O papo é outro (por Paulo-Roberto Andel)

O futebol não se livra de certas manias e vícios, e o Fluminense não fica imune aos mesmos.

Ninguém pode estar satisfeito com a eliminação na Copa do Brasil, mas também é muito difícil não reconhecer que a partida no Maracanã foi totalmente deturpada pelo apito. Não se pode afirmar que, se a arbitragem não tivesse sido desastrosa, o resultado teria sido outro; no entanto, as imagens e os fatos aí estão na rede mundial de computadores. Basta ver e ler.

Outra coisa: com as derrotas recentes (e pelo menos duas delas marcadas por erros crassos dos árbitros), já começa um ou outro burburinho na torcida por conta do nome de Abel. Que tal lembrarmos de 2013, quando a equivocadíssima troca de treinador nos levou ao buraco, com Unimed e tudo?

Cavalieri. Grande goleiro, teve seu auge em 2012, está se encaminhando para o final da carreira, tem falhado mas ainda tem crédito e trajetória. Veio de longa contusão. Não há dinheiro, não há outro goleiro no elenco superior a ele, poucos no Brasil. Fazer o que então? Destruir o nome de mais um ídolo, como já foi feito 5.600 vezes? Seria impossível a sua reabilitação em campo, ainda que num nível abaixo de seu apogeu? É lógico que não.

Outra lembrança: nos primeiros dias da temporada 2017, o Fluminense​ foi apontado como o detentor do melhor meio campo do Brasil, o que explicava boas atuações. Scarpa foi quebrado e está voltando agora. Sornoza está quebrado. O talentoso Orejuela caiu de produção. Douglas idem, e também enfrentou contusão. Claro, precisávamos de peças no elenco para reposições à altura, mas não temos. Falta dinheiro. Que os dirigentes trabalhem essa questão, mesmo que todos saibamos o caos econômico do Brasil neste momento. Não me venham com conversa fiada da Caixa: ela banca trocentos times e, tirando a turma agraciada pelo topo da espanholização plim-plim, estão quase todos quebrados.

Penúltimo: essa estranha mania de querer regulamentar o sentimento alheio. Mesmo eu preferindo outro formato, não tenho como não reconhecer o que foi a torcida tricolor no Maracanã na quarta-feira. Com o time roubado e ferido de morte, ela preferiu abraçar o Fluminense em vez de tripudiar dele. E foi espetacular. Pode ter sido o combustível para uma grande vitória neste sábado e a recuperação em busca do topo do Brasileirão, e tomara que seja mesmo. Vaia quem quer, aplaude quem quer e quem não atrapalhar já ajuda bastante. Cada um cuida de seu próprio rabo.

Para finalizar: que coisa doentia é essa politização permanente de todos resultados das partidas do Fluminense? Os cadáveres da eleição de 2016 já deveriam estar todos sepultados e descansando em paz. Ódio não é argumento, mas tão somente a expressão do vazio mental, seja vinda de quem for. Ou da insaciável busca por autopromoção. Ódio é coisa de idiota. No mais, não perco meu tempo com cabos eleitorais em busca de vantagens pessoais.

Ingressos baratos, jogo cedo, bem do a nossa musa Ise em sua coluna de hoje. Hoje de ir atrás de uma vitória sobre o Vitória. Precisamos reagir e já. Quando o time está bem, não fala gente para tirar selfie na arquibancada. A hora de empurrar é agora.

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PS: Não custa repetir: o Fluminense vem sendo bastante garfado neste 2017. É fundamental tratar este assunto com a seriedade que o tema exige. Atenção, dirigentes: é para ontem.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: jb/curvelo

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2 Comments

  1. A principal questão não são as derrotas, que fazem parte do jogo, e sim a atuação do Abel durante as duas derrotas, caracterizada pelas péssimas substituições e pela falta de alternativas de esquema tático de jogo. Se não temos elenco, temos que ganhar no coletivo. ST!

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