Sem espaço para errar (por Aloísio Senra)

Aloisio Senra

Tricolores de sangue grená, conforme eu havia adiantado, a demissão de Eduardo Baptista eram favas contadas. Os três jogos que seriam determinantes para resolver sua “vida” no Fluminense de fato o foram e ele foi demitido após a ridícula derrota para um dos piores – senão o pior, salvo Jefferson – Botafogo de todos os tempos. Não havia mesmo como segurar mais. A garrafa d´água, em que pese ter sido uma atitude patética de um torcedor, denotou a situação do ex-técnico, que estava mesmo insustentável.

Antes que eu seja acusado de ceder ao senso comum, mostro os números. Eduardo Baptista teve 26 partidas para mostrar que merecia treinar o Fluminense e seu aproveitamento ridículo de 37% é impossível de ser contestado. Em seu currículo como treinador havia, no máximo, uma terceira colocação em um Campeonato Brasileiro da Série B, um bi-vice campeonato e uma terceira colocação no Campeonato Pernambucano, além de uma quarta colocação na Copa do Nordeste. Insuficiente para exigir mais paciência do que a torcida já teve.

É claro que Baptista não perdeu sozinho. Tanto o departamento de futebol – que já fazia hora extra e sofreu reformulação – como os próprios jogadores têm muita culpa dessa nossa fase. Os dirigentes, por não terem resolvido de vez algumas carências do nosso elenco e continuarem apostando em nomes bastante duvidosos – casos da continuidade de Osvaldo, da renovação de Gum e da manutenção de Magno Alves no elenco; os jogadores, por sua vez, por parecerem “escolher” os jogos em que vão arrebentar, sem contar a Fredependência que está nos levando ao abismo. O time não sabe fazer uma jogada que não seja levantar bola na área para o Fred.

Porém, com a mudança geral no staff do futebol, urge que tenhamos: a) um técnico de ponta, sem espaço para brincadeiras; b) uma diretoria séria, que dê carta branca ao treinador de primeira linha e resolva os problemas de vestiário; c) uma carga de treinamentos de verdade, que façam esse time jogar bola. É inadmissível que um time que joga e treina junto há três meses, com ou sem técnico, não apresente um mínimo de entrosamento. Quem não quiser jogar a sério, que fique de fora.

Eu traria, hoje, o Levir. Esperar o Cuca, ainda que eu goste muito dele, me lembra do primeiro “mandato-tampão” de Enderson na espera pelo Abel. Saímos da Libertadores naquela ocasião por conta disso. Precisamos ganhar – e pra ontem. A Primeira Liga está aí, a todo vapor, e ainda podemos seguir adiante nela. O Carioca, embora não seja nosso foco, não pode ser desprezado, para que não sejamos humilhados perante a mídia e nossos rivais. E, finalmente, o Brasileiro se avizinha. Não é melhor ter um time já treinado quando a competição se iniciar? Eu quero ser campeão, caramba!

Perdemos três anos nessa dança das cadeiras, nesse Banco Imobiliário em que transformaram o Fluminense. Que pelo menos o fim da gestão Siemsen não nos seja motivo de uma nova dor de cabeça em dezembro.

Curtinha: Fluminense x Friburguense? Três a um. Falha do Cavallieri ao não sair para interceptar a bola aérea. Já perdi a conta de quantos gols tomamos assim.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: AS / PRA

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