Quem fala o que quer… (por Rods)

Confraria do Garoto e o anão atleticano fazendo a festa tricolor

Assim como qualquer torcida, a do Atlético Mineiro tem todo o direito de ser passional. Tem o direito de torcer, tem o direito de xingar, tem o direito de vaiar e tem até o direito de se achar – veja bem, eu escrevi “se achar” – na razão. Mas não tem o direito de pensar que não será rebatida em suas críticas e acusações. Esse é mais um momento perfeito para a bela sabedoria popular: quem fala o que quer, ouve o que não quer.

Antes do confronto no Independência, eu comparei o chororô atleticano a tirar doce de criança. Primeiro porque não é fácil como dizem – o Fluminense ralou muito para se tornar líder e manter a posição – e segundo porque a criança abre o maior berreiro. A maior prova da birra direcionada ao “ladrão do doce” foi dada durante o jogo. A torcida do Galo preparou seu protesto ridículo munida de narizes de palhaço, faixas de acusação ao Flu e a utilização de um mosaico, manifestação típica da torcida tricolor. Ao fim do jogo, muitos até esqueceram-se de comemorar a vitória para continuar apontando o dedo para o Fluminense. Tudo isso, dessa forma leviana, e não queriam resposta?

Confraria do Garoto e a anão atleticano fazem a festa tricolor

Pra começar, nosso Programa Panorama Tricolor / FluNews 25 recebeu inúmeras reclamações e comentários ofensivos não apenas quanto ao conteúdo, mas também quanto aos participantes. Tudo a partir de uma comunidade atleticana do Orkut. Meu Deus do Céu, quem ainda usa aquilo?! Depois nossa torcida começou a dar o aviso do troco no jogo contra o Coritiba. BH ficou de orelhas em pé e as ofensas de lá pra cá ganharam força. É sério que os torcedores do Galo achavam que aguentaríamos aquilo calados? A diferença é que o troco foi na moeda típica carioca, o humor.

Veja bem, talvez eu seja o cronista mais comedido do Panorama Tricolor / FluNews, aliás, talvez eu seja comedido demais. Mas me diverti muito com a brincadeira feita na entrada da ala leste do Engenhão, local costumeiro da concentração tricolor antes dos jogos. A Confraria do Garoto, típica bandinha carioca que faz presença em toda e qualquer zoação, e seu anão trajado de Atlético Mineiro tocando marchinhas, “parabéns pra vocês – Galo 41” e o hino do Fluminense foi o capítulo principal, mas também tivemos os adesivos de “Patético”, os adesivos do atleticano chorão, milho, chupeta e vários modelos de bolo de aniversário.

Além do tipo de moeda, a diferença é que somos muito melhores no apoio ao time. Fizemos toda a gozação, mas realizamos o corredor de torcedores para receber o time, levamos nossas faixas (a proibição da faixa “Lutem Até o Fim” é um capítulo a parte) e bandeiras para o Fluminense. Cantamos e impulsionamos apenas para o Fluminense mesmo ao levarmos o gol. Muito se fala que o brasileiro precisa aprender a torcer com os argentinos. Pois digo que isso é bobagem! Se você quer aprender a torcer, pode procurar dentro do Brasil mesmo. É só ver a torcida tricolor.

Achou ruim, torcedor atleticano? Então pare de chorar e corra atrás para tentar nos alcançar.

ST!


Rodrigo César – O Rods

Panorama Tricolor/ FluNews

@PanoramaTri

Contato: Vitor Franklin

5 Comments

  1. Parabéns, Rods!
    Dentre todos os comedidos cronistas do Panorama Tricolor – afinal, não se vê por aqui nenhum destilando rancor e ódio em seus textos – você é mais um, que além de saber escrever, o faz com humor e bom gosto.
    Como numa das músicas de nossa Torcida: “Vamos, FLUMINENSE! Com garra e com raça!” Sem baixarias e com muito bom gosto!
    RUMO AO TETR4!!!
    SSTT!!!

  2. Futebol é diversão. E ponto final. Não se deve matar nem morrer por ele. Derrotas nos deprimem e vitórias nos realizam. Mas, não é nossa vida que está em jogo, é apenas uma forma de entretenimento, com paixão, é claro, mas sem ódio. Gozação é válida, mas não gosto de manifestações preconceituosas ou ofensivas. Isso gera guerras perigosas que ameaçam a paz no esporte. O que a imprensa fez nos últimos dias (digo fez, pois aprece que deu uma trégua) é algo irresponsável. O Flu deve pagar em moeda desportiva, sagrando-se campeão na bola, somente. E a torcida tricolor tem desde logo uma grande missão: fazer a maior festa de comemoração de um campeonato como jamais se viu, com uma pitada de gozação.
    Sugiro que as torcidas organizadas comecem a planejar a festa do dia 2 de dezembro no estádio e nas ruas do Rio. Vamos parar a cidade, tomar completamente o Engenhão e dar a melhor resposta que se pode dar no esporte: a festa do campeão. Viva o Flu!

  3. Muito bom, Rods. Muito desse contexto foi, artificialmente, criado. Foi o dossiê de má-fé do Mauro Cezar da ESPN, o destempero de Kalil, o comentários infantis e irresponsáveis de Milton Neves, imprensa mineira, Troca de Passes, Luiz Carlos Junior. Não se importaram em mostrar o outro lado, o dos erros contra o Fluminense. Alguns por esporte, outros por desespero, outros por clubismo. O Atlético era dado como campeão na virada dos turnos. De repente, entrou numa má fase simultânea com uma ótima fase do Fluminense. Isso mexeu com muita gente que, não aceitando atribuir a situação aos próprios erros do time mineiro, preferiu achar um culpado externo.

  4. Boa, Rods! Direito de resposta exercido com bom humor e inteligência por parte de nossa torcida, acho que devemos voltar abraçar o ônibus da delegação em todos os jogos em casa e até fora, Tricolor até o fim, e que seja com uma bela vitória sobre o Vasco, já com a faixa de campeão no peito! ST, Waldir Barbosa Junior

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