Profundamente raso (a coluna do MR)


10/02/2013

Balas Juquinha, Pirulitos Zorro e Shell V-Power orgulhosamente apresentam:

E ABELÃO ESTRAGOU NOSSO CARNAVAL (AGAIN)

Entrudo na antiga Rua do Ouvidor: o carnaval sempre foi uma grande b#sta

Meus amigos, minhas amigas e minhas amebas, sobre a decadência do carnaval, escreveu uma singela crônica o grande Joaquim Maria Machado de Assis, datada de 15 de fevereiro de 1877, que dizia assim:

O carnaval morreu, viva a quaresma!

Quando digo que o carnaval morreu apenas me refiro ao fato de haverem passado os seus três dias; não digo que o carnaval espichasse a canela.

Se o dissesse, errava; o carnaval não morreu; está apenas moribundo. Quem pensaria que esse jovem de 1854, tão cheio de vida, tão lépido, tão brilhante, havia de acabar vinte anos depois, como o Visconde de Bragellone, e acabar sem necrológio, nem acompanhamento?

Veio do limão-de-cheiro e do polvilho: volta para o polvilho e o limão-de-cheiro. Quia pulvi est. Morre triste, entre uma bisnaga e um princês, ao som de uma charamela de folha-de-flandres, descorado, estafado, desenganado.

Pobre rapaz! Era forte, quando nasceu, rechonchudo, travesso, um pouco respondão, mas gracioso. Assim viveu; assim parecia viver até a consumação dos séculos. Vai senão quando raia este ano de 77, e o mísero, que parecia vender saúde, aparece com um nariz de palmo e meio e os olhos mais profundos do que as convicções de um eleitor. Já é!

Esta moléstia será mortal, ou teremos o gosto de o ver ainda restabelecido? Só o saberemos em 78. Esse é o ano decisivo. Se aparecer tão amarelo, como desta vez, é não contar com ele por coisa nenhuma e tratar de substituí-lo. (…)”.

Pois é, Machado partiu desta para melhor, Victor Hugo também bateu as botas, bem como mais recentemente o fizeram Michael Jackson e Amy Winehouse, mas o carnaval, José Sarney e sua filha com câncer, Roseana, essas p#rras que para nada servem, continuam vivos e a f#der com o Brasil. Jesus Christ, it is not fair!

Mas quis o destino que um clássico entre Fluminense e Vasco da Gama acontecesse neste dia 9 de fevereiro do ano da Graça de Nosso Senhor de 2013, um sábado de carnaval. E, na falta de Machado de Assis, me apresento para escrever a respeito, logo eu que não seria digno de engraxar suas botas. In fact, minha língua deveria apodrecer e cair da boca por pronunciar seu divino nome em vão. Pois bem, vamos à malfadada crônica.

Foi horrível! Foi grotesco! Foi um circo de horrores! Foi mais uma apresentação ridícula do Time da Camisa Mais Bonita do Mundo sob o comando (comando?!? Hahahahahahahahahaha!!!) de Abel Retroatrás Braga. Outra vez mal escalado e mal posicionado em campo, o Tricolor das Laranjeiras (e existe outro, brother?) não jogou nada, sendo dominado a maior parte do tempo por um time fraco em todos os sentidos, o Vascocelona de São Januário.

 – Dã!… Tio Marcio, digo, Rabi, mas o Fluminense dessa vez não jogou quase completo, com o time ideal para conquistar a Libertadores? Qual é a desculpa do Abel e da torcida retardada dessa vez?

Meu caro e ignóbil discípulo Pocinho, campeão da copinha toyota de 1981, não há desculpas, mas o motivo é o mesmo de sempre. Não importa se são os reservas ou os titulares a jogar, mas se entrar com três volantes, não vai rolar! Com dois volantes, o time já joga com as pregas presas, com três, fica constipado na meiúca, se é que vocês, meus irreprocháveis leitores, me entendem.

Porém, o fulcro da questão não é este e, sim, outro bem mais grave: quando Abel Prisãodeventre Braga coloca uma idéia na cabeça, ela não sairá de lá nem a pau (ai!), digo, nem a lactopurga. Aliás, essa idéia não é nova, a de usar três volantes, que já ele a vinha utilizando no ano passado em todas as vezes que o time fazia um gol e saía na frente. Lembram daqueles incontáveis sufocos que tomamos ao longo do Brasileiro? Pois então, a novidade é que agora Abel quer começar o jogo com três volantes e, depois de inaugurar o placar, entrar com o quarto volante, Diguim, e, quiçá, com o quinto, Fabim Braga, seu primogênito galã e ruim de bola. O problema crucial que aflige essa tática retroatrásrrecuada de Abel é o time alcançar fazer um mísero gol a jogar com três volantes e depois resistir ao intenso bombardeio que, em seguida, sofrerá.

Não tenho bola de cristal, minha bola de cima não regula bem e as debaixo para nada mais servem, porém posso prever tranquilamente o que nos espera: vamos tomar na olh#ta do Carioca e, depois, tomar na olh#ta da Libertadores. Isso porque Abel Intangível Braga vai continuar insistindo com a saga de três volantes, porque com a de dois, ainda que aos trancos e barrancos, ele conquistou os títulos carioca e brasileiro no ano passado.

Há seres cujo interior se assemelha a uma caverna mergulhada em trevas e que precisam de uma luz, de um sinal para escapar da negra (“CF, Artigo 5º, inciso XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”) escuridão da burrice asnobucéfala. Abel Stevie Wonder Braga recebeu esse sinal no ano passado e o entendeu erradamente: em vez de começar a jogar com um volante, quer passar a jogar com três.

Abelão, meu filho, você é gente boa e, por isso, vou lhe dar um toque tão antigo quanto os nossos costumes em forma de uma gota de sabedoria capaz de saciar a descomunal sede em que se transformou esse seu deserto de ideias que chama de cérebro: um volante é bom, dois é muito, três é demais para qualquer coração. Agora, diga-me qual parte não entendeu: a do muito ou a do demais, motherfucker?

Fiquem com Deus, meus irreprocháveis leitores, que Ele haverá de recompensar os seus esforços.

Marcio Rocha

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Contato: Vitor Frankin 

5 Comments

  1. Márcio, bom dia, ou melhor dizendo boa madrugada, li tua crônica e puta que pariu!, Assassino embaixo, ou em cima, o Abelão tá com medo de ser feliz, é retranca demais pra um cara só! Quanto ao carnaval, convido à leitura de nosso texto aqui no Panorama, “Eu odeio carnaval…Mas adoro samba!”, pode ser que seja complementar ao de sua autoria (temos que tomar cuidados contigo, como passar bem rente ao muro, senão…) Abraços e STT, Waldir Barbosa Junior

  2. 3 volantes pra ganhar do Sem água da COlina…Imagina uma final de Libertadores contra o Corinthians hein…Um meio campo com Edinho, Valencia, Diguinho e Jean. Com TN avançado no ataque com o Fred.

  3. MR,

    Para o Abel, um volante é perigo à vista, dois ainda é pouco, com três a segurança começa a melhorar e quatro é o ideal. Mas se der, pode colocar mais uns dois ou três.

    ST

  4. MR essa sua cronica me inspirou a criar um bloco : Fuck You Sarney!!!

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