Sócio Futebol, engajamento e união (da Redação)

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Num momento como o de agora, em que ao mesmo tempo passa por um processo de transição e, com dificuldades, luta para consolidar passos com seu novo time e as eternas contas, o Fluminense chega a 2015 diante de uma situação pouco usual.

Por mais que tenha uma torcida enorme, distribuída em todos os segmentos e classes dos estratos sociais, o Tricolor tem claras dificuldades em fazer alavancar um de seus projetos mais essenciais: o do Sócio Futebol.

Críticas ao SF não faltam e são por demais justas. Modificado diversas vezes, perdeu certo push e não tem alcançado resultados que possam ser considerados razoáveis em termos de milhões de tricolores país afora. O programa já foi diversas vezes abordado neste PANORAMA e volta a sê-lo, embora saibamos que há novidades prometidas para breve.

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Alguns aspectos podem e devem ser refletidos.

Em primeiro lugar, para que possa ter a pujança econômica de que necessita, o Fluminense precisa cooptar torcedores em todos os nichos. O velho e mofado discurso xenófobo e excludente de que a “elite” tricolor deve decidir os caminhos do clube, sem concessões às classes populares, nem merece maiores avaliações. Uma grande qualidade do SF foi abrir a porta para milhares de novos sócios, pouco importando a  classe social, cor, escolaridade e demais proficiências: o Fluminense É dos tricolores e ponto. No mundo moderno, argumentos de excludência da torcida por quaisquer preconceitos podem ser considerados um completo desastre.

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Segundo: sem dúvida, depois de diversas tentativas de decolagem do programa SF, é fundamental que se olhe para os equívocos e que prevaleça a humildade em se reconhecer que boas sugestões são bem vindas, pouco importando se elas vem da situação ou da oposição. Muita gente com histórico no clube e no ramo tem o que dizer, pode colaborar com opiniões simples capazes de trazer bons resultados em tempo razoável, estudos embasados e com resultado comprovado, além do foco principal: o Fluminense é de todos os tricolores.

Terceiro: a torcida. O Fluminense não tem razão de existir sem ela. Por outro lado, mesmo levando-se em conta que o clube precisa oferecer um bom serviço profissional, sem levar em conta apenas o que alguns chamam como “apenas paixão”, não é mais possível achar normal que menos de 1% da estimativa do total de nossos torcedores tenha vínculos de sociedade com o Tricolor. Trata-se de um percentual ridículo. Com alguns cliques, qualquer tricolor em poucos minutos pode se associar. Tudo depende da ótica de análise: torcer para o Fluminense é ser um simpatizante, com relativa frequência em jogos, espiando na TV ou é efetivamente fazer parte do clube, inclusive na tomada de decisões políticas por meio das eleições e da discussão cotidiana?

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Os acontecimentos recentes mostram bem a importância de se associar ao Fluminense: neste momento, discute-se como ficará a camisa de jogo, se ela pode ser melhorada, se determinados patrocinadores são “melhores” que outros, mas pouco se fala que, fosse o clube dotado do dobro ou do triplo de associados regulares, provavelmente muitas negociações neste sentido seriam diferentes. Uma coisa é saber que o ano seguinte tem a expectativa de R$ 20 milhões em caixa afora patrocinadores; outra é dispor de pouco mais de R$ 8 milhões, se muito.

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Que o Fluminense tem problemas, é mais do que sabido. Que tem situações de ampla crítica e outras de respeito, também.

Mas afinal, a quem interessa a apatia dos tricolores no tocante ao engajamento definitivo, diante de todas as dificuldades que enfrentamos historicamente?

Muito pode se falar de marketing (e é necessário), muito se pode teorizar e discutir a respeito (com importância), mas o diário muro das lamentações tricolores nas redes sociais tem pouco ou nenhum efeito quando a mobilização não acontece.

Afinal, é melhor associar-se e brigar pelas melhoras ou olhar passivamente o curso dos dias?

O mundo não é dos acomodados.

Precisamos de torcedores efetivamente comprometidos, inclusive para reivindicar as mudanças que alguns tanto clamam. De todos os lugares. Aproximá-los. Trazê-los à tona.

Aliás, a se julgar a história perseguição feita ao Fluminense por conta dos interesses midiáticos tenebrosas transações, talvez mais do que torcedores: na verdade, militantes.

Militantes tricolores.

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Precisamos de diálogo, compromisso e UNIÃO.

Há quatro décadas, o Fluminense sofre com disputas políticas (e já perdeu muita coisa boa com isso), mas caminha para 113 anos de vida. Fortalecer o quadro de sócios é também dar vez ao contraditório, lavar a roupa suja, superar desconfianças, dialogar e entender que ESTAMOS TODOS NO MESMO BARCO.

O mundo não é dos arrogantes, dos falaciosos, dos boquirrotos.

Não precisamos de inimigos entre nós mesmos, já os temos a granel pelas vizinhanças.

Divididos, seremos massa de discórdia e de vaidades inúteis. Próximos, podemos fazer a máquina chegar aos tempos mais modernos. Juntos, o mundo é logo ali. Basta colocar as armas e pedras no chão, sem mágoas pueris, visando o bem comum.

Torcedores de Fluminense juntos, sem a separação por muros, grades, etnias, bairros e carteiras.

Vence o Fluminense com o verde da esperança, quem espera sempre alcança.

Reflitamos.

 Acesse também http://www.panoramatricolor.com/flu-uma-so-torcida-por-paulo-roberto-andel/

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: google/pra

1 Comments

  1. Caro amigo Andel,
    Mais uma crônica que expressa o que devemos sentir pelo nosso Fluminense. Devemos, já que nosso departamento de Marketing não consegue, fazer uma campanha de associação maciça. Pois o Flu é todos.
    Abraços tricolores

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