Sobre Sergio Aiub (da Redação)

Sobre post de Paulo-Roberto Andel via Facebook

Apesar desses anos todos, falei com Sergio Aiub cinco ou seis vezes em efemérides.

Há uma explicação para isso: chama-se respeito.

Quando o vi pela primeira vez, eu era uma criança e isso marca para sempre, mesmo que com o passar do tempo as distâncias inter gerações diminuam.

Naquele tempo em que eu era um garoto – e um garoto dos anos 1970 era bem mais infantil do que hoje em dia -, ir ao Maracanã era um ritual. Você chegava e logo se deparava com a magia das salas de torcida – e delas, saía o melhor em termos de três cores. E tinha as lideranças de torcida, as verdadeiras lideranças ao contrário de hoje, com a internet cheia de anônimos auto-proclamados “selebridades”. Você sabia quem era quem.

Meu pai, que era quieto a maior parte do tempo, sabia tudo de onde estávamos. Apontava um, outro, outra, falava das camisas, dos nomes. Foi assim, quando nem sonhava em escrever quinze livros sobre o Fluminense – por minha conta e mérito -, que conheci as figuras de Sergio Aiub, Seu Armando, Tia Helena e dois outros rapazes que seriam futuramente personagens de vários dos meus escritos: Zezé e Antonio (Gonzalez), que virou meu irmão mas não consigo – mesmo – deixar de vê-lo como ídolo da arquibancada mais bonita do mundo, sonho de segunda a segunda para ir ao jogo. A festa, as bandeiras, o couro do bumbo e, quando preciso, poéticos impropérios. Sem espaços para estelionatários da história: eu estava lá. Entre 1979 até mais ou menos 1987, estive perto da Jovem Flu com meu pai, depois da Fôrça, da Fiel e finalmente começou a minha fase Young: ficava no degrau mais alto da arquibancada, bem em cima do mar branco e me senti imortal. Isso, com as variações naturais, durou até a Copa João Havelange. Depois, virei um viajante solitário.

A arquibancada do Fluminense era um lugar de respeito. Os líderes eram pessoas notáveis, de personalidade. Com o tempo, as sucessões aconteceram, as coisas foram ficando diferentes, mas o espírito de criança ficou em mim para sempre. Por isso, hoje na passagem do Sergio, eu relembro e a ele agradeço por ter sido parte relevante do Fluminense que eu vivi.

Abaixo, segue o link com alguém muito mais gabaritado do que eu para falar sobre isso: o próprio Sergio, num depoimento concedido a Bernardo Buarque, pesquisador de verdade e rigor técnico. Estejam convidadxs a conhecer um pouco de uma história fascinante do Fluminense nas arquibancadas do velho e imortal Maracanã, onde os fracos não tinham vez.

SERGIO AIUB – CLIQUE AQUI

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

#credibilidade

1 Comments

  1. Poxa, perdi um amigo de arquibancada e o Fluminense perdeu um LÍDER das arquibancadas. Eu, meu irmão e vários amigos, participamos durante muitos anos, da T.O. do Sérgio Aiub, ficávamos sempre junto dele nas arquibancadas e ajudávamos a levar as enormes bandeiras tricolores da salinha, que nos era destinada no Maracanã para as arquibancadas. Que a Santa Mãe Virgem Maria pegue nas suas mãos e guie-o a Luz da Face de Seu Filho Jesus Cristo, meus sinceros votos de pêsames para seus familiares,…

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