O Flu em Orlando (por Lennon Pereira)

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Quem paga a conta? Estive eu por cinco dias no templo do imperialismo e do capitalismo,  e quando cheguei de volta ao mundo tupiniquim fui pego de surpresa, ao ver que os jogos do Cariocão estavam acontecendo em Bangu e em Volta Redonda. Procurei saber o motivo e fiquei estarrecido: o Engenhão tem as marquises sob risco de queda! O Engenhão, construído com dinheiro publico da prefeitura, na era do louco-varrido Cesar Maia! O Engenhão, que custou cerca de dez vezes mais do que o orçado! O Engenhão que  foi construído para os jogos Pan-americanos e que carregava a medalha de mais moderno estádio da America do sul etc. – ele mesmo, o orgulho virou um elefante branco doente.O paralelo que traço entre minha viagem e o estado de conservação do Engenhão cruza os caminhos do Fluminense, pois tenho ouvido que faremos nossa pré-temporada em Orlando, com objetivo de internacionalizar de vez a marca do nosso amado time.

Em minha passagem, acabei indo a Orlando; como todo subdesenvolvido, fui lá conhecer Mickey e Cia, e descobri que a turma da Disney está fora de moda. O chique por lá é frequentar os parques da Universal. Modernidade é tudo e Mickey e Cia estão démodé.

Como estive em Orlando, procurei saber se sabiam de algo cobre o tal time de “soccer” brasileiro que tinha parceria com os parques. Descobri que Americanos literalmente c@gam para tudo que venha de fora, principalmente que venha da America Latina. Aos olhos deles, somos uma sub-raça que vai lá para gastar e para limpar chão, banheiro, desentupir esgotos e outros sub empregos que eles (americanos do norte) se julgam bons demais para fazer.

Descobri que nossa campanha deve no máximo atingir mexicanos e a turma da America Central. Acredito que Peter sabe o que faz e darei a ele o crédito que ele merece. Vamos aguardar.

Voltando ao Engenhão, Vi lá nos EUA como eles são profissionais nessas coisas. Estava havendo um torneio de Tênis, passei por perto e os estádios são lindos, limpos, bem cuidados, organizados, tem estacionamentos que funcionam e uma super-hiper-repressão aos cambistas! Todos sabem onde parar,  entrar,  beber, comer, e etc…

Inimaginável nos EUA situações como passam nossos torcedores ao ir aos estádios. Jogos em estádios como Moça Bonita então, jamais.

Parei e pensei por alguns minutos, talvez por isso a NBA, a ATP, a Liga de Baseball, de Futebol Americano, girem bilhões de dólares, arrecadem milhões com ingressos, TV Publicidade etc e, aqui, os clubes vivem falidos.

Infelizmente somos um país de segunda ou terceira divisão no que diz respeito ao RESPEITO ao torcedor. Torcedor não, ao cidadão!

Que fique aqui claro que não idolatro nem admiro os EUA nem seu modo de vida. Acho que são imperialistas, exploradores e o povo mais idiota do mundo. Mas mesmo assim, eles têm coisas a nos ensinar.

A crônica de hoje está meio mal-humorada mesmo, pois estou extremamente triste com a perda do amigo, cineasta, filosofo, corintiano, e amigo de bar e de muitas conversas, Zoroastro Santana, falecido essa madrugada. Descanse em paz, meu amigo. Você nos deixa com um enorme vazio no peito. Num mundo sem graça e politicamente correto, seu bom papo, sua inteligência e seu humor sarcástico e rasgado eram momentos de alegria inesquecíveis, inenarráveis e agora Impossíveis de se repetir. Fica a saudade e o agradecimento. Deus te abençoe.

No lugar das saudações tricolores, o silêncio de um tricolor de luto com enorme vazio no peito.

Lennon Pereira

Panorama Tricolor

@PanoramaTri

6 Comments

  1. Como te avisei Paulo Roberto Andel, qualquer dia vc vai ter que dar o cartão vermelho pro MR…

  2. Muito boa a sua comparação (embora , ao pé da letra, não haja termo de) quanto a organização dos EUA em tudo o que fazem (até guerra hoje tem dia e hora para começar, para que seja possível a transmissão via TV para todo o mundo!).Admiro também, e poderíamos tentar resgatar em nós esse orgulho por aqui, o sentido de nacionalidade e patriotismo. Os EUA acima de qualquer outro interesse. É assim que deve funcionar mesmo um país, enquanto existirem fronteiras, linguas e interesses econômicos.

    Me solidarizo com vc no luto pelo Zoro, mas a vida é assim mesmo: morrem também os bons!

  3. Aê John Lennon! Onde que os americanos são imperialistas, se nós é que temos o Imperador do Maranhão e que já anexou o Amapá, a figura cancerígena de José Sarney? Quanto a Cesar Maia, é outro imperador brasileiro, especialista em construir coliseus destinados a ruir em pouco tempo, como o Engenhão, a Cidade da música, etc. Trata-se de um discípulo que não alcançou roubar nem a metade do que surrupiou com os cieps o seu mestre Leonel de Moura Brizola, outro grande imperador nosso. Pobres americanos que nada entendem de impérios! 😛

    1. Insatisfeito com o enorme espaço que já tem no PANORAMA para escrever bobagens, MR agora também o faz nos pôstis alheios. Rá, rá, rá!

  4. Estive lá em no longiquo ano de 1984, onde fiquei 4 meses e meio na Califórnia!

    Se tem que alguma coisa que os americanos têm a nos ensinar é como organizara
    competições esportivas. Nisso eles são melhores inclusive que os europeus.

    Lamento o falecimento do Zorô e embora eu tivesse tido pouco contato com ele, foi o bastante para saber que vai fazer falta!

    No mais, bem vindo de volta ao mundo subdesenvolvido, meu irmão!

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