando até o final. Em lance triste, Yoshimar Yotún, que teve passagem tímida pelo Vasco, fez uma falta dura em Lelê. Em lance revisto pelo VAR, o camisa dezenove celeste, lambeu com a chuteira a canela e joelho do jovem atacante tricolor. Vilmar Roldán voltou da cabine de revisões e aplicou o vermelho ao peruano que, prontamente cumprimentou o árbitro, foi ao encontro de Lelê e de Diniz, arrependido e pedindo desculpas, prontamente aceito por todos.

Bela vitória do Fluminense, jogo-chave para quem tem a missão de levantar esse Troféu em novembro, no Maracanã.

1 Comments

  1. Uma bela descrição, capaz de trazer as imagens do jogo à baila, acrescentando pitadas de cultura e emoção que colorem ainda mais o que vimos. Belo trabalho.

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