Somos todos falíveis (por Sergio Saraceni)

 

Incrível o que está acontecendo hoje no futebol brasileiro.

Jogadores que ganham milhões por ano de seus clubes e patrocinadores perdem pênaltis, gols feitos, todas as semanas. Ganham para não errar e erram o tempo todo. Prejudicam os seus times, decepcionam seus torcedores, e está tudo bem, tudo legal.

Árbitros não podem errar. Jamais.

Desde bem antes do jogo, já quando são escalados, começam a sofrer as pressões e os xingamentos de clubes, dirigentes, jogadores, vendedores de picolé, imprensa e torcida. O jogo começa e a loucura é total.

Vejamos o que aconteceu em Minas Gerais outro dia. A torcida raivosa e enlouquecida do Atlético-MG, incentivada pela diretoria e técnico do mesmo time, e é claro, pela imprensa local, preparou uma “festa”(??) deprimente para aguardar o time do Flu entrar em campo. Acusam o Fluminense de estar sendo favorecido pela arbitragem neste Brasileiro e que a liderança era manobra da CBF.

Nada mais patético e deprimente.

Esqueceram-se naturalmente de mencionar o jogo do primeiro turno, quando, além de jogar melhor, o Fluminense teve um gol anulado de forma vil. Essa torcida mineira junto com jogadores e o técnico Cuca, na sombra, protagonizaram um espetáculo triste, chocante.

E o papelão da diretoria do Palmeiras agora? Melhor o silêncio, penso.

Vamos deixar os árbitros apitarem e errarem, caramba. São assim em qualquer canto do mundo pela simples razão de serem – pasmem! – seres humanos.

A imprensa brasileira vem fazendo um papel feio, incentivando a torcida a linchar juízes, bandeirinhas e auxiliares. Só falam disso o tempo todo, e nas últimas semanas deflagraram essa campanha mesquinha e sórdida de que o Fluminense estava lá, na liderança, por conta da arbitragem.

É essa mesma imprensa que chama um jogador mediano como Luís Fabiano de “Fabuloso”.

Pode?

A mesma imprensa que rotula uma pessoa doente e jogador limitado como Adriano de “Imperador”.

Torcida brasileira, reaja. Torcida carioca e tricolores do Rio de Janeiro, unam-se ao time e conquistem o tetra para a nossa cidade. Isto com o tempo calará a boca dos insanos de plantão do Oiapoque ao Chuí.

E metade dos mineiros em particular.

Sergio Saraceni

Panorama Tricolor/ FluNews

@PanoramaTri

Contato: Vitor Franklin

3 Comments

  1. Excelente! Um dia desses troquei um email com um jornalista da imprensa mineira, amigo meu, e disse algo parecido para ele. Depois, não adianta ficar recriminando a violência e fazer cara de paisagem. Todos têm uma parcela de responsabilidade.

  2. Aparentemente, a imprensa percebeu que está praticamente instigando uma guerra civil e hoje em dia fala constantemente do lado humano dos árbitros e na impossibilidade de se competir com a máquina.

    Já a questão de berrar contra os erros que desfavorecem e vibrar (ou esquecer) com erros que favorecem, só será consertada no dia que paixão não for mais entendida como burrice.

    ST!

  3. Sérgio, bem-vindo ao convívio do Panorama Tricolor, esperamos nos conhecer e trocar ideias a respeito do nosso Fluminense e da vida, por que estão interligados, afinal Fluminense é vida! (rsss).
    Somos sim, humanos, demasiado humanos, e o erro historicamente nos marca mais que os acertos.
    ST, Waldir e Waléria Barbosa (autores do livro, que brevemente será publicado, “Confissões de um Gigante”, baseado em depoimentos do atleta João Coelho Netto, o Preguinho, ao jornalista Waldir Barbosa, meu pai).

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