Roger e a reinvenção tricolor (por Paulo Rocha)

Em meio à loucura na qual se transformou o calendário do futebol brasileiro nesta temporada, o técnico Roger Machado vai dando sua cara ao time do Fluminense. Mesmo sabendo que o time considerado ideal ainda não esteve em campo, pode-se notar nas partidas do Campeonato Carioca um novo Tricolor, dando à nossa torcida a esperança de brigar por títulos em 2021.

Roger tem feito a mescla de molecada com experientes na dose certa. É um cara vencedor e trabalhou em clubes como Grêmio, Atlético-MG, Palmeiras… Não é um Zé Taioba. Não caiu de paraquedas nas Laranjeiras. Tem conhecimento técnico e tático, além de exercer uma liderança positiva sobre o grupo.

Assistindo aos jogos, observa-se que o time já entra sabendo o que precisa fazer dentro de campo. Apesar das semelhanças com o trabalho do Odair (e do Marcão também), o time do Roger tem suas características próprias. Ao seu jeito, ele vai reinventando o Flu.

Ter opções para mudar jogos na segunda etapa das partidas é fundamental para realizar um bom trabalho. E Roger as tem, principalmente a garotada. Viram o passe do Kayky no segundo gol contra o Boavista? A arrancada e o chute cruzado do JK (estilo Romário, guardadas as devidas proporções)? Esperança de dias auspiciosos.

Além da competência, para comandar um clube como o Fluminense, é preciso também ter sorte, estrela. E Roger Machado, ao menos em seu tempo de jogador, sempre teve. Agora, acredito que ele está no lugar ideal para alavancar sua carreira de treinador. Até aqui, estamos gostando muito do que vemos. Que siga assim.

Encerro fazendo um duplo elogio: tão importante quanto a defesa de pênalti pelo Marcos Felipe (depois de muitos anos voltamos a ter um goleiro confiável) foi o carrinho dado pelo Nino, que evitou ao lateral do Boavista aproveitar um rebote. Surgiu como uma bala e jogou a bola pela linha de fundo. Time que pretende ser campeão precisa protagonizar lances desse tipo. Jamais acreditar em bola perdida.

1 Comments

  1. A análise do jornalista é consistente e apresenta a realidade do que se assiste, esclarecendo ainda os pontos que o torcedor não percebe.

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