Um sábado para a história tricolor (por CH Barros)

SEJA LUZ PARA O LUIZ. COLABORE.

Os quatro primeiros meses do ano tricolor têm sido bem movimentados, é verdade. Emoções com a Libertadores – da qual fomos eliminados de maneira absurda –, preocupações com as competições nacionais e agora a ansiedade pelo título carioca, acompanhado de muita fúria da torcida com a diretoria, que até então não explicou o porquê dos ingressos terem esgotado de maneira tão rápida – uma excepcionalidade, algo raras vezes visto na torcida do Fluminense. Em menos de 24h um setor sul esgotado com um time que, apesar de ter obtido um grande resultado no Fla-Flu, traz na bagagem uma classificação sofrida contra o Botafogo e o vexame que deu perante ao Olímpia? Minimamente estranho e, como diz o ditado: tem caroço nesse angu. Isso sem falar da Copa Sul-Americana que está a caminho e precisa ser vista com muito carinho pelo conjunto que comanda nosso tricolor (diretoria e comissão técnica).

No entanto, mesmo rodeado dos mais diversos tipos de problemas, o Fluminense, impressionantemente, vive. Existe, resiste. Completará 120 anos em julho. A força da camisa tricolor supera os maus-feitos vindo de sua própria diretoria e se faz presente nos gramados. Num Fla-Flu em que a mídia, com a sua questionável bola de cristal, cantava a vitória rubro-negra e sequer cogitava um empate, o 2×0 ao nosso favor foi um verdadeiro banho de água fria – nossa velha e deliciosa especialidade.

Sábado, portanto, é a chance do Fluminense curar um pouco o gosto amargo que ainda sentimos pela Libertadores. É a hora de virar a chave quanto a famosa teoria de que sempre quando estamos em vantagem de um jogo seguinte, entregamos a vitória na partida final. É hora de jogarmos com força, jogarmos pra valer, com foco e serenidade. Não só com o intuito de ganhar esse título, mas também de poupar um pouco os corações tricolores que andam sendo testados demais – às vezes, sem necessidade.

Acredito plenamente na vitória e de que colocaremos a mão dessa taça que está fugindo de nós há dez anos. No mais, chega um novo Fla-Flu para entrar na coleção de decisões entre essas duas equipes que começaram a rivalizar quarenta minutos antes do nada, como dizia Nelson Rodrigues, ilustre fã e torcedor do nosso Fluminense. Que seja mais jogo inesquecível e mais um título para a nossa coleção. Que Assis, Washington, mais os anjos tricolores que já partiram dessa vida estejam presentes dando um empurrãozinho nos nossos jogadores. E não esqueçamos do emblemático Gravatinha também.

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Com o repentino esgotamento dos ingressos, muitos torcedores foram impedidos de marcar a presença no jogo. Comigo não diferente, mas, diante dessa situação, no meu caso, fiquei refletindo sobre um ponto positivo nisso tudo: moro com meu avô, tricolor de coração que completou 87 anos neste mês de março. Tenho 18 anos. Exceto turnos estaduais, como Taça Guanabara e Taça Rio, e também a Primeira Liga – que, obviamente, não tem de perto a relevância histórica que o Campeonato Carioca possui, embora enfraquecido nos últimos anos graças aos seus maus administradores –, há muito tempo não vejo o Fluminense ser campeão de um torneio importante ao lado dele. Em 2012, tinha oito anos e as lembranças dos triunfos são muito poucas. Contudo, curiosamente, tenho maiores lembranças do título de 2010 – a partida histórica contra o Guarani. Lembro perfeitamente da tarde na casa de meu tio Jocemar e sua esposa, junto de minha mãe, meus avós e meu outro tio. Foi um dia inesquecível.

Mas, convenhamos, faz tempo demais. Não estarei no Maracanã, mas terei o privilégio de torcer com meu avô e ver o Fluminense levar mais uma taça para as Laranjeiras. Tomara que a vitória se concretize e que, assim, todos os tricolores tenham uma tarde de paz, alegria, magia e realização. E que velhinhos como meu avô, que já viram tantos shows do Fluminense em campo, ainda tenham orgulho de ver nosso amado time preenchendo os corações da torcida verde, branca e grená de felicidade.

3 Comments

  1. Parabéns garoto! Não é todo mundo que dá atenção ao avô, muitos idosos são esquecidos pelos mais novos. Que o Flu vença com autoridade, levante o caneco e faça a alegria do teu avô e de toda a imensa torcida tricolor.

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