Palmas para Abel (por Marcelo Vivone)

Faço parte da parcela da torcida que vê defeitos no time e que acha importante apontá-los, sempre com o intuito de buscar as melhorias necessárias para que o Fluminense ganhe todos os títulos que disputar, principalmente o tão almejado caneco da Libertadores e mais à frente o mundial de clubes. Essa parcela da torcida na qual me incluo é bastante criticada pela seção dos que creem que na atual campanha (maravilhosa, por sinal) não há espaço para críticas, cabendo, portanto, somente elogios e louros para a comissão técnica e jogadores.

Mais uma vez reafirmo que realmente não há o que falar dos números da campanha. Basta dizer que o nosso percentual de aproveitamento de pontos atual confere ao glorioso tricolor das Laranjeiras a melhor campanha da era dos pontos corridos. São 30 rodadas e sofremos apenas 2 derrotas, temos o artilheiro da competição, o melhor ataque e a melhor defesa. Nem o torcedor mais pessimista tem como negar que um bom trabalho está sim sendo feito. Não é possível atribuir somente à sorte os resultados que obtivemos até aqui.

Dentro do contexto de críticas construtivas, um dos alvos principais é e sempre terá que ser o técnico da equipe, seja ele qual for. É muito natural e até evidente que isso aconteça, pois é ele quem muitas vezes monta a lista de contratações para a temporada, escala e substitui os jogadores e realiza os treinamentos para ensaiar jogadas e dar um padrão tático à equipe. É ele também que trabalha como psicólogo e tem o poder de manter a união do elenco. Enfim, o técnico é o timoneiro do futebol do clube e sua missão é levar a Nau em calmos mares a mundos nunca d’antes navegados.

Por isso tudo, gostaria de ressaltar o papel desempenhado por nosso técnico no dia de ontem. Abel viveu uma noite de gala, com substituições perfeitas e com a ousadia necessária de quem quer realmente ser campeão. Já no intervalo substituiu o inoperante Rafael Sóbis pelo garoto Marco JR, por entender, a meu ver com toda a razão, que a composição tática exercida pelo Sóbis não fazia mais sentido àquela altura, pois perdíamos o jogo por 1 a 0 e precisávamos buscar a virada a qualquer custo.

Depois, aos 20 minutos, tirou o Edinho para colocar o garoto Higor e, com isso, dar uma melhor qualidade de toque de bola ao nosso meio de campo. Esse era realmente o momento necessário para trabalhar a bola e chegar ao gol adversário e, portanto, não adiantava ter em campo um jogador (pra mim nunca adianta) que engessava toda a nossa saída de bola. Jean passou a fazer o papel de 1º homem de meio campo e deu maior fluidez à saída de bola.

Não satisfeito, ainda antes do pênalti marcado a nosso favor aos 31 do 2º tempo, nosso técnico tirou o lateral Carlinhos e colocou o Samuel. Com isso, Wagner foi fazer o papel não de lateral, mas de ala, e o Fluminense foi de vez para cima do adversário. Nesse momento eu teria tirado o Bruno, que para variar estava muito mal, mas contra essa substituição pesa o fato de que quem deveria ser deslocado para a lateral direita seria o Jean. Nesse formato, nossa defesa ficaria ainda mais exposta e suscetível a sofrer o 2º gol. Enfim, nosso técnico ontem foi decisivo para a virada que conseguimos.

Foi também uma noite em que o juiz teve uma péssima participação durante toda a partida. Foi impressionante a sua passividade, permissividade até, em coibir o antijogo do time de campinas. A todo o momento os jogadores adversários faziam faltas (foram inúmeras) ou caiam no chão para paralisar a partida. É impossível, seja para o Fluminense ou para o Barcelona, praticar um futebol de qualidade com esse tipo de postura do adversário tendo a total conivência daquele que deveria garantir a prática de futebol. Para culminar a sua noite infeliz, o árbitro ainda equivocou-se ao marcar o pênalti convertido por Fred.

Por outro lado, nada justifica a sensibilidade da imprensa a qualquer erro de arbitragem a favor do Fluminense. Fica evidente a leviandade dos jornalistas quando num programa de televisão é feito o estardalhaço que foi visto ontem logo após o término da rodada ao pênalti marcado e sem qualquer referência a intervenção (ou falta de) do juiz no restante do jogo. Para completar a série de equívocos jornalísticos, os comentaristas da mesa ainda discordaram com veemência até da opinião do juiz que viu pênalti no último lance da partida entre Atlético/MG e Sport. A pergunta é: quem não viu? Impressionante que esses mesmos 2 comentaristas que não viram o pênalti do referido jogo, viram com clareza a falta cometida pelo Marco JR no lance do 2º gol do Flu.

Não ouvi comentarista algum falar que o time de Campinas veio ao Rio para perder de pouco e que teve a sorte de marcar um gol no primeiro dos 2 ataques que deu durante toda a partida. Que foi um jogo de ataque contra a defesa e que foi permeado por práticas antidesportivas do adversário. Que o Fluminense teve várias chances de gol e exerceu uma grande pressão, principalmente no 2º tempo. Mas nós tricolores já sabemos como “a banda toca” por parte da imprensa e, no fundo, achamos até mais gostoso que seja assim. É muito bom ver a cara desses mesmos jornalistas no final do campeonato tendo que curvar-se, uma vez mais, ao nosso amado clube.

O fato indiscutível é que, apesar de não termos uma noite boa na parte técnica, tivemos postura de campeão, a começar e principalmente do homem que tem como tarefa comandar o time.

Parabéns Abel!


Marcelo Vivone

Panorama Tricolor/ FluNews

@PanoramaTri

Imagem: Marô Sussekind

Contato: Vitor Franklin

6 Comments

  1. Excelente, Marcelo! Há uma preocupação da Globo na possibilidade do campeonato, seu produto, acabar muito antes de 2 de dezembro. Desvalorizaria o principal momento: as rodadas finais. Portanto, pressão na arbitragem, mesmo que indiretamente, via fabricação de um “senso comum”. Como está a cabeça do Ricci? Árbitro de quarta.

  2. Foi exatamente o que pensei quando terminaram de comentar sobre o jogo do Fluminense. Se eu não tivesse visto o jogo, não saberia o que aconteceu, como o jogo transcorreu. Passram 99,9 % do tempo falando sobre os erros de arbitragem. Deixo o 0,1 % pros comentários do Edinho. Ontem eu senti pena dos caras (comentaristas) …. eles se perderam … estão com o emocional muito abalado com o Fluminese cada vez mais perto do tetra … tá batendo desespero !!!!!

  3. Mauro,

    Tomara que vc esteja certo. Vai depender muito dos resultados dos próximos 2 jogos.

    Um abraço.

  4. ST*** * Marcelo

    É revoltante o comportamento dessa corja pseudo-jornalística.
    Serei redundante em minhas afirmações.
    Subscrevo em gênero, número e grau o teu artigo.
    O Fluzão conquistará o caneco na 35ª, quiçá 34ª.

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