Quinta-feira à NOITE, momento de grande alegria por conta da vitória sobre o Cruzeiro e da posição na tabela, sexta-feira calma e a promessa de dias de paz. Ave Fluminense! Desafiador de paradigmas, mosca na sopa, tem feito partidas eficientes e recuperado a autoestima tricolor.
A torcida ficou emocionada com a última vitória e isso faz todo sentido: desde 2012, nossas – NOSSAS, ENTENDEU? – alegrias vinham sendo escassas, salvo exceções pontuais. Aquela pancada diante do Atlético Mineiro foi a salvação: um treinador foi contratado, recuperou-se os meses perdidos anteriormente e os resultados vieram. Às vezes, as derrotas regeneram e as vitórias mascaram problemas. Aqueles 4 a 1 transformaram o Fluminense no que aí está.
Experiente e com um ambiente muito favorável, Enderson chegou com o esquema pronto de ponta a ponta, nos mínimos detalhes.
Ciente das limitações, posicionou o time de forma mais compacta e aguerrida.
Num campeonato nivelado, sem constelações de craques, os conjuntos podem predominar. E aí está o Fluminense no alto da tabela, não que tudo tenha sido planejado para se chegar a tais resultados – porque é óbvio que não foi –, mas as coisas têm andado bem.
Falando no sucesso do esquema, o que dizer da entrega plena de Fred em campo, virando marcador, correndo por todos os lados, quase fazendo um golaço de voleio (Zeh Catalano disse que o artilheiro deveria ter sido processado por plagiar uma fotografia…)? Mostra maior de dedicação não houve.
Outra coisa sensacional foi ter visto um jovem jogador da base decidir em campo, algo quase impossível na era Unimed porque os medalhões eram inevitáveis.
Então, prever agora o que vem pela frente é precipitado. Mas o que parece bastante plausível é que, se a pegada de julho for mantida INTEGRALMENTE até novembro, o Flu provavelmente estará na Libertadores 2016, com ou sem Ronaldinho Gaúcho (se for resposta positiva, a probabilidade vira certeza).
Grande momento então. Mas não é hora de aceitar imitações. A felicidade suprema e o compromisso devem ser com o Fluminense do campo, esse do jogo contra o Cruzeiro: valente, brigador, implacável. Quem só aparece nas vitórias e nos bons momentos, mas se encolhe nas derrotas, merece um único gesto: indiferença.
O bom esquema é assim: todo mundo sai ganhando. O time, o treinador, a diretoria e a torcida.
A EX
Depois de uma grande vitória e de uma grande colocação na tabela em julho de 2015, é fácil demais certa boquirrotagem de feicebúqui sobre a ex-investidora do Fluminense.
Principalmente da certa intelligentzia que agora posa com crista na cabeça, mas, há nove meses, se cagava de medo e quase chorava por causa disso.
Eu, não.
Do lugar que vim, opinião não se vende, menos ainda se prostitui ou se submete a clientelismo barato.
Essa coluna a respeito foi publicada em setembro de 2014.
RESUMO
Ontem foi bom demais ver entregadores em suas bicicletas, camelôs, operários, gente humilde nas ruas do Centro vestindo camisas do Fluminense – oficiais ou paralelas – e que provavelmente não foi ao Maracanã porque não tinha dinheiro ou por causa de transporte, segurança e outros fatores.
O dia que os narizes empinados baixarem a guarda – e o Tricolor for capaz de abraçar a grande classe popular que lhe dedica amor há muito tempo -, o céu não terá limites para as Laranjeiras. Basta espiar a força que temos na gare da Central do Brasil, nas regiões proletárias, nas comunidades e favelas. “A burguesia fede” (Cazuza, 1989).
Elite, só a intelectual por favor.
VENCER OU VENCER
Três pontos na Arena da Baixada, alegria a granel. Bora.
O RIO INTERMINÁVEL
O rapaz assassinado no metrô é o símbolo de um país mergulhado num mar de ódio. Abominável.
Panorama Tricolor
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Imagem: mercadolivre/pra