Os limites da ética (por Paulo-Roberto Andel)

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Na sexta-feira passada, João Boltshauser, o Bolt, nos brindou neste PANORAMA com belíssima coluna em primeira mão: a quebra dos recordes de Magno Alves no Fluminense, na partida contra o Paysandu. Preparou um material excelente: simples, preciso e com alto grau de apuração – e só por isso, já se supõe que não poderia ter sido gerado em 95% das redações cariocas.

Bolt é, ao lado de Carlos Santoro e outros próceres das Laranjeiras, um especialista sobre a história do Tricolor. Tem prestado serviços inestimáveis ao Flu e à nossa torcida. Ao lado de Dhaniel Cohen e Heitor D’Alincourt, tirou o clube da Idade Média cultural em que vivia.

A excelente notícia embutida na coluna de Bolt naturalmente correu pela internet tricolor. E também aos veículos de imprensa, sempre ciosos em publicar grandes feitos de Álvaro Chaves, mas também sempre dispostos à caça de oportunidades.

Ao fim da sexta feira e começo deste sábado, alguns segmentos esportivos do esporte repercutiram o feito com amplo espaço. Mas da forma absolutamente reprovável: reproduzindo integralmente os dados da coluna de Bolt sem o devido crédito ao autor e à fonte.

Nestes mais de três anos, em inúmeras ocasiões este problema da omissão do nome do PANORAMA se repetiu. Há diversas suspeitas: má fé em estado puro, imprudência, irresponsabilidade, uso desproporcional da força política. Ou incômodo com o espaço que os sítios e blogues tricolores ocupam na rede mundial de computadores. Ou ainda o incômodo de terceiros com a opinião e posicionamento deste cronista, por exemplo.

Coincidência não é o caso: já nos basta o esquecimento coletivo da escalação de André Santos em 2013.

Neste espaço, venho agradecer aos diversos amigos e leitores solidários à causa da ética que sempre permeou o PANORAMA, fruto de trabalho voluntário, sem lucro financeiro. Sempre que reproduzimos artigos e matérias jornalísticas, mais imagens, fazemos questão de creditar os autores. Infelizmente, a recíproca de parte da imprensa esportiva inexiste. É, de certa forma, um legítimo espelho dela.

O boicote da imprensa, involuntário ou não, é apenas mais um dos acontecimentos que geram prejuízo moral ao PANORAMA. No meu caso pessoal, sofri um achincalhamento do meu nome numa revista de segunda divisão por motivo torpe e fútil. No caso global, a indevida omissão do nosso nome como fonte já não engana ninguém: grande parte dos tricolores já não se informa exclusivamente pelos meios convencionais. 

O PANORAMA não moverá um milímetro de sua independência, sua pluralidade e seu senso crítico. Somos uma realidade inquestionável da internet tricolor. Enquanto este espaço existir, será sempre um calo no pé daqueles que subvertem o Fluminense para finalidades escusas, seja em estúdios, redações e salas de reunião. Sempre.

Mais uma vez, o agradecimento eterno a Bolt por ser da nossa arquibancada e dos nossos times: o Fluminense e o PANORAMA. E também aos sítios e blogues irmãos, todos juntos na atividade contra a ditadura off set. O nome do Observatório do Fluminense é um digno representante de todos nós.

Aqui, a ética não tem limites, ao contrário de algumas redações e estúdios.

“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma” – Joseph Pulitzer.

Panorama Tricolor

@PanoramaTri @pauloandel

Imagem: exulla

o fluminense que eu vivi tour 2015

1 Comments

  1. Reparei isso também ! Vi a matéria tempos depois no lancenet e globoesporte.com ! E não aparece o devido crédito ! Lamentável !!!

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