O dia mais feliz do Guilherme (por Paulo-Roberto Andel)

Essa é uma pequena grande história que muitos tricolores já viveram, e para cada um deles ela é única.

Guilherme é Fluminense. Tem seis aninhos de idade, a mesma quando eu descobri o Maracanã numa noite de domingo cheia de holofotes potentes.

Ele estava para viajar num fim de semana para um hotel fazenda, o que já fez várias vezes. Iria com o pai, já que a mãe é médica e estaria em serviço.

Era o jogo contra o América Mineiro no Maracanã.

Seu pai mudou os planos na última hora. O hotel perdeu a posição de titular no teste de vestiário, sendo barrado pelos ingressos para o jogo.

Aí, o Guilherme teve a sua grande chance e foi para o Maracanã. Lá chegando, se deparou com o mar de cores que é a presença do Fluminense na arquibancada.

E quando o time tricolor entrou em campo, ele experimentou os segundos imortais que fazem os garotos perseguirem o clube das Laranjeiras para sempre.

O pó de arroz ganhou o ar e se espalhou, numa espécie de prefixo secular dos compromissos esportivos do Fluminense.

É a hora em que os veteranos enchem os olhos d’água, olham para seus filhos ou lembram de seus pais e voltam a ter seis, sete ou oito anos de vida. Tudo é Fluminense nessa incrível viagem ao passado.

Para as crianças, não: é o novo, o presente, a promessa de futuro. Estar no meio do pó de arroz equivale a estar dentro de um avião espiando a janela branca de nuvens espessas. É literalmente voar. É pisar no mar da tranquilidade da Lua.

Depois, Guilherme falou para seu pai que aquele tinha sido o dia mais feliz de sua vida. Novamente os adultos tricolores entram em campo, para rememorar seus dias mais felizes no Maracanã abarrotado de talco. Que criança do passado não foi feliz assim com o Flu? Todas foram.

A felicidade plena do Guilherme, que pode ser vista nas fotos, é o melhor presságio que o Fluminense pode ter para seu grande desafio na próxima quarta-feira. Porque toda vez que uma criança sorri em meio ao pó de arroz, o Fluminense se faz invencível, permanente, de braços dados com a eternidade.

Nos próximos cinquenta anos, o garotinho que inspira esta coluna irá crescer, estudar, trabalhar, casar e voltará ao Maracanã muitas e muitas vezes. Em todas elas, quando o pó de arroz anunciar o Fluminense em campo, ele olhará para outras crianças felizes e se verá nelas, assim como eu me vi nele. É que a felicidade contagia nossos corações e deixa tatuagens de amor na memória.

O pó de arroz é eterno.

Que venha a quarta-feira.

Colaboração/Fotos: Bernardo Nunes

3 Comments

  1. Eu conheço o Guilherme desde de bebê, sempre sorrindo, sempre alegre e sempre Fluminense! Até hoje veste a indumentária verde, branco e grená, com a alegria e a pureza da infância e seus momentos mais alegres serão dentro do Maracanã, envolvido no pó de arroz!

    Nós, que vivemos no Maracanã e a tradição era ser batizado pelo pó de arroz das mãos do saudoso careca, tanto nos vemos nos nossos filhos que voltamos a ser crianças pelos olhos deles!

    Que venha a América e que faça os Guis, Gabriel seu irmão, seu pai, seu avô e todos nós tricolores felizes!!!

  2. Parabéns meu Sobrinho Neto , que DEUS continue te Abençoando hoje e Sempre.
    Beijos

  3. Que coisa mais Linda!!
    Parabéns Guilherme, pela Escolha de ser Tricolor !! Sabe Eu, Tbm sou Tricolor de Coração!! Um Beijinho pra Você Guilherme ❤❤

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