Pedra, flor e espinho (por Paulo-Roberto Andel)

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O velho novo Maraca pelo caminho.

Da última vez, lembranças amargas: empate contra o Atlético Mineiro suando sangue, antes do mico à Casablanca. Merecíamos a vitória, ela veio depois na Fonte Nova e involuntariamente nos tornamos os grandes vilões do futebol brasileiro – “compramos” a Portuguesa e o Bahia em plena Fonte Nova.

Ninguém soube dizer porque não “armamos a trapaça” com cinco, seis ou oito rodadas de antecedência. Dentre os integrantes da respeitável primeira linha da imprensa esportiva nacional, ninguém estranhou a monumental coincidência André Santos-Heverton. Para essa turma, supõe-se que ganhar regularmente na Mega-Sena é tão normal quanto.

O paraninfo? João Alves, quem se lembra?

O Fluminense nem tão novo assim. Ficam para trás os inúmeros erros da partida no deserto de Moça Bonita – o mesmo Madureira que marcou três gols contra nós (e foi pouco) perdeu para o Boavista por 1 x 0 na terça-feira, novo dia de jogos do Carioca, campeonato que merecia ser valorizado à altura e reabilitado.

Vai ter festa para Conca, mesmo já tendo estreado. Estranhíssimo mas ótimo. Em seu habitat brasileiro, foi ali que o pequeno gigante argentino escreveu a grande façanha de 2009 – mais meia-hora de chá de ayahuasca e é bem capaz do fantasma de Kfouri psicografar que o Fluminense agiu no tapetão para vencer 10 daqueles 13 jogos que valeram um século.

Fred chegando, Walter a caminho. Precisamos de zaga e laterais.

Cavalieri está certo em defender os companheiros. Estivesse em seu lugar, faria o mesmo. Mas ninguém pode achar normal escapar de uma chinelada do Madureira, com todo respeito ao bardo suburbano.

Bom mesmo é voltar às arquibancadas do estádio, mesmo que hoje sejam tão diferentes.

O Fluminense começa o ano totalmente desacreditado.

Exatamente como em grandes jornadas do passado.

2

No próximo sábado, dia 25/01, um grupo de sócios tricolores fará uma manifestação dentro do clube às 9 horas, por conta dos inúmeros crimes cometidos por jornalistas da ESPN Brasil contra o Fluminense. Aliás, estes mesmos crimes vêm sendo cometidos há anos, acobertados sob evidente estelionato jornalístico travestido do argumento da liberdade de expressão – só agora muitos tricolores têm percebido a gravidade da questão.

Como um dos participantes, posso dizer que será feita de forma pacífica como reza a aura tricolor. Ou seja, dentro da lei e do estado democrático de direito.

Mas que ninguém confunda isso com água-com-açúcar.

Os não-sócios também podem participar: basta acessarem a arquibancada pela rua Pinheiro Machado.

FORA ESPN

Se a turma de coleguinhas achou que ia promover os mesmos massacres de 1997 e 2000 sem réplica, quebrou a cara de verde-e-amarelo.

Este é mais um de inúmeros atos que serão exercitados contra as baboseiras de gente como o fantasma de Kfouri, ao dizer caluniosamente que alguns torcedores do Fluminense são ignorantes e fanáticos por contestá-lo em sua imaculada verdade absoluta a respeito do caso Flamenguesa.

Racionalidade contra a imprensa marrom. Argumentos contra o surrealismo tendencioso.

Apenas isso.

3

Na próxima terça-feira, dia 28, para desespero de meia-dúzia de patéticos recalcados, lançarei o meu quarto livro sobre o Fluminense (mais três a caminho e, claro, os meus de crônicas off-futebol e poesia em 2014/2015), desta vez ao lado dos companheiros João Marcelo Garcez, Luiz Alberto Couceiro, Cezar Santa Ana, Marcelo Janot e Valterson Botelho. Um timaço do qual tenho orgulho em fazer parte desde antes, dado que João e Luiz são colaboradores do PANORAMA. O lançamento será na livraria Blooks, no Espaço Itaú de Cinema – praia de Botafogo, 186, às 19 horas.

“Pagar o quê? – Respostas à maior bravata da história do futebol brasileiro” vem para implodir duas décadas de mentiras e pilantragens usadas pelos levianos contra o Fluminense. E antes de chegar às livrarias já incomodou muitos decanos das redações e estúdios – mimosos ursinhos pimpões também.

Em duzentas páginas, não há uma única citação que não possa ser comprovada por qualquer pesquisador em sua lida – desde que a mesma seja apurada. Não é o caso de jornalistas que, sem terem lido o livro, resenharam-no com sarcasmo – como bem sabemos, quem fala de livro que não leu tem tanta credibilidade quanto o imortal João Alves do vídeo no alto desta coluna, in memorian.

Eu li os originais umas dez vezes. Doze. Talvez quinze. E nem precisava ser coautor para escrever o que vem abaixo sobre o impecável trabalho dos meus sócios nessa empreitada.

Meu maior orgulho é ter colaborado de alguma forma, na modestíssima parte que me cabe, para um dos mais bem-escritos livros da história do futebol brasileiro, capaz de ridicularizar categoricamente a parte marrom da imprensa esportiva, bem como tirar o sono de quem desdenha do meu trabalho: “empatar” será simplesmente impossível. Não se avalia a boa literatura pelo número de títulos. No fim, o que conta é o talento. E talento não se adquire com verborragia barata e polêmicas infantis.

Literatura, história, jornalismo, crítica, análise factual, sobriedade, ritmo. Pensei em vários adjetivos que pudessem classificar o “Pagar”.

Só achei um: foda.

Por sorte, entrei nessa. Espero vocês por lá.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

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