Sai Nenê, entra Ganso, acaba o Fluminense (por Marcelo Savioli)

Amigos, amigas, em condições normais seria mais provável eu defender a escalação do Ganso do que a do Nenê. Não porque um seja melhor do que outro exercendo uma determinada função, porque eu falo desde o ano passado que são jogadores que não fazem a mesma função no campo.

Como então explicar a substituição de Nenê por Ganso? Você explica dependendo das condições da partida. Em determinado momento, dependendo das peças em campo, pode ser uma opção, mas não era o caso no jogo de hoje.

Nenê fez sua melhor atuação nesse segundo semestre porque foi designado para flutuar na intermediária adversária, se aproximando de Evanilso, Araujo, Evanilson e Marcos Paulo para construir um quarteto ofensivo com capacidade criativa. Quase um 4-2-4, que funcionou mesmo quando o Bragantino impôs uma marcação pressão e um ritmo vertiginoso ao jogo.

É só a gente lembrar que depois dos dois gols à jato, o 1 a 1 em menos de dois minutos, que eu acabei me distraindo e perdi, porque me demorei no banho, a primeira grande oportunidade do jogo foi num passe primoroso de Nenê, dentro da pequena área, para Evanilson, que o goleiro do Bragantino defendeu espetacularmente.

Com Nenê se movimentando muito em campo, a minha impressão era de que ele seria substituído já no início da segunda etapa. Nenhum problema nisso, porque eu prefiro vê-lo contribuindo com a equipe de forma contundente, como foi hoje. Eu não quero que o Nenê jogue 90 minutos, eu quero que jogue enquanto está em campo.

O time destravou com Michael Araújo e Nenê construindo jogo, mas parou em Marcos Paulo, que parecia estar atuando em outra dimensão, embora fizesse um papel tático interessante, dando amplitude ao nosso jogo pela esquerda.

Eu concordo que Marcos Paulo não é para jogar de ponta esquerda, mas nem por isso se justifica uma atuação tão bisonha, justamente quando o time se encontrava taticamente em campo. Encurralamos o Bragantino nos últimos 20 minutos do primeiro tempo e caminhávamos para fazer o mesmo na segunda etapa, sobretudo porque Odair fez ótima substituição de Marcos Paulo por Luis Henrique.

Só que Odair resolveu tirar Nenê para colocar Ganso e aí foi o que nós vimos em campo. O Fluminense perdeu intensidade ofensiva, porque até as pedras do cemitério sabem que Ganso não substitui peças de alta intensidade, como Araujo e Nenê. Acabou o nosso jogo ali.

As substituições que vieram depois não merecem nem comentário, porque ali o Odair arrebentou com a dinâmica de jogo que ele mesmo tinha criado, dando ao Bragantino, que é um time intenso, o controle do jogo.

Sem contar, claro, que o Ganso jogou muito mal. Tentando fazer o que não é a sua. Era, mais uma vez, a hora de colocar Miguel jogando por dentro, tentando manter a pegada do Nenê, mas há algo inexplicável em toda essa história, porque Miguel sumiu das escalações de Odair, o mesmo que o colocou para jogar de centroavante num Fla-Flu quando o moleque era o cérebro do nosso meio de campo.

Acho muito legal que Odair tenha percebido Dodi e Yago fazendo a mesma função. Também acho legal o Yuri dando consistência defensiva ao time, como já fizera com Marcão, além do que sempre se posiciona muito bem na transição ofensiva. O problema é que Yuri e Dodi nos limitam. Para ter os dois nós precisávamos de laterais com muita qualidade.

Eu quero ver o Julião jogando mais umas duas partidas, pois vem adquirindo personalidade, mas ainda falta muita qualidade, assim como Egídio. Temos, no entanto, um novo ponto de partida, que é a escalação inicial do jogo de hoje. É só ir arrumando, que a gente pode começar a repensar nosso papel na temporada.

Eu penso que mais uma vez nós perdemos pela falta de visão de Odair, que entregou o meio de campo ao trocar Nenê por Ganso. Tudo que foi feito depois para consertar foi um desastre.

O que eu posso dizer  é que temos que acompanhar mais um pouco, talvez duas ou três partidas para saber como Odair vai explorar o bom futebol que praticamos em coisa de 40 minutos no jogo de hoje, o mesmo que aconteceu no jogo contra o Inter.

A questão é que a única coisa aceitável para o Fluminense é ser campeão brasileiro, não importa se jogamos com onze cabos de vassoura de chuteira. E isso implica em não cometer erros óbvios como a troca de Nenê por Ganso. Ganso entra no lugar de Yuri ou de Dodi, dependendo das circunstâncias do jogo, valeu professor?

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E eu achando que Caio Paulista já era passado.

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Toda vez que vejo o Mário falando do projeto de revitalização das Laranjeiras eu me sinto tomado por um profundo mal estar.

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Quer dizer que a gente rejeitou 7 milhões de euros por 50% do Marcos Paulo e agora a gente quer 10 milhões por quase tudo?

Eu cada vez entendo menos de transações comerciais.

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O jogo desta quarta foi uma janela de oportunidades. Falta enxergar.

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Ainda tem alguma dúvida de que o nosso goleiro titular é o Marcos Felipe?

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Na transmissão de Fluminense x Inter, no último domingo, o narrador falou dos títulos brasileiros do Fluminense: 1984, 2010 e 2012.

É claro que faltou o maior deles, o de 1970. Ah, mas é da “unificação”.

Não é da “unificação”, cretino. É o maior Brasileiro de todos os tempos.

Mas hoje eu ouvi o comentarista dizendo que Grêmio e Flamengo têm juntos nove títulos brasileiros.

Eu, na maior das ingenuidades, fiquei na dúvida se o Grêmio não tinha três títulos e eu contei errado. É que a gente vai ficando velho e, por excesso de informações e deficiência de processamento, acaba confundindo as coisas.

Mas aí eu lembrei que Flapress não existe.

Saudações Tricolores!

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

#credibilidade

3 Comments

  1. O Fluminense perdeu por erros individuais, tanto nos gols sofridos , quanto nos gols perdidos. Porém, ontem, gostei do time no segundo tempo, com mais movimentação e profundidade. O Odair já compacto a parte defensiva. falta agora aprimorar a velocidade na transição defesa ataque. ST

  2. Caro Savioli,
    Com Muriel, Julião, Egídio e Ganso brigaremos pelo 16° lugar, infelizmente..
    Não tem técnico que consiga algo melhor.
    ST4

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