Ratos no deserto (por Mauro Jácome)

123 - 26012014 - Ratos no deserto

É, amigos, mais um tropeço. Há argumentações de que estamos no começo do ano, com pré-temporada fajuta e que vai melhorar. Concordo, com ressalvas. É difícil estar bem preparado com essa ânsia de se fazer campeonato em cima de campeonato. Opta-se por 500 jogos amontoados, com os times capengas, com público aquém do potencial do nosso futebol, ao invés de fazer a coisa com mais racionalidade. Pior ainda para times que precisam se reconstruir após uma temporada trágica, como foi a do Fluminense em 2013. O trabalho vai além do que, simplesmente, recuperar fisicamente o grupo e entrosar as contratações pontuais. Soma-se a isso tudo o que aconteceu após o final do Brasileirão.

No entanto, como disse, tenho basicamente duas ressalvas quanto às justificativas pelo mau desempenho nos dois primeiros jogos. A primeira é que se preocupa muito com o caso Lusa-Flamengo e se esquece de que, independentemente disso, o Fluminense foi rebaixado no Brasileiro. E isso é muito grave. Quais os fatores que levaram a isso? Não foi só dentro de campo que houve problemas. Pois bem. Em 2014, o futebol foi entregue a uma pessoa que, 35 dias depois, foi demitida. Não é normal, mesmo desconhecendo os reais motivos. Preocupante, muito preocupante. Dá a impressão de que a gerência do futebol tricolor continua perdida.

A segunda questão é o lado tático-técnico: o sistema defensivo está uma lástima. Não é só a qualidade dos zagueiros, mas a organização como um todo. Os adversários estão conseguindo contra-ataques com muita facilidade. Em determinados momentos do jogo, principalmente no segundo tempo, a bola percorre da intermediária do outro time até a entrada da área de Cavalieri sem que haja combate. Não há zagueiros que sobrevivam. Mesmo que sejam contratados bons zagueiros, é preciso acabar com esse deserto à frente do gol de Cavalieri e expulsar os ratos dali. 2010 e 2012 podem servir de exemplos.

Em Volta Redonda, o Fluminense enfrentará o Nova Iguaçu e a vitória é obrigatória, mesmo com todas as dificuldades citadas pelo Renato Gaúcho nas coletivas. O técnico tricolor anuncia que vai manter o time do jogo contra o Bonsucesso. Vamos ver. Talvez, devesse pensar no aproveitamento do Higor no lugar do Diguinho, ou até do Jean, que está muito mal. De resto, não há muitas opções para se questionar.

Por fim, o que vocês estão achando desse Chiquinho? Eu tive péssimas impressões nos dois jogos em que entrou. Pode ser que melhore, mas tem que ser rápido, antes que a torcida acabe cedo com a história dele nas Laranjeiras.

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Flu na Copinha

Gostei do desempenho da meninada. Podem render bons frutos. Destaco o Nogueira. Tranquilo, sabe sair jogando, bom posicionamento. No entanto, por saber que tem qualidades, às vezes abusa. Isso é perigoso para quem está começando.

O meio-campo também agrada. Quando coloca a bola no chão, consegue organizar as jogadas para o pessoal da frente. No ataque, não é de hoje, gosto do futebol do Gérson. Teve momentos irregulares na Copinha, mas já mostrou que tem potencial. O Denílson também pode crescer, mas tem que, juntamente com o Gérson, aperfeiçoar as finalizações.

Uma boa transição para o profissional garantirá alegrias à torcida tricolor.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: Globotv.globo.com

Revisão preliminar: Rosa Jácome

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1 Comments

  1. ST****

    Também concordo que nos distraímos do fato de termos sido rebaixados em campo.
    Considero inaceitável, diante qualquer circunstância ou argumento, que o Fluzão obtenha apenas um único ponto entre seis possíveis disputados contra Madura & Bonsuça.
    Quanto ao profissionalismo prometido na gestão do clube, o Fluminense tem seu futuro decidido entre copos de whisky na casa do Celso Barros. O Peter é mero convidado.

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