Sapatada & garfada (por Paulo-Roberto Andel)

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Seis e quinze da tarde, nosso amigo Ricardo, o colombiano, apareceu no prédio e resolvemos ver o jogo no Bar das Quengas. O Fluminense, contexto, não o time, tem feito praticamente tudo para que eu não vá a todos os jogos, conseguindo êxito em sua empreitada. Na mesa em frente, uma alegre dupla celebrava a fraternidade e a diversidade nas cores do maior clássico do Brasil.

O Fla-Flu estava meio mais ou menos, até que vieram dois lances capitais: o frangaço do Cavalieri (apesar do bom chute, mas longe demais) e a besteirada do soprador de apito na expulsão de Fred. Claro que não ia dar certo. Sem a referência na frente, com chuva. O fato é que não ameaçou, mesmo dando até certa pressão com um a menos. A melhor coisa do primeiro tempo foi o excelente protesto contra a Federassauro. Antes que me perguntem: Luxemburgo pode ter mil defeitos, há quem o odeie por ser um sincero rubro-negro, mas respeita o Fluminense há pelo menos 28 anos. Sempre. Podem pesquisar. E sua punição foi, no mínimo, ridícula.

Segundo tempo, a incrível marcação em linha determinou a derrota logo no começo. Na mesa de trás, um bobalhão rubro-negro começou a dizer bobagens, um gordinho careca mandou-o escovar a cloaca, o malandro recuou e o colombiano nem ligou.

Sem o talento de Fred, difícil entender a troca de Gerson por Marlone, no melhor estilo Cristóvão. Nem inferno, nem céu: Mr. Drub não “fez a diferença”, expressão que os bocabertas da imprensa adoram. Quem trataria a bola direito? Jean? Marlone? Lucas Gomes? Foi só elogiar o Wagner…

Depois da parada técnica, melhorou um pouco mas o peso do placar e o chato do Paulo Victor atrapalharam. O Vivone lembrou bem sobre a torcida ganhar o coro no Maracanã; desde os tempos de Edinho, Assis e Renato é assim. Podem ser os maiores do mundo, mas não resistem a vinte segundos de história, desde quando o Fluminense podia entrar todo de branco.

Brincadeiras à parte, no fim saiu o terceiro gol e o resultado foi justo. Não pelo soprador de apito desastroso, péssimo, invertido, mas pelo contexto, o maldito contexto. Vamos sim protestar contra essa Federassauro maldita e infame, lacaia da Globo, mas sem esquecer das limitações da equipe, da beira do campo, da direção, da oposição, da torcida organizada enrustida e até mesmo das redes sociais, onde tem segurança do clube querendo cercear a opinião de sócios, acredite quem puder. Pensando bem, é crível, claro.

Tempo de reflexão, humildade e dispensa de casuísmos. Este Carioca ainda pode ser um sonho possível, mas o Brasileiro é logo em frente. E ele não perdoa. Quem quiser dizer – ou cantar -, que tudo é belo e perfeito depois não reclame de ter que usar o chapéu cônico. Em caso de dúvida, basta rever Fluminense x Barra Mansa.

O Flamengo foi melhor no Fla-Flu, mas o jogão da rodada foi Botafogo versus Madureira, com goleada enganosa. A dupla continuou feliz no Bar das Quengas. O colombiano foi para casa via Lapa. Tem samba na rua.

Três pênaltis para o Vasco? Os cinco gols do Friburguense encerram a discussão.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: pra

capas o espirito da copa + cartas do tetra 02 2015

4 Comments

  1. PEDE PARA ESSE TRICOLOR DE ÓCULOS, DEPOIS DO JOGO CONFERIR SEU PERTENCES, PORQUE ASSISTIR UM EVENTO QUALQUER AO LADO DE UM BURRO-NEGRO, É NO MÍNIMO TEMERÁRIO!!!

  2. CONCORDO COM MAIS UM BELO POST, MAS QUEM CAVOU SUA EXPULSÃO FOI O PRÓPRIO E TODO PODEROSO DO CLUBE O FRED, POIS AQUELE PRIMEIRO CARTÃO AMARELO RECEBIDO, OU FOI DE UMA INFANTILIDADE ABESTADA, OU FOI PLANEJADA PELO JOGADOR, POIS ERA SABIDO QUE TUDO QUE O JUIZ QUERIA ERA EXATAMENTE ISSO, UMA AJUDINHA DO FRED OU OUTRO JOGADOR COM DOIS AMARELOS, E NESSA O FRED FEZ SUA PARTE, A EXPULSÃO FOI UM ABSURDO, MAS CONSEQUÊNCIA DO PRIMEIRO CARTÃO!!!

  3. Parabéns, Paulo. É por aí mesmo: fomos garfados ontem? Com certeza!! Mas perdemos APENAS por isso? Creio que não. O time é muito limitado, não temos reservas e esse treinador mostrou que faz o feijão com arroz básico, mas não tem cacife pra transforma-lo em feijoada.

    As derrotas no carioca estão sendo em sua maioria creditadas a arbitragem. E no brasileirão? Qual vai ser a desculpa? Acordemos enquanto é tempo. ST.

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