Outra eliminação esdrúxula (por Paulo-Roberto Andel)

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Colocaram o jogo do Fluminense contra o Goiás para o canal Footcine Hidden Cult, quase tão escondido quanto a reprise de “Rei da Vela” (dirigido por Jorge Ileli) nas tardes do Ricamar na Copacabana dos anos 80. Ecos de um futebol refém das emissoras de TV. Ridículo.

Íamos jantar com Marô em Ipanema, fiquei impossibilitado, dores, acabamos no Vieira. Um custo para achar o canal. Quando deu certo, o Felipe fez uma grande defesa, o que não muda minha opinião: continua a ser um Aílton Cruz. Torço por ele mas não sou cego nem megalômano em superestimação por um ou dois jogos. O Leo ria e conversava de passatempo.

O Fluminense fez no primeiro tempo o jogo do aguenta: marcou bem, encurtou espaços e saiu na boa. Os cruzamentos deram em tiros n’água. Na melhor chance, o Carlinhos quis fazer mais do que precisava e perdeu um gol feitíssimo. Destaque-se a dedicação física da equipe, o time aguerrido, distante das patetadas. Diguinho bem outra vez, faz um grande ano, o melhor desde 2009. O onze superou bem até mesmo a estranha escalação. Fred, se arrastando. Conca lutou como sempre, mas com pouco acerto.

No fim da etapa, o Elivélton deu uma sarrafada MMA. Ficou barato. Os sanduíches de frango eggcheese que o Ivan trouxe, nem tanto.

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Começou mal o segundo tempo. De saída, o gol do Goiás na jogada aérea, a defesa presa, Carlinhos perdido e o Aílton Cruz sem chance. Então, só restava ir à frente em busca de um gol salvador, numa noite em que havia muito mais garra do que talento. Tudo muito diferente do primeiro tempo, do domingo em Itaquera etc.

Walter entrou no lugar de Bruno; devia ter entrado em lugar do arrastado Fred (difícil imaginar em qualquer planeta que, somente nesta noite, Bruno deveria ter ficado). Elivélton fez outra besteirada, levou vermelho, as coisas ficaram piores. Para Marlon entrar, aí saiu Fred. Do outro lado, David dando as cartas, um dos intocáveis de Renato Gaúcho. Dose. O gás do time evaporou. Nem Diguinho segurou a barra.

Pelo menos o Aílton fez duas boas defesas e um milagre no final, três contra um, evitou uma incrível goleada. Sarrafo fora do campo foi o destaque do Kenedy. O Goiás entrando livre no ataque e perdendo várias oportunidades. Walter deu dois petelecos. A dez minutos do fim, o Flu estava entregue, decadente. Chutões, balões, padrão 2013 em vão, sem desculpas por desfalques, grama alta, campo grande, a mãe do guarda.

Cristovão errou muito, mas nem de longe é o único culpado: não deu caneladas nem ficou cansado em campo com quinze minutos ou deu chutões para noroeste. O time do Fluminense é caro demais  para que tudo estoure exclusivamente na mão do treinador, por pior que ele tenha ido. Os goianos, merecidamente classificados, foram melhores no confronto mesmo com um time fraco.

Kenedy tira qualquer boleiro do sério, na pior acepção das palavras.

Aqui perto, o tão xingado Luxemburgo fazendo novamente das suas e tirando leite de pedra de um time pavoroso.

Dá pra brigar pela vaga na Libertadores? Eu queria dizer que tenho certeza do sim, eu amo e torço, mas tudo o que vejo nesta madrugada é um irritante talvez flertando com um não. Tomara que seja raiva passageira

Amanhã é outro dia.

Domingo tem Cruzeiro. Sejamos humildes. Hoje somos fracos.

Ainda bem que em futebol as coisas podem mudar num piscar de olhos ou num passo de bailarina.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: pra

SPRIT

4 Comments

  1. Paulo, tem certeza que o sanduba estava bom ??
    Achei você bem conformado com mais um vexame do nosso time.
    O Cristovão não acerta nada.
    O time estava morto no inicio do segundo tempo.
    Lembrando o passado que você foi ao maraca e entrou em um jogo sem saber que não era para ter entrado. Deveriamos fazer o mesmo nesse domingo, não entrar ninguem no maraca.
    Esses jogadores estão de sacanagem.
    O que achou, entrevista do Abel para a ESPN ?? Com relação ao que disrespeito ao Fluminense.
    Abraço.

    1. “Ficou barato. Os sanduíches de frango eggcheese que o Ivan trouxe, nem tanto”

      “Começou mal o segundo tempo. De saída, o gol do Goiás na jogada aérea, a defesa presa, Carlinhos perdido e o Aílton Cruz sem chance. Então, só restava ir à frente em busca de um gol salvador, numa noite em que havia muito mais garra do que talento. Tudo muito diferente do primeiro tempo, do domingo em Itaquera etc.”

      “A dez minutos do fim, o Flu estava entregue, decadente. Chutões, balões, padrão 2013 em vão, sem desculpas por desfalques, grama alta, campo grande, a mãe do guarda.”

      “Dá pra brigar pela vaga na Libertadores? Eu queria dizer que tenho certeza do sim, eu amo e torço, mas tudo o que vejo nesta madrugada é um irritante talvez flertando com um não”

  2. Impressionante a mudança do primeiro para o segundo tempo, como um gol bobo pode abalar um time que sabe jogar e parecia uma pelada de fim de semana num terreno baldio. Pela mãe do guarda!!!!

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