Simplicidade (por Paulo-Roberto Andel)

FLU BANGU 1951

Embalado pela classificação na Taça Libertadores, o Fluminense volta a campo para jogar contra o Bangu logo mais, nesse horário das 16 horas importo pela “grade paulista”.

É um jogo morno: estamos nas semifinais da Taça Rio. Mas reitero: o simples prazer de ver o Fluminense é maior do que as classificações e mesmo os títulos. Há quem diga que só quer ser campeão. Eu digo que só quero ver o Fluminense, o resto é consequência.

O velho e querido Bangu de outros carnavais.

Quem tem quarenta e cinco anos vai lembrar de três golaços de Parraro, 5 x 0 para nós num sábado à tarde no Maracanã -17 horas, como sempre deveria ter sido. Era 1979.

Em 1980, Fluminense e Vasco jogavam um clássico eletrizante no Maracanã, 60 mil pessoas, vencemos de virada por 2 x 1. Perto do fim da partida, a voz metálica do tricolor Victorio Gutemberg (“Suderj informaaa”) anunciou: “Em Moça Bonita… Mi-ran-di-nha! – Bangu 1, Fla-men-go 0. Todo mundo gritou com se fosse gol.

A final de 1985 foi áurea, um jogaço. Quiseram resumir a partida a uma bobagem com o “pênalti não marcado”, também tivemos um. É a mesma história de resumir 110 anos em “paguem a série B”. Lá se foram 28 anos, Flu e Bangu nunca mais decidiram algo importante daquele jeito.

Houve a semifinal de 2002, inventaram nova tramoia porque ninguém queria nosso título do centenário, o Eduardo voou igual a um mastodonte e empurrou todo mundo para fazer o gol, claro que foi anulado. Não era o charme de 1985, mas acabamos campeões contra o Americano. Centenário outra vez!

São Januário estava apinhado contra o Caracas. Hoje vai ser diferente. Só os maníacos de sempre mesmo e está bom. Jogo para se divertir, prazer lúdico, nenhum risco.

Jogo para se lembrar dos tempos idos e torcer para que, um dia, o velho Carioquinha seja salvo de sua atual mediocridade – logo ele, que já teve tantos jogos lotados e tanta emoção. E lembrar de Pai Helio, 4 x 0 sobre a Portuguesa em 1982, depois caminharmos até a avenida Brasil para pegar o ônibus em frente à União Fabril Exportadora – ou UFE, se preferirem.

Tudo bem simples. Flu e Bangu.

Aliás, é na simplicidade que você consegue as coisas mais importantes. A simplicidade é fundamental.

Particularmente eu sou contra rococós, arroubos estrambóticos e patéticas auto-exaltações de valores quaisquer. Quando algo ou alguém vem com mil sofisticações para cima de você, pode esperar que tem coisa de araque.

Modéstia à parte, esse negócio de simplicidade é que me fez por aqui o titular do pedaço. Sempre bom estar aqui.

Paulo-Roberto Andel

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

3 Comments

  1. 18/12/1985 – Fluminense 2×1 Bangu – Maracanã à noite – esse jogo que me fez torcedor do Fluminense.

    ST

  2. O jogo flu e Bangu que me marcou, foi esse do centenário de 2002.
    Jogo tenso pra cacete! Mas, no final, ganhamos mais um título ‘centenário’! rsrsrsrs.
    ST.

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