Sob o efeito da raiva (por Paulo Rocha)

PAULO ROCHA

A coisa que mais odeio no futebol é perder para o Flamengo. Em segundo lugar, ser derrotado pelo Botafogo – o Vasco, Eurico à parte, não me desperta tantos sentimentos ruins. E é ainda sob o efeito dessa raiva proveniente do revés diante dos alvinegros, na Ilha, que grafo essas linhas. Quem não estiver inclinado a dividir este rancor, sugiro que nem leia.

Gostaria de estar escrevendo, tal qual antecipei na coluna da última segunda-feira, sobre como será o duelo com Fred na próxima segunda-feira á noite. Seria um assunto riquíssimo, haveria muitíssimo o que falar sobre isso. Mas não consigo. Prefiro dizer o quanto fiquei indignado após a derrota para o Botafogo.

O engraçado é que os jogadores e o técnico do Fluminense disseram após a partida que o time dominou e que o adversário só conseguiu o seu gol após uma pontada esporádica. Mentira! O Botafogo foi melhor durante os 90 minutos. Sequer assustamos os caras. E quais foram os motivos para uma atuação tão pífia assim?

A primeira delas é que fomos mal escalados. Não vou nem criticar a entrada do Samuel; afinal, num pasto como o do Luso-Brasileiro, precisávamos mesmo de alguém que corresse e trombasse com os caras. Contudo, depois que ele cansasse a defesa adversária, precisávamos de um atacante com mais presença de área.

Ah, mas o Cavalieri se machucou e gastamos uma substituição. E qual seria a mudança caso o goleiro não tivesse se lesionado? Outra coisa: achar que Edson passaria o primeiro tempo incólume, sem receber um cartão amarelo, chega a ser infantil.

Mas no meu modo de ver, o maior culpado numa derrota é sempre o cara que falha no gol do adversário. Meu Deus do Céu, quanto tempo o Levir Culpi vai levar para ver que esse Henrique, com quem gastamos uma nota preta e pelo qual nos vangloriamos de termos vencido a concorrência de Flamengo e Grêmio, se algum dia já jogou, não joga mais nada? Primeiro diziam que estava sem ritmo em razão de ter ficado sem atuar durante muito tempo no Napoli (os italianos, tão afeitos ao setor defensivo, logo descobriram a sua fragilidade).  E agora, que já cumprimos mais de metade da temporada, o que alegar em sua defesa?

O erro no tempo de bola na jogada do gol do rival não merece absolvição nem mesmo levando em conta o pelo péssimo do gramado. Um pulinho ridículo. Deu vontade de quebrar a televisão ao assistir tão patético passo de balé. Renato Chaves, que não é nenhum Thiago Silva, joga um milhão de vezes mais que esse cara. Só o Levir Culpi ainda não viu isso.

A única coisa na qual vi sermos superiores foi na vibração vinda da arquibancada. Nossa torcida preencheu seu setor e deu show, foi muito mais atuante que a do adversário (esta em maior número devido ao mando de campo ser botafoguense). E é justamente nessa torcida tricolor que deposito minhas esperanças para o duelo com Fred. Que ela lote Edson Passos,  grite os 90 minutos e que, desta vez, seja premiada com uma vitória.

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Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: paro

2 Comments

  1. Paulo, concordo 100% com o seu texto! E precisa, sim, colocar emoção pra ver se o time muda de postura. Não dá mais pra aguentar esse discurso neutro e típico do futebol como se nada tivesse acontecido. Infelizmente no nosso Fluminense isso tem sido recorrente. ST.

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