Sacode a poeira (por Mauro Jácome)

SACODE

Estava preocupado com o espírito do time, depois da eliminação da Libertadores. Também, com os desfalques dos canarinhos do Felipão. No entanto, o Fluminense correu, imprensou o Criciúma e chegou tranquilamente aos 3 x 0. Ah! Mas o time de Santa Catarina é muito fraco. Sim, é verdade, porém, para se perceber a motivação de um grupo não importa o adversário. Percebi, inclusive, que o time levou mais a sério o jogo de domingo do que muitos pelo Campeonato Carioca.

É bom lembrar que o pentacampeonato passa, necessariamente, por esses jogos. Previ que, para descansar despreocupado durante a Copa das Confederações, o ideal seria alcançar 10 pontos nos cinco jogos. Seis já foram. No meio de semana, o jogo contra o Coritiba, em viagem, será uma pedreira, mas dá para trazer uma vitória.

As alterações do Abel foram interessantes. Wellington Silva no lugar de Bruno deu mais velocidade ao lado direito, afinal, aquele lateral tem mais coragem. A entrada de Gum nos poupou das fortes emoções anteriores. No entanto, um adversário mais forte nos dará uma melhor noção do que pode a dupla Gum-Digão.

Achei muito boa a movimentação do Rafael Sóbis. Fez bem o pivô, ajudou na distribuição do jogo e, como bate bem na bola, dos seus pés saíram as jogadas dos dois primeiros gols. Rhayner, como sempre, correu por todos os cantos do campo. Samuel tropeçou na bola e atrapalhou em alguns lances. Por fim, Wellington Nem entrou, correu, caiu, sofreu pênalti, bateu, marcou e falou “Depois vocês vão saber” ao tentar explicar porque começou no banco de reservas.

Mesmo morna ainda, essa fase do campeonato é igualzinha, sem tirar nem por, às últimas rodadas. Depois, vão procurar desculpas do tipo CBFlu e outras baboseiras.

Seleção

E aí, gostou da Seleção? Foi a pergunta que mais ouvi nos programas esportivos da TV e do rádio. Sim, não, mais ou menos, enfim, ouvi de tudo. Não gostei. O time do Felipão apresentou o mesmo futebol dos jogos anteriores. Bola para o Neymar, que dribla um, dois, três e chuta. Agora, o time brasileiro achou mais um que não conhece a palavra “coletivo”: Hulk.

Mas os defeitos de Neymar e Hulk são resultados, também, da omissão dos técnicos. Por algumas vezes, o Fred saiu da área, fez o pivô, tocou, correu para um espaço livre, mas em vão. Pouco se trabalha o jogo em equipe.

Resumo da ópera: assim como os clubes brasileiros têm feito, o futebol se desenvolve dentro de campo sem muito planejamento, sem muita preparação. Tirando algumas jogadas de bola parada, o improviso continua sendo a pauta do jogo. No entanto, já vai o tempo em que isso bastava. Hoje, só a qualidade do jogador brasileiro não é suficiente para arrancar as vitórias.

Mais algumas observações

Grêmio

O time gaúcho tem que aprender a jogar os pontos corridos. Na atual conjuntura, não pode deixar dois pontos na Vila Belmiro. Dominou, dominou, mas faltou ao Grêmio o golpe fatal. Aliás, essa falta de definição quando joga fora é que tira a oportunidade de ganhar o Campeonato Brasileiro. Em mata-mata dá para administrar os jogos na casa do adversário, mas neste formato de turno e returno é preciso ser mais ambicioso.

Internacional

O Colorado é um time estranho. Há anos tem um bom elenco, é relacionado entre os favoritos, mas, quando a bola rola, o time não engrena. Para complicar, parece que o Leandro Damião vai sair na próxima janela. Rafael Moura, definitivamente, não é o cara para resolver as coisas lá na frente.

São Paulo

Tendo um bom elenco, os torcedores são-paulinos ficam irritados com a irregularidade do time. Quando um jogador sobe, outro cai de produção. Luís Fabiano vive às turras com adversários, árbitros, dirigentes. Difícil manter um ritmo assim. Ganso é um jogador frágil. Aloísio entrou muito bem contra o Vasco, mas se contundiu. Aloísio, Luís Fabiano e Oswaldo, apoiados por Ganso e Jadson, podem formar um time muito ofensivo, mas não apostaria nisso. Duvido que o Ney Franco, ou qualquer outro, arriscasse tanto na atual mentalidade do nosso futebol.

Vitória

Cavalo paraguaio. Ou alguém acha que um time que tem Dinei no comando de ataque pode ir muito longe?

Corinthians

O Timão caiu de rendimento. O sistema defensivo, que ajudou muito nas recentes glórias, não esteve bem contra o Botafogo e a Ponte Preta. Deu sorte. Foi dominado nos dois jogos, mas a pontaria dos adversários não estava boa. No entanto, é um time muito forte e que tem elenco.

Mauro Jácome

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

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3 Comments

  1. Mauro, é verdade aquilo da venda do Nem e talvez perdermos mais 3 nomes tricolores?

    Libertadores: Fred. Era só a bola chegar nele. É o cara!!!!! A bola não chegou nele. Se chegasse, era gol. Virada de jogo, 4×2, 5×2. Mas não deram a bola pro Fred. Não tocavam para ele. Ele fazia o pivô, esperava a devolução de bola, e seu Carlinhos isolava, seu Nem isoloava, seu Jean, isoloava, seu Raynher, cruzava (na pequena área, que claro = mãos do goleiro). Assisti meia hora de jogo perdendo por 2×1 pra um time como Olímpia só nesses esquemas, Fred esperando o cruzamento, e cadê???? Fred no pivô e, cadê a devolução da bola???? Cadê a porra do Abel nessa hora? Tava dormindo? Óculos escuros? Jogando Playstation portátil? Cadê a porra do técnico pra pagar geral e ORDENAR “toquem a bola para o Fred, cacete!!!!!!”

    Seleção: A mesma coisa… Fredgol lá, no pivô, esperando a devolução na área e os cruzamentos, e seu Hulk isolando, seu Daniel Alves isolando… Será que é mto difícil entender que é só cruzar para o Fred e pronto?????????

    Abraços

  2. Jácome, é perfeitamente possível, alcarçamos no mínimo, mais sete pontos

    dos nove que disputaremos. Coxa-fora; Goiás-casa; Lusa-fora.

    Sobre contratações: gostaria de ver esses 2 caras, envergar o manto verde, branco e grená:

    Anderson Martins e Scocco ( Newell’s old boys ).

    ST.

    1. Fabrício, fiz as contas sem olhar os adversários. Segui o padrão dos estatísticos/matemáticos/jornalistas de que, a cada 5 jogos, deve-se ganhar 3, empatar 1 e perder 1. Como são 38 jogos no total, seguindo esse padrão, o time alcança 76, ou seja, grandes probabilidades de ser campeão. Lógico que, se conseguir mais, e eu acredito que o Fluminense consiga nestes 5 jogos iniciais, é lucro, ou gordura para gastar mais à frente. 13 pontos garantirá, com certeza, a liderança durante a Copa das Confederações. Goiás e Lusa tem que ser atropelados. Já o Coxa, o buraco é mais embaixo.

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