Referências & reverências (por Paulo-Roberto Andel)

I

Cá estou eu em caráter ordinário. Íamos tirar longas e merecidas férias, Caldeira quer o PANORAMA de volta já, a turba é inquieta.

Meu livro novo, “Duas vezes no céu”, editora 7Letras, recentemente foi para as prateleiras comerciais – a seguir, algumas residenciais. Há de ter lançamento ainda neste janeiro. Fascículos do nosso grande ano no carioca e no brasileiro.

Alguém me comentou, achei graça e fui conferir.

– Paulo, já viu quanta gente que não está diretamente ligada ao futebol apareceu nas crônicas de todo o ano? – Não, não reparei. – Dê uma olhada, você vai se divertir. – Também tem os que são futebol puro de alguma forma.

Divertido mesmo. Tudo natural. Cronicar é fotografar o momento com as palavras, as frases, mesmo os silêncios. Não deu para ter ideia de quantos ídolos apareceriam durante meu trabalho em 2012 com as crônicas que regularmente faço sobre os jogos do Fluminense, tanto em referências nominais (e, por que não, reverências?), diretas, quanto sugeridas.

Página 13, Cazuza.

Na 16, os geniais enxadristas Tigran Petrosian e Bobby Fischer.

Em 21, o compositor/poeta Leonard Cohen e simplesmente Charles Chaplin. A seguir, na 22, Muhammad Ali, Mike Tyson e o mestre Nelson Rodrigues. Tome a 26 e encontre Mário de Andrade. Siga à direita na 32, os craques Millor Fernandes e Bezerra da Silva, mais uma citação ao grupo português Madredeus em oração/verso.

Página 38, o incomparável Rogério Skylab.

Na 43, uma espécie de edifício Chopin do livro, risos: os jazzistas McCoy Tyner e John Coltrane, o escritor Jack Kerouac, o artista plástico Alexander Calder e o cineasta Manoel de Oliveira.

Chegamos a 48: Lamartine Babo. Na 58, os Titãs. Na 59, o poeta Júlio Barroso. Na 63, Mário Filho.

Página 81, o titular é Raul Seixas. Na 84, Supertramp. Na 91, Glauber Rocha.

A dupla 93/93 tem Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Cartola.  Na 95, Otto, que acaba de lançar o sensacional cd “Moon 1111”.

Aquarela na 96: Cândido Portinari e Luiz Áquila. Scarlett Johansson e Fausto Fawcett na 102.

O poeta Cacaso na 106. A Confraria do Garoto na 109. Na 114, Arrigo Barnabé e Itamar Assumpção.

O astrônomo Edwin Hubble na 116.

Para fechar, Gilberto Gil e Tom Jobim na 117.

Espero não ter esquecido ninguém neste divertido exercício que, junto ao prazer de estar como repórter no front de batalha dos jogos, permitiu-me elencar algumas das geniais e talentosas pessoas às quais dedico idolatria, a ponto de aparecerem espontaneamente em um tema de amor constante que é esse danado de Fluminense.

II

Aqui homenageio um dos grandes cronistas do Brasil, a quem devo muito: Ivan Lessa.

“Conseqüentemente, aí está, viva e atuante, a crônica do cronista brasileiro.

Pouco importa que o cronista ou a cronista limite-se a relatar seu encontro no bar ou sua ida ao cabeleireiro.

Tanto faz que seja elitista ou literariamente limitador.

E daí que tenha menos profundidade que mergulhadores mais audazes como Milan Kundera e Marion Zimmer Bradley?

A crônica vai registrando, o cronista vai falando sozinho diante de todo mundo.”

Paulo-Roberto Andel

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Contato: Vitor Franklin

8 Comments

  1. Paulo, leio sempre suas crônicas, e muito em breve, estarei adquirindo o seu novo livro!
    Sucesso pra você, e pro nosso tricolor!
    ST4!!

  2. Andel, que 2013 seja mais um ano cheio de crônicas, espero lêr uma que fale de nossa conquista na Libertadores!

    Abraço

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