Que venha um grande 2016 (por Crys Bruno)

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Oi, pessoal.

No primeiro ano do resto de nossas vidas após a saída da Unimed, era natural o receio dos gestores do Fluminense com o rendimento da equipe. 

O presidente Peter escolheu dois nomes para o futebol com perfis e razões distintas, achando que eles se completariam dentro do tal planejamento que era, sobretudo, manter o Fluminense na Série A.

Fernando de Simone foi promovido das divisões de base com um trabalho muito elogiado. Aposta caseira, que cabia no enxugamento da folha salarial e atenderia a necessidade de trabalhar para revelar os meninos de Xerém.  

Mário Bittencourt se tornou vice-presidente de futebol. O brilhante advogado, que vinha fazendo competente trabalho jurídico-financeiro, foi o escolhido para o cargo mais importante do Fluminense depois da presidência. 

O primeiro, conhecedor do scout de Xerém, não caiu de pára-quedas no departamento de futebol tricolor, mas por nunca ter montado um elenco de time profissional e grande, cometeu inúmeros erros, alguns, gritantes, como escolher um treinador de clube da quarta divisão (o Tupi-MG) para assumir um Fluminense.

O segundo, articulado, excelente na comunicação, conhecedor dos bastidores, se mostrou competente na relação com o elenco, mas ao lado do seu comandado Fernando, se atrapalhou, tropeçou na hesitação, omissão e avaliação técnica, prejudicou o clube pela total falta de timing para tomar decisões (natural de quem não é do futebol, como ele), e o maior e mais prejudicial dos seus erros foi permitir a enxurrada de derrotas do Enderson, cuja tática já tinha se desgastado e o time não rendia mais.  

A sangria desatada ou enxurrada de derrotas daquele período quase nos jogou para o abismo da Série B. Ainda não nos livramos, mas após boas atuações e vitória no clássico diante do Vasco, estamos mais tranquilos para somar os pontos que restam. Sem Drubscky. Sem Enderson Moreira. 

Fernando de Simone e Mário Bittencourt não caíram de pára-quedas no Fluminense, mas no departamento de futebol profissional, sim.  A inexperiência e a má avaliação técnica de ambos, além de nos privar de algo que eles nunca imaginaram que pudesse ocorrer, G4 ou título da Copa do Brasil, quase comprometeram a temporada.

As escolhas quase sempre equivocadas para a montagem de elenco e de comissão técnica foram as que mais chamaram nossa atenção, a que mais, nós torcedores, lamentamos e questionamos. Vou citar algumas:

– Cristóvão Borges era um técnico já rejeitado pelo torcedor. Quem é do ramo já sabia que, numa sequência de dois ou três resultados ruins, natural num Carioca, a pressão se tornaria insuportável e a troca de treinador, inevitável. Mantiveram o profissional. Deu no que deu;

– Aceitaram liberar Cícero. Disseram que devido ao alto salário. Há quem diga que foi por desentendimento com o então técnico. O salário alto do jogador deixou de ser problema e ele retornou no meio do ano de 2015;

– Fernando de Simone deveria, suspostamente, conhecer o potencial que ficou evidente do lateral Léo Pelé. Igualmente do Ayrton. Mas prefiriram contratar três laterais medianos, para dizer o mínimo: Guilherme Santos, que teve problema com noitadas, no Bahia; Giovanni, que tinha feito um razoável campeonato pelo então rebaixado Criciúma e Breno Lopes, que estava encostado no Cruzeiro. Assim, o salário de Cíceros da vida fica realmente caro de se pagar;

– Mário Bittencourt, por sua vez, não ficou para trás: trouxe um centroavante que vive escostado dos últimos clubes que passou, com mais de 30 anos, para a reserva do Fred. Magno Alves, com quase 40 anos, tem mais mobilidade e bola que Wellington Paulista;

E Ronaldinho Gaúcho? Achei sensacional a contratação. Muitos, não gostaram. Mas a questão nem é essa e sim, a total inabilidade para lidar com a repercussão e cobrança que cerca contratações desse nível.

Isso para não mencionar o time de zagueiros meia-bocas e aquele pacotão de apostas em que só dois prestaram: Vinícius e Edson. Enquanto isso, Lucas Gomes atuava no Fluminense e Biro-Biro, renegado, jogava um futebol de time grande na Ponte Preta.

Quem salvou e segurou a onda, adivinhe, foram os “velhinhos” e os garotos que já estavam no clube e que, ao menos, Simone devia conhecer e dar prioridade para apostar, antes de sair contratando vários de fora.

No primeiro ano do resto de nossas vidas sem Unimed, os erros e equívocos foram além do que um clube como o Fluminense – o patinho feio da grande mídia, sempre muito prejudicado pela arbitragem – permite. Mas fechamos 2015 de pé ainda assim. Felizmente.

Por tudo isso, só desejo e torço muito para que Fernando de Simone e Mário Bittencourt tenham crescido com a experiência vivida nesse ano, evitando erros futuros, não demorando para corrigir um eventual rumo equivocado, apostando com coerência e, acima de tudo, projetando um Fluminense para além, muito além de um clube a lutar apenas para não ser rebaixado. 

Que venha um grande 2016! 

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @CrysBrunoFlu

Imagem: new order

LANÇAMENTO O ESPIRITO DA COPA RJ

capa o fluminense que eu vivi lado b são paulo e brasilia

2 Comments

  1. Não aprenderam nada!
    As ‘contratações ‘ para 2016 são tão ou mais estapafúrdias que essas de 2015.

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