O jogo de ontem foi quase uma cópia do jogo 1º turno. Desde o gol de Fred (gol não, um senhor golaço) na 1ª metade do 1º tempo, passando pelo recuo excessivo do time e culminando com uma grande pressão sofrida no final do jogo. E ao final, mais uma vez vencemos.

O que vi de diferente do jogo do 1º turno foi somente ontem termos tido “n” oportunidades de liquidar a partida no final do 1º tempo e na 1ª metade do 2º. Aí entra o 1º ponto para o qual gostaria de chamar a atenção: se é para dar o campo ao adversário e se valer de contra-ataques, o mínimo que se exige é que eles sejam bem-feitos e culminem em pelo menos mais um gol. Ontem foram pelo menos 3 chances claras para matarmos o jogo e não o fizemos.

Minha opinião continua sendo a de que não precisaríamos sofrer tanto para sermos campeões. Temos um elenco muito bom (à exceção da defesa) e poderíamos sim conquistar as vitórias com mais facilidade. Mas sei que isso não irá acontecer nesse ano e que iremos nessa toada até o final. Portanto, torço e muito para que essa tática (para mim um tanto quanto suicida) continue dando certo até o dia 2 de dezembro e que nenhum torcedor tricolor enfarte até lá.

Fred foi feliz não só ao marcar o golaço que deu números à partida, mas também na entrevista ainda no intervalo quando definiu que a tática de marcar um gol e jogar no contra-ataque é a mesma desde o início do ano, quando fomos campeões cariocas. Então que seja, mas precisamos ser mais competentes na hora de contra-atacar. Falando em Fred, ele ontem começou uma nova série de cartões, mais uma vez por reclamação.

Na parte individual, começo a análise sendo sucinto sobre Fred e Cavallieri: Eles são f… Não há dúvidas que sem eles estaríamos muito longe da posição que ocupamos hoje. Gum foi bem também, pois jogou com a sua costumeira raça e dessa vez não cometeu um erro sequer.

Thiago Neves acertou 2 bolas na trave no 2º tempo e só. É pouco? Entendo que sim. Se pelo menos uma das bolas tivesse entrado, para mim estava ótimo. O fato é que nenhuma delas entrou e ele, mais uma vez, foi mal demais durante todo o tempo em que esteve em campo. Foi inclusive um dos responsáveis pela pouca efetividade do nosso contra-ataque.

Wellington Nem até que jogou bem, mas precisa ser chamado a atenção urgente para 2 pecados que anda cometendo: primeiro o individualismo em alguns lances. Deixamos de marcar em um contra-ataque de 3 contra 1 por conta dele não ter passado a bola; seu 2º erro, esse ainda mais constante, é a mania de se jogar em vários lances. Por vezes, perde uma jogada promissora por essa mania irritante que assola o futebol brasileiro.

Foi muito bom ver o Fred meter aquele golaço e ver a torcida adversária chorar a derrota e ao mesmo tempo orgulhar-se de ter perdido para o Fluminense. É muito bom colocar os framengo em seu devido lugar, qual seja, lutando para manter-se na 1ª divisão. Para azar da Globo Produções, o fato do framengo enfrentar o Fluminense já nessa rodada acabou com a ilusão que estava sendo por ela vendida de que o seu time preferido iria disputar uma vaga para Libertadores, o título, o mundial de clubes ou qualquer devaneio parecido.

Apesar de mais um jogo de sofrimento, o que já está virando rotina nesse campeonato, somos mais líderes do que nunca. Abrimos agora 6 pontos para o 2º colocado, que anda cambaleando na reta decisiva, o que é bem a cara do seu técnico. Temos todos os melhores números do campeonato e um time que já demonstrou maturidade suficiente para ser campeão. Não é qualquer time que consegue suportar as pressões que esse grupo tem passado em algumas partidas. Ainda é cedo para qualquer tricolor comemorar o título (esse costume pertence a outra torcida), mas parece estar pintando o campeão.

Rápidas:

Câimbras: Não entendi o porquê de Fred e Thiago Neves saírem com câimbras no 2º tempo. O time teve a semana inteira livre para se preparar para a partida. Achei muito estranho;

Canais Globo: Impressionante o feio papel cumprido pelo narrador do jogo, que é tricolor, e pelo comentarista, que é botafoguense, no 1º tempo do jogo de ontem. Fosse à época do radinho de pilha (época tão bem narrada pelo craque Mauro Jácome), o incauto ouvinte teria a certeza que essa parte do jogo foi um massacre do framengo;

Diguinho: Tremo só de escrever esse nome e continuo sem entender qual a intenção de colocá-lo em campo. Ontem, em sua 1ª, vejam bem, 1ª participação no jogo, aos 40 minutos do 2º tempo, o infeliz (aqui caberia um palavrão, mas prefiro manter o nível da coluna) cometeu pênalti. Não fosse nosso quase santo Cavallieri, seriam mais 2 pontos perdidos a serem colocados em sua conta e na de quem o coloca em campo, no caso, o Abel. É bom lembrar que no jogo contra o Figueirense, foi dele a falta na entrada da área que originou o gol de empate do adversário;

Abel: O que mais o Diguinho precisa fazer para você esquecê-lo?

Cavalieri: Até quando nosso goleiraço conseguirá nos salvar das besteiras (aqui caberia outro palavrão) que os zagueiros ou os “inhos” fazem?

Torcida: Muitos reclamam da pouca presença da nossa torcida ao longo do campeonato, afinal somos líderes e temos todos os melhores números. Faço campanha para que esse comportamento mude, mas até entendo aqueles que não têm comparecido. O time está submetendo o seu torcedor a um sofrimento excessivo e ao assistir o jogo em casa, os mais nervosos podem utilizar subterfúgios como ir à cozinha, ao banheiro ou até mesmo desligar temporariamente a televisão.

 

Marcelo Vivone

Panorama Tricolor/ FluNews

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Imagem: Marô Sussekind

Contato: Vitor Franklin