São Paulo 1 x 3 Fluminense (por Paulo-Roberto Andel)

Um brinde ao ídolo argentino

TROCENTOS minutos do segundo tempo e lá está o craque portenho marcando pressão em Rogério Ceni. Um golaço de falta no melhor estilo 2007. E o Fluminense manteve o ritmo recente: sim no fim de semana, não no meio. Venceu quando não era favorito, alimentou suspiros sonhadores, continuou perto do G4. E fortaleceu a tese de que, não fossem as picuinhas internas, teria brigado com tudo pelos títulos nacionais e da Sul-Americana. Vida que segue.

Dois tempos distintos. No primeiro, mais amarrado, os goleiros tiveram pouco trabalho devido à escassez de conclusões. Agradável ver o Fluminense mostrando a dedicação que faltou em recentes momentos decisivos. Ruim ver que, na maior parte do tempo, o 4-5-1 na prática ficou zerado na frente, carecendo de velocidade. É um problema crônico. O ataque são paulino não brilhou; pareciam até excessivamente nervosos, provável reflexo da ausência de Muricy.

No segundo, principalmente depois do 1 x 1, a partida foi franca, aberta e emocionante, decidida no fim com a mistura indescritível de talento e garra do ídolo portenho. Conca, quando raramente vai mal, vale por dois bem; quando está bem, é meio time. Disputa todas, não cai com porrada. Ídolo. Mito.

Era noite de Fluminense. Por um segundo, Fred não estaria em seu octogésimo impedimento na temporada. Como não estava, fez o que dele se espera, categoria de sempre – portanto, vem recadinho logo mais, como lembrou o Garcez. No entanto, esteve bem: “Cristo Redentor/ Braços abertos sobre a Guanabara”. Ceni foi em vão. Wagner brilhou no segundo gol e pela luta. Marlon, dez. Rafinha, excelente. Edson entrou bem em lugar do incrível Bruno. Cavalieri teve momentos Paulo Victor e Ricardo Pinto. O jogo era lá e cá até o 3 x 1.

Noite coletiva de briga e vontade que a torcida reconhece. Com isso, todos felizes: fredetes, unimedetes e anti-cristovetes. Que ninguém seja suficientemente idiota para levar a piada a sério e menos ainda para celebrar o pré-penta. Ilusão. Claro que vai ter.

Finalmente um jogo bom. Não que mude a trajetória do ano e nem pode servir de indulto para um elenco datado. Menos ainda a esquizofrenia de ver perfeição na parede infiltrada, mas finalmente um domingo de alívio. Não é mole ganhar no Morumbi de Pato, Ganso e Kaká. Um bom momento. Amanhã é outro dia.

Este setembro era para terminar muito melhor, mas veio alguma consolação. Agora, Bahia em Brasília. Passo importante para terminar a temporada dignamente e organizar 2015.

Ficamos felizes no Vieira com uma caipivodka. Um drinque relaxante, depois do sábado de samba nas Laranjeiras, momento histórico imune a pequenos recalques.

Sobre o árbitro do jogo? Significa.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: pra

2 Comments

  1. “fredetes, unimedetes e anti-cristovetes”, na realidade sou ati os três: Fred já deu o que tinha que dar, tem que falar menos e jogar mais (sabedoria que lhe falta); UNIMED: já esgotou. Sempre foi torta a relação, mas agora tem que ser divórcio sem volta; CRISTÓVÃO: bom treinador, porém pouco vibrante e não tem voz ativa com o elenco. Técnico para time pequeno e não para o Fluminense, apesar de ser uma grande pessoa.

  2. Quem dera o Fluminense já estivesse se organizando para vir forte em 2015… Parei de acreditar em Papai Noel e Coelhinho da Páscoa há muito tempo… Enquanto o atual presidente e a atual diretoria estiverem por aí, a zona vai continuar. Não se iludam.

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