Sangue! Sangue! (por Paulo-Roberto Andel)

IMG_20150205_005846Numa tarde você vira criança outra vez e volta aos velhos estádios da juventude: Ítalo Del Cima, Luso Brasileiro, Bariri. O campo do querido e saudoso América remete ao passado. Sangue!

O Fluminense venceu bem o jogo, sem que a goleada mascarasse qualquer precipitação. No primeiro tempo, desfalcado por contusões e com a desvantagem no marcador – um golaço de Dudu -, o time custou a engrenar no ataque, embora não tenha se abalado em nenhum momento, além de dominar praticamente a partida inteira, acertando a trave duas vezes. Louve-se o defesaço de Cavalieri quando ainda estava 1 x 0 para o Nova Iguaçu, evitando o pior.

Depois, acreditem, Wellington Silva, que havia substituído Renato na lateral, fez grande partida e participou ativamente da vitória. Linda a jogada que resultou na virada, corta-luz ao quadrado e chutaço de Jean. Belo gol de Fred na finalização vigorosa. Chave de ouro no quarto gol, 90% do lance com a boa jogada do Lucas pela esquerda. Marlone teve chances. Um time em pleno movimento. Ah, sobre o empate: o goleiro frangou porque Giovani teve a iniciativa do arremate.

Nas arquibancadas, um pouco de tudo que não se vê na televisão: um cachorro assistindo o jogo e vibrando com os lances, um gordinho xingando o Walter e o acusando de ser gordo, um velhinho falastrão cornetava a partida a cada 20 segundos, alguém desesperado correndo atrás do pivô dentário que caiu. O que dizer da contusão do querido massagista Gegê? Na televisão, o impacto é infinitamente menor.

Por mais que a Federassauro tente destruir tudo, o futebol resiste. Nos estádios acanhados, cheios de gente humilde e apaixonada pelo jogo de bola no pé, longe de qualquer garoto deslumbrado, a torcida tricolor viveu uma tarde de paz e sorrisos. Tudo temperado com o velho sangue do América. Até a chuva foi amiga e poupou os maníacos das cacholas ficarem molhadas. Sangue!

O Fluminense venceu. A grande imprensa vive a madrugada em diarréia mental. Existe vida inteligente além dos caprichos pessoais de Celso Barros. Um time digno e batalhador em campo, honrando as cores. Uma tradição de sempre.

Antes do fim do primeiro tempo, um vendedor de picolés feliz da vida comemorava a chance de ter conseguido entrar para trabalhar. Futebol não é esnobismo. Retratos da vida numa tarde de bola com o inigualável sabor de antigamente.

#SejaSociodoFlu

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Copa

1 Comments

  1. Belo texto. Infelizmente, estes momentos nos foram tirados quando elitizaram o futebol…

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