Os malditos horários dos jogos (por Zeh Augusto Catalano)

Mil setecentas e onze pessoas testemunharam a magra vitória do Fluminense sobre o Resende, em volta Redonda.

Treze mil e seiscentas foram a São Januário no sábado ver Vasco x Bangu.

A imprensa certamente creditará a diferença de público ao resultado do jogo entre ambos, na rodada anterior do campeonato carioca, pois é claro que ela não está autorizada a bater no verdadeiro fator de esvaziamento: os horários cada vez mais tenebrosos das partidas, definidos em razão dos horários da grade da tv. Novelas, Big Brother, Faustão… Tudo isso influi no horário da partida que você tenta assistir, seja na tv ou heroicamente ao vivo. E a prioridade não é nem nunca será o futebol.

Voltando a sábado, foi uma luta completa entrar em São Januário. O clube certamente subestimou seu próprio público, pois não havia estrutura e nem bilheterias suficientes abertas para tal quantidade de gente. Entrei no estádio com o jogo já aos cinco minutos. Todos com quem conversei creditavam aquele público todo à data e horário da partida. Todo mundo feliz de ir a um jogo sábado a tarde, com calma, e ainda ter o domingo pra curtir com a família. Acontecesse a rodada aos sábados e o público dos estádios milagrosamente cresceria.

Mas temos as prioridades da patrocinadora. Da detentora dos direitos de transmissão. Então temos clássico no Engenhão às 18:30h. Temos jogo em Volta Redonda às 18:30h. Quem foi a essa última partida do Flu certamente chegou em casa no dia seguinte, tendo de acordar pra ir trabalhar.

Para vocês terem uma ideia dessas prioridades, quarta-feira não acontecerá o absurdo dos absurdos por pura sorte. Se é que se pode chamar de sorte a uma inundação. O jogo que o Vasco faria pela Copa do Brasil nesta 4a feira, no Acre, foi adiado por causa da enorme enchente que assola a capital Rio Branco e outras cidades do estado.

O jogo não seria transmitido pela emissora. Em vez de assistirmos todos a um jogo de primeira rodada da Copa do Brasil, a TV aberta optou pela despedida do Flamengo do grande gênio e ídolo do futebol Léo Moura. Jogo esse que, aliás, será mesmo a partida dessa próxima quarta-feira. Um amistoso mequetrefe. Enésima partida do mais querido a ser transmitida por TV aberta neste ano.

Enquanto isso, você, que torce pra outro time, que se lixe e pague pay per view.

A espanholização já está a pleno vapor ante nossos olhos, não apenas na grana que prometem dar a mais, mas no destaque completamente desequilibrado nas transmissões do coirmão. Combater isso é muito complicado. Demandaria algo quase impossível nos dias de hoje. União entre os demais. Boicotes organizados – e cumpridos! – pelas torcidas, não à transmissão em si, mas aos patrocinadores dessas transmissões, que são quem na verdade bancam toda essa estrutura que tenta engolir nossos clubes.

Quarta-feira desligue sua televisão. Ou assista a outra coisa.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

Imagem: uol

#SejasóciodoFlu

6 Comments

  1. O único jogo que assisti do Mais Ajudado esse ano foi o clássico com o Botafogo.

    Não dou audiência. Simples.

  2. Vou assistir outra coisa, pois graças a Deus e ao meu irmão tenho TV à cabo, qto a espanholuzação eu venho dizendo, estamos perdendo tempo com essa briguinga mediocre d lugar no estádio, o inimigo é outro e a união poderia começar pir ai, Gremio, Inter, Santos, SP, Palmeiras com sua arena maravilhosa, Cruzeiro, Atletico Mineiro, Flu, Borafogo e Vasco, sim Vasco ñ pidem receber menos q Corinthians q pelo menos disputa títulis e Dlamengo q só faz figuração, quase sempre do 10o lugar para baixo

  3. Essa de transmitir o jogo de despedida de Leo Moura, não sabia, é o ápice do descaso com o futebol.

    7 x 1 foi realmente pouco.

  4. Mas foi só ser acertada a mudança de Ronaldo Gaúcho do flamengo (aliás a chegada de RG ao flamengo rende um bom estudo de elevação de auto estima e salva pátria) para o clube do Sr. Kali que o discurso mudou de água para vinho, subitamente o Sr. Kalil tornou-se sorrisos junto a emissora. Vale lembrar que junto com RG foi orquestrada a campanha pelo título do Campeonato Brasileiro do clube mineiro. Campanha essa “sabotada” pelo FDP do Tricolor das Laranjeiras.

  5. União entres os clubes para mudar esse cenário é utópico, os interesses por detrás serão sempre maiores. Vide o caso do Atlético Mineiro, onde o seu presidente, na época da implosão do Clube dos 13 disse que nem morto sentaria a mesa com Globo para qualquer tipo de negociação.

  6. Enquanto esse modelo perdurar com clubes sempre dependentes dos adiantamentos das cotas de TV a Globo continuará mandando e desmandando no futebol.
    Quando a toda poderosa perdeu os direitos de transmissão imediatamente tratou de implodir o Clube dos 13 e recuperou para si o domínio.

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